Atitude do Pensar

Atitude do Pensar

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Secos e Molhados




A trilha de Secos e Molhados faