
Atitude do Pensar

terça-feira, 31 de maio de 2011
Construção

sexta-feira, 27 de maio de 2011
Entre o novo, o velho e o que existe além desses
Ao trilhar nesse novo caminho, tenho andado em passos contraditórios. Passos de amor e de dor. Passos de cura e expectativas. Passos que refletem o velho, mas busca o novo. São nesses passos que enxergo uma garota que possui anseios pelo amor, que diz nomes novos, porém, ainda está rodeada de fantasmas. Em cada um desses passos descubro o que estava oculto, o novo que se faz percebido. E neles, tenho me revelado permeada de reservas, como se estivesse à espera. Lá da janela, olho o além, aguardando o desconhecido. Aquele por quem meu coração chama.
Mas no primeiro momento, meu olhos enxergam um homem forte, viril e desconhecido. E claro, por se tratar de alguém desconhecido, surge aquela curiosidade da descoberta, do anseio pelo desbravar novos caminho, no entanto, rapidamente passa. Como se a única necessidade presente fosse a existência do mistério. E quando meus olhos assim conclui, logo me pego na espera. À expectativa do sublime. Do verdadeiro. Do recíprocro. Será esse o amor? Ou será apenas um coração ainda doído? Que insistentemente teima em rever velhos caminhos trilhados. este coração que pulsa sangue, vida, amor.
SETE DIAS E O ENCONTRO
Meus olhos te gravaram naquele instante, e desde então tenho desenhado seus traços, contornado sua face, desbravado o imaginável de ti. São sete dias de espera. Sete dias criando seu cheiro e o tom da sua voz. Sete dias à expectativas de um encontro. Sete dias por perceber seu sorriso e sentir seu calor ao me abraçar. Sete dias que seus cabelos cor de sol iluminam meus dias. Sete dias que sua presença imaginária preenche minha cama. Hoje descobri que será o dia de rever-te, ensaios de diálogos invadiram meus ouvidos. Sete. Se há perfeição, encontra-se nesse dia. O dia do reencontro.
AMAR"Amar a nossa falta mesma de amar, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita. "
(Carlos Drummond de Andrade)
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Bom Dia, Tristeza
Em abril desse ano, tive o prazer de assistir a Mostra Otto Preminger, exibida pelo Cine Humberto Mauro.
Aquele foi meu primeiro contato com o diretor, onde fui conquistada por duas de suas produções, Exodus e Bom dia, Tristeza.
Hoje, ao ouvir a música do mesmo nome, composta por Adoniran Barbosa e Vinicius de Morais revivi todas as sensações que tive ao assistir o filme. Portanto, impossível não associar filme e música.
Logo, corri para o oráculo e pesquisei as datas.
A música é um samba canção, sendo a última parceria dos músicos e foi composta em 1957. Enquanto o filme é de 1958, gravado na cidade de Paris e narra a vida de uma jovem - Cecile.
A música tem sido regravada por vários cantores, entre eles, Maria Bethania (preciso dizer mais algum nome? Somente o dela e o da Maysa já diz tudo).
No filme, Preminger trabalha tanto com o preto e branco quanto com o colorido. Este último é utilizado quando as cenas encontram-se no passado e o preto e branco, representando o presente.
O jogo de cores reflete a vida dos personagens principais; Cecile e seu pai, que no passado, viviam uma vida nada comum, e considerada moderna para a época.
No entanto, num momento de intensa vida, sofreram uma grande perda, gerando então a profunda tristeza.
Em seu cotidiano disfarçam sua presença, mas de certa forma, a presença dela é bem vinda, uma vez que traz a lembrança de um tempo incrívelmente feliz, que não mais voltará.
Fica a dica, do filme e da música.
[Maysa - Bom dia, Tristeza]
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Domingo no parque
Domingo, parque, amigos do coração e Flávio Venturini em carne, osso e voz.
Não há nada que pague por isso.
E nada que desanime. Nem o forte sol, as queimaduras no braço que quase se tornaram insolação, uma multidão alvoraçada, e deparar-me com o ex.
Ah, as boas novas é que o 14 BIS retornará com a formação original.
Boa semana!!!
[Flávio Venturini - Nascente]
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Melancholia de agosto
Em meio há tantas polêmicas e países que cancelaram a estréia, Melancholia, o novo filme de Lars Von Trier terá sua estréia em território nacional no mês de agosto.
De acordo com a Folha de São Paulo, diferente da Argentina, que cancelou a estréia do mesmo, o Brasil se posiciona a favor da produção.
Polêmicas a parte, sou fã do cineasta e, por incrível coincidência, neste mesmo mês estarei fazendo aniversário, portanto, só posso receber a estréia de bom grado; como um presente.
Apaixonada pela densidade dos filmes do diretor, tenho dificuldades em escolher um predileto, por estar ouvindo Bjork, deixo aqui um pouquinho da obra Dançando no Escuro - que possui Bjork atuando e cantando.
[Música de Bjork e Thom Yorke]
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Preciso de tempo! Onde compro?
Desde segunda, por falta de tempo, ando num estresse enorme. Com isso, tenho refletido sobre a relação entre a humanidade e o tempo.
Em breve discorrerei algumas palavras sobre esse tema.
No momento, aquela velha sensação de que o tempo está escorregando entre meus dedos.
Como preciso priorizar minha leitura para o desenvolvimento do pré projeto do mestrado, vou lá organizar-me.
Diante disso, estarei um pouco distante dos blogs queridos e daqui.
Mas somente um pouco, pois reduzirei as postagens e as visitas, mas vez ou outra irei aparecer.
[The Cranberries - Zombie]
terça-feira, 17 de maio de 2011
Quando o diverso é o padrão

Pois afinal, o que diz mais sobre mim, meus gostos ou minhas relações?
Ambos?
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Ping Pong - As histórias de Emília

sexta-feira, 13 de maio de 2011
Reconstruir-me

quinta-feira, 12 de maio de 2011
O vazio de alguém que se foi
Timidamente, seus olhos manifestavam a dor.
E sem que ela desejasse, ele a observava por meio de lágrimas que teimavam em criar vida.
Que paulatinamente surgiam do seu ser, se derramando em seu corpo.
Olhos.
Rosto.
Colo.
Revelavam amores e dores.
E ela, doída em seu amor e desamor, pedia pela não existência daquele instante.
Indiferente. Ele nada perguntou.
Parecia intacto. Duro. Como rocha.
Naquele local vermelho sangue, onde antes era morada do amor, agora existia rancor.
Porém, mesmo em meio a tanta frieza, ela o desejou.
Num suspiro repentino se pergunta se ele a percebeu.
No meio desse sufoco, ela balbuciou palavras de amor. De perdão. Mas estas se perderam entre os novos caminhos e os muros que agora existiam.
Olhares perdidos.
Mãos desesperadas.
Corpo sem lugar.
A despedida.
O abraço.
Mais lágrimas.
Pele.
Dores.
Desamores.
Será o adeus?
Eles se vão.
Cada um por um caminho. Agarrado a nova estrada.
No entanto, dessa vez ele não conseguiria perceber as lágrimas nos olhos daquela que fora sua amada.
Estas estão escondidas dentro de seu peito.
Não mais aguentando, o corpo grita.
Ao se encontrar numa distância segura, ela chora compulsivamente, em quantidades tão grandes quanto o sentimento em seu peito.
Ela se derrama.
Olhos e coração trabalham em um só instante.
Ambos produzindo dor. Ambos derramando-se em seu colo.
Um choro sufocado. Sofrível. Doloroso.
Um choro que exala amor.
Sendo que sua realidade é o desamor.
O sol despede-se e a noite chega.
Novamente o breu a perturba.
Nesse momento, seus olhos já secos, enxergam apenas a porta fechada.
E o vazio de alguém que se foi.
[Vídeo de Chico Buarque - Atrás da porta]
[Texto de Keila - O vazio de alguém que se foi]
terça-feira, 10 de maio de 2011
A dialética de se doar

Solidariedade.
Constantemente deparo-me com essa palavra. E vale lembrar que seu apogeu se deu no governo de FHC.
Segundo estudos, o mesmo utilizou a incitação à solidariedade como uma forma de transferir um pouco a responsabilidade do Estado para a sociedade civil.
Bem, não sou daquelas que lança todos os males sobre o Estado e, em certo sentido, concordo com a solidariedade; voluntariado. Entretanto, acredito que cada um desses, deve trabalhar na medida certa.
O Estado com a garantia e efetivação de direitos, entre seus outros deveres. E a sociedade participando de várias formas junto ao meio social e político.
Porém, minha intenção aqui não é falar de Estado. Aliás, as férias que me dei nesse semestre em relação a faculdade, permite-me estar um pouco afastada dessa discussão.
Então vamos ao que interessa.
Lendo uma postagem de um blog que conheci recentemente, por meio da Lu, Borboleta, lembrei-me de tempos especiais.
Para ser exata, tempos em que eu tinha apenas 20 anos (hoje quase 30) e abandonei a cidade, me mudando para Curitiba, no intuito de transformar o mundo (crise dessa idade).
Bem, se lembram do livro Causa Nobre que já indiquei aqui?
Tudo iniciou de forma parecida com a da personagem. Namorava um menino que ia se mudar para uma tribo indigena lá pelos lados do norte. Eu, lógico, queria ir...
Por ele. Por mim. Pelo índios.
Mas o namoro acabou, ele foi para a tribo e eu para Curitiba.
Não mudei o mundo, mas fui morar em uma comunidade carente nesta cidade (acreditem, há pobreza e principalmente desigualdade naquele local).
De lá, fui para Ipameri, no estado de Goiás, onde conheci pessoas fantásticas e tão generosas que engordei 6 kilos em apenas 1 mês de estadia. Apresentava peças em escolas e discutiamos vários temas com a moçada. Me diverti muito e adquiri um conhecimento prático e de convivio super bacana. Depois fui morar em Ceilândia, no estado do Distrito Federal - o deserto do Brasil. Lá, além de vivencionar a violência e o tráfico - tão presentes naquele contexto -, descobri -me enquanto um ser político, e daí em diante, surgiu meu interesse pela política - interesse de conhecimento e participação política, não de partido.
Foram 6 meses que mudaram o percurso da minha vida, pois ao voltar para Belo Horizonte, decidi que iria lecionar para crianças em situação de risco.
Primeiramente, trabalhei como voluntária em uma ONG que possui algumas casas lares e abrigos e, após um ano como voluntária, fui contratada como Educadora Social.
Uma vez que já não morava com meus pais, deixei minha casa e fui morar com aquelas crianças. Convivendo com suas dores, dilemas, abandono, tristezas, vicios...
Compreendo que crianças sempre foram minha fraqueza, ou fortaleza, vai saber. Desde que me entendo por gente atuei em algum projeto direcionado à elas.
Não sei se essa identificação surge da fragilidade, ou da necessidade de que de alguma maneira eu mude o que ocorreu comigo.
Constantemente, tenho a sensação de que meus olhos refletem a dor delas - uma das dores que há em meu ser.
Isso acaba por refletir em algumas coisas apresentadas aqui, como isso: Ela, e não eu.
Contudo, o que mais me tocou naquele instante e o que tornou tudo mais interessante, é o fato de ter ido tão cheia de mim, pensando ter tanto a acrescentar, e dessa forma, me orgulhando de abandonar algumas coisas para desenvolver aquele trabalho. No entanto, o retorno e o aprendizado, veio delas - as crianças. Da forma como elas iam compartilhando sorrisos; lágrimas; amor; raiva; amargura; dores. E tantas outras coisas.
Naquele mundo tão delas. Meu. Nosso.
Mas um dado momento, percebi que queria fazer mais, ir além. Diante disso, saí para estudar e especializar na área de Direitos Humanos.
Atualmente, não tenho um contato constante com a maioria, encontro vez ou outra um na rua, ou em alguma vila que vou visitar. Mas também encontro-os em meus báus e gavetas, onde habitam registrados com muito amor.

Sinceramente, não sei se retornarei a atuar com crianças, mas tenho me empenhado em conquistar meus sonhos, que inclusive, já foram partilhados aqui: A igualdade é branca?
Para quem sabe assim, de alguma forma, atuar pela mudança do nosso mundo - nem que seja um mundo meu. Pequeno. Uma casa. Um bairro...
Essa sou eu na foto, foi em uma apresentação de teatro em uma das Vilas de Belo Horizonte, eu representava um pintor com ar de artista plástico (risos).
Quem me conheço pessoalmente, vez ou outra diz algo como: você é boa. Gente, por favor, eu não sou boa. Antes o contrário, vez ou outra deparo-me com meus monstros e demônios. Talvez por isso mesmo faça algo para me redimir, uma vez que constantemente me deparo com um espelho límpido que me revela um eu egoísta e frívolo.
Contudo, com minhas ações, aprendo a dialética de se doar. E sucessivamente, recebo muito mais do que me empenho em dar.
[a primeira imagem vai para Lu, minha querida Borboleta nos olhos, na garganta e no coração. De onde conheci o blog que trouxe-me esse deliciar-me em lembranças, e que tem trazido tanto mais sobre ser mulher]
[a última vai para a Re, minha inspiração em trabalhos com crianças, voltados para o amor e cidadania]
Amor e outras coisas
AMOR ? - O FILME
Vi o trailer do filme Amor? quando assisti Biutiful.
Nesse dia, eu estava acompanhada com o meu ex.
Após 7 meses distantes, naquele momento, haviamos resolvido sair como uma forma de nos reaproximar.
Ao ver o trailer, imediatamente nos olhamos e comentamos que iriamos assistir juntos.
A príncipio, não sabia que se tratava de um filme sobre violência nas relações afetivas. Mas em outro momento, quando fui para assistir O Discurso do Rei, percebi do que realmente se tratava.
Desde então, aguardava ansiosamente por assisti-lo.
No entanto, após a estréia, acabei ficando meio relutante. Talvez pela reaproximação não ter dado certo, ou quem sabe pelo fato de saber que o tema do filme falaria muito a mim. Impactanto meus valores e sentires.
Infelizmente, após essas duas semanas em cartaz, o filme já não se encontra em exibição em muitos cinemas. Aliás, no momento, somente em uma sala e um horário no Usina Belas Artes.
E ontem, finalmente criei coragem para ir vê-lo.
Inicio de noite, cinema vazio, e nós - eu e o filme.
O longa-documentário possui uma trilha sonora fantástica, são histórias reais contadas por atores como Eduardo Moscovis, Ângelo Antônio, Julia Lemmertz, Lilia Cabral, entre outros.
As histórias, são de uma profundidade que mergulha em nosso ser, adentrando as câmaras mais profundas.
No entanto, apesar do filme apresentar o contexto do violentador e do violentado, sai de lá com uma necessidade de que se falasse mais a respeito da violência psicológica; aquela que não chega ao físico, mas é tão marcante quanto esta, ou até mais.
Ao ouvir os relatos fui me identificando com algumas falas. E apesar de jamais ter sofrido violência física, convivi com a violência piscológica quando morava com meus pais, o que ele ainda tenta fazer quando nos falamos.
Reconheço que suas palavras de domínio e poder até hoje refletem sobre minhas ações. Vez ou outra descubro o medo habitando em mim. O desamor por mim mesma. Entre outros traumas causados por isso.
Nesse sentido, conheço na pele o impacto que isso causa em alguém.
Pensei que ao sair de casa, as coisas iriam melhorar; diminuir. Contudo, percebi que não é bem assim, o pouco contato que ainda existe, me mostra que meu pai ainda se esforça para manter o controle. Impondo-se sobre mim.
Além disso, ao assistir ao filme, percebi que vivi uma relação quase doentia com meu ex, onde havia muita dor e mesmo assim, insistiamos em nos maltratar.
Ontem, agradeci à Deus por jamais ter chegado no nível da violência física.
Quanto mais se desenrolava o filme, mais me identificava nas falas de alguns personagens. Naquela que comenta sobre sua necessidade em ser elogiada pelo parceiro.
Em outra que conta sobre sua iniciação violenta dentro do próprio seio familiar, e em outro que apresenta o amor de forma tão poética - o amor que sangra por dentro e por fora.
Enfim, a pergunta ainda permanece, o que será o amor?
O MEDO QUE ME APRISIONA
Quanto mais passa o tempo, mais me deparo com um medo que reside em mim.
Um medo que não paga aluguel e se apropria de tudo que me habita.
Um medo que se esforça por impedir-me de viver.
Um medo que teima por aprisionar-me.
De forma insegura, me esforço por enfrentá-lo. E paulatinamente avanço.
Mas vez ou outra escuto o ringue batendo e no fundo uma voz que diz: eu venci.
Nem sempre essa voz é a minha.
No entanto, com todos os tremores em meu corpo, as náuseas e as cólicas, encaro-o.
Ontem, foi um desses dias.
E no final, ele se mostrou tão frágil que simplesmente chorei.
Chorei por me descobrir ainda tão temerosa diante de algo frágil. Mais ainda do que eu.
Em meu ser, um desejo. Aquele de ser um humano mais parecido com alguns amigos que não possuem medo.
Reconheço que este pode ser superado, e quando superado gera alegrias inefáveis. Contudo, não ter medo também me alegraria demasiadamente.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
O maior amor humano
Por amor, sou capaz de acreditar no dia das mães.
Defendendo-o com unhas e dentes.
Sou capaz até de comprar e dar presente à minha mãe.
E quando distante, ligo para desejar o feliz dia dela.
Por que faço isso?
Pelo simples fato de que ela não é obrigada a acreditar em minhas ideologias.
Eu, a filha, acredito na mercantilização de datas. Entre elas, o natal, o reveillon, a páscoa, o dia dos namorados, dos pais. E claro, das mães.
No entanto, independente da minha crença enquanto indivíduo, sou filha.
E como diria uma propaganda de cartão de crédito: Ver o sorriso dela nos lábios, não tem preço.
A IRONIA DA VIDA
Não estive por aqui no fim de semana, pois ironicamente minha mãe passou mal no sábado - ficamos no hospital entre às 20:30/03:00 -, e domingo, cuidei dela, do almoço e da casa.
Como comentei em alguma postagem anterior, não moro com meus pais, mas vez ou outra vou visitá-los, e isso, independente de datas comemorativas.
No hospital, fiquei pensando nas senhorinhas abandonadas pelos seus filhos. Deixadas em hospitais, asilos e até mesmo em suas casas.
Senhorinhas como uma vizinha minha, cujo filho é tão distante, que nem ligou na data de ontem e, raramente o faz em outras datas.
Após passar o fim de semana cuidando da minha mãe, fui para minha casa, buscando refúgio e descanso, mas antes de entrar em casa, fui diretamente até a senhorinha dar um abraço e desejar feliz dia das mães. Ao abraça-la, percebi que seus olhos estavam iluminando aquele ar doce, solitário e lacrimoso.
Enquanto descia as escadas para chegar no meu apartamento, fiquei pensando em quais são os motivos que fazem com que um filho abandone seus pais, e olha que a minha vida é um exemplo de vários, contudo, eu jamais faria isso.
Posso me distanciar, mas jamais abandonar.
Pensei ainda em quantas não foram às senhorinhas que passaram o dia de ontem distantes de seus filhos?
Distante devido ao abandono. A morte...
Filho, quando perde a mãe ou o pai, torna-se órfão.
Marido e mulher, quando perdem um ao outro, torna-se viúvo.
Mãe, quando perde um filho, torna-se o quê?
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Vende-se Máscaras e Sorrisos de plástico

No entanto, tenho estado tão inquieta quanto a isso, que faz-se necessário vomitar.
O fato é que, aqueles que me são próximos, de uma proximidade íntima, sabem muito bem o que menos me agrada na humanidade - hipocrisia.
Inclusive, sobre essse tema eu já falei aqui: A maior doença humana
Mas no universo denominado "Keila " há outras coisas que me incomodam quase tanto quanto a hipocrisia, posso incluir aqui julgamentos pré concebidos, desrespeito as diferenças, falta de gentileza, máscaras e sorrisos de plástico (se bem que tudo isso diz respeito a mesma, não é?).
Para dar continuidade, preciso contar-lhes que sou cristã, mas sou cristã sem igreja. Considerada herege para os que a frequentam e puritana para alguns do meu convívio.
Como disse, sou cristã, mas sublinho que, anterior a minha escolha de religião, sou a Keila. Um indivíduo. Uma filha. Uma futura mãe. Uma amiga. Uma estudante. Um ser.
E enquanto cristã, entendo que Cristo é centro de tudo em minha vida, mas de forma nenhuma anula o meu eu. Antes o contrário, confirma-o.
Para que fique claro, a discussão aqui não é religião, mas o ser.
Afinal, podemos ser hipocrita em qualquer lugar. Assim como utilizar máscaras e sorrisos de plástico.
Ok, não vamos generalizar. Mas convenhamos, levante a mão quem jamais se sentiu preso...ou com a simples sensação de não poder ser.
Me falem mais, quais foram os locais ou os momentos em que tiveram essas sensações?
Posso listar?
Contudo, as vezes, pelo terror do abandono, acabamos acreditando e aceitando essa proposta.
Nesse sentido, compramos essas máscaras e sorrisos de plástico.
"Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece..."
quinta-feira, 5 de maio de 2011
A dor do corpo que ama

Dor e cansaço se fazem presentes nesta data.
A dor do corpo que ama e dos olhos que te viram ontem.
Um ontem de cores tristes e sensações intensas.
O cansaço de um corpo que insiste em te sentir.
Da pele que chama seu nome.
Do peito que bate por ti.
Descubro que "são tempos difíceis para os sonhadores."
E nesses momentos, a luz insiste em não brilhar, restando à escuridão tornar-se latente.
Acendo a vela, mas não há luz.
Por dias tudo se torna breu.
"Há dias está tudo escuro e a luz da vela em cima da minha mesa não vai acordar ninguém."
Ao meu coração, só resta esperar que o dia se vá.
Enfim, ''Hoje eu só quero que o dia termine bem."
terça-feira, 3 de maio de 2011
Novos devaneios
AS MÚSICAS QUE ME CONQUISTAM (E VICIAM)
Certa vez, falando sobre o ser intensa, comentei que ouço a mesma música repetidamente.
E isso é exatamente o que tem ocorrido desde que me apropriei das músicas da Adele.
Cada semana uma me escolhe, e fica lá martelando meus ouvidos e sensações.
Semana passada não conseguia parar de ouvir "Hometown Glory".
Já nessa semana, fui conquistada por Daydreamer e o seu emblemático "Sonhador Acordado". Identificação com o personagem?
É claro!!!
SONHADOR ACORDADO
Sonhador acordado, sentado no banco, absorvendo o sol.
Ele é um amante verdadeiro, inventando o passado e
tateando sua garota como se nunca tivesse sentido sua silueta antes.
De cair o queixo, ele é bonito.
Enquanto anda é o assunto da conversa deles.
Ele seria difícil de ser perseguido mas bom de pegar,
e ele poderia mudar o mundo com suas mãos atrás das costas.
Você pode encontrá-lo sentado no degrau de sua porta,
esperando pela sua surpresa e parecerá que ele estará lá por horas,
e você pode dizer que ele estará lá pela vida toda.
Sonhador acordado com olhos que lhe fazem derreter.
Ele empresta seu casaco por abrigo porque ele está lá por você,
quando não devia estar.
Mas ele é sempre o mesmo.
Espera por você e enxerga através de você.
Não há jeito que eu poderia descreve-lo,
tudo o que digo é somente o que eu espero.
Mas eu vou encontrá-lo sentado no degrau de minha porta,
esperando pela surpresa.
E parecerá que ele estará lá por horas.
E eu posso dizer, ele estará lá para a vida.
[Tradução da música Daydreamer]
INDIFERENÇA
Essa palavra tem martelado minha cabeça, e a dor tem sido forte, contínua e aguda.
Érico Veríssimo acredita que, "o oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença."
Nesse sentido, concordo com ele.
Porém, percebo que em muitos momentos a indiferença faz-se necessária, como quando PRECISAMOS partir para outra realidade (observem que não escrevi esquecer determinada situação ou pessoa).
E se assim fosse, seria muito bem vinda.
Contudo, sou daquelas que gosta de fechar o cíclo das coisas.
Portas e janelas abertas sim, mas há certas coisas que não devem continuar presa a nós, e muito menos nós a elas.
Dentro desse universo de necessidade de fechar ciclos, amor antigo e nova realidade, a indiferença tem criado tumultos em mim.
Gritos que não são ouvidos de fora, mas que estão em cada célula da pessoa que vos fala pertubam meu ser.
Gritos de indiferença.
A indiferença de não ter mais a presença do bêbado da madrugada.
A indiferença de não ser mais o fantasma de alguém.
A indiferença de não ter e-mails respondidos.
A indiferença de não ser convidada para o aniversário.
A indiferença de...
Ainda amar e não saber se sou amada.
Perceberam que quem está sendo indiferente nessa situação não sou eu, não é!?
Nesse sentido, ser indiferente é pior do que serem indiferente a você?!
Para mim não.
Quando há a presença da indiferença, deixo de ser eu - como falei no post passado -, mas ser a pessoa que padece da indiferença também causa dores por aqui.
E no fundo, uma saudade.
Dele?
Não.
Do meu bom humor. Do meu sarcásmo. Do ânimo pela vida.
Pelas coisas que me representam.
Pelo que me torna mais eu.
Aqui dentro - meu refúgio -, um pesar.
Uma sensação de morte.
Um querer gritar, mas não mais poder.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Dor de ser

Junto à eles encontra-se Caio Fernando Abreu, "inventário do ir-remediável" - a primeira obra publicada pelo autor e a primeira dele que leio.
Fui instigada a lê-lo por meio de vários blogs. Conhecia algumas citações dele, havia assistido algumas entrevistas, mas nossa aproximidade ainda não havia acontecido.
Semana passada baixei vários livros dele, mas lendo o próprio comentário do autor, iniciei um processo de reflexões acerca do remediável e ir-remediável.
Agora, eis-me aqui, degustando do saber C.F.A.
No momento, não falarei muito sobre a obra, apenas deixo um fragmento de um dos contos:
"...nunca antes uma coisa nem ninguém me doeu tanto como eu mesmo me dôo agora mas ao menos esse agora eu quero ser como eu sou e como nunca fui e nunca seria se continuasse..."
DO MEDO DE NÃO SER

Não sou das mais comunicativas e nem me uno a grupinhos para desenvolver conversas sobre homens, roupas e a vida como geralmente é observada.
Fico mais reservada nos meus momentos de intervalo, mas quando solicitada faço questão de ser prestativa e gentil.
Trago pastel e pão de queijo - coisa bem mineira -, quando as vacas estão mais gordas, ensino o serviço, ajudo nos procedimentos que não são do meu setor.
Enfim, por ser uma das adeptas da boa gentileza faço questão de agir assim em qualquer lugar.
No entanto, fui taxada de folgada, e isso, pelo fato de uma vez ou outra pedir que alguém traga um pão do refeitório para mim. Momentos como quando chego atrasada e quando recebo visita. Ou seja, momentos em que sair de onde estou é impossível.
O fato é que essa situação desencadeou dores mais profundas do que imaginava, pois como fiquei extremamente machucada, passei a tratar as pessoas de maneira indiferente. Porém, o mais doloroso desse ocorrido, foi deixar de ser quem sou - gentil.
Após um mês a dor foi diminuindo e mesmo que ela ainda se faça presente, voltei a ser eu. Puxando ligações quando a menina da recepção está atolada de serviço, ensinando coisas que eles não o sabem. Oferecendo uma coisa aqui e outra ali. Não evito ou rejeito a dor, simplesmente não permito que ela - a dor da mágoa - seja maior do que a dor de deixar de ser quem sou.
E esta é uma das minhas maiores lutas: A briga diária com um mundo que me impede de ser o que sou, tentando moldar-me segundo suas expectativas.
"Não ser ninguém além de si mesmo num mundo que dia e noite dá o seu melhor para transformá-lo em outra pessoa significa lutar a mais dura das batalhas que um ser humano pode enfrentar, e que nunca deixa de lutar". E.E. Cummings
GATA EM TETO DE ZINCO QUENTE
Sábado acordei toda oriçada, tinha sonhado com Paul Newman em plena juventude - pouparei a todos dos detalhes do sonho. Mas fiquei tão inspirada que no domingo assisti o filme "Gata em teto de zinco quente", estrelado por ele - Paul Newman -, a saudosa Elizabeth Taylor e Burl Ives. O filme possui uma cena que cabe muito no contexto dessa postagem, em uma das cenas "o velho", interpretado por Burl Ives que sofre de fortes dores físicas e em sua alma, diz preferir a dor, pois esta mostra a realidade - sua humanidade.
Isso traz um impacto muito forte, pois seu personagem é um homem forte e que trata a todos de forma dura. Todavia, nesse momento de dor ele se percebe enquanto humano e, apesar de todos os contras escolhe sua frágil humanidade.
Esse tipo de filme a gente nem precisa indicar. É um filme que fala por si só.
Fiquei sabendo que o livro no qual a obra é inspirada apresenta o papel feito por Paul Newman de maneira diferente: um cara que ainda não tem sua sexualidade definida.
Fica aí uma sugestão para um remake fiel a obra literária.
Metamorfose

Com este mês, novas nuances no céu.
Uma metamorfose...
"A alma é uma borboleta...
há um instante em que uma voz nos diz
que chegou o momento de uma grande metamorfose..."
Para quem pediu, link do livro "Causa Nobre": http://ebooksgratis.com.br/?s=Causa+Nobre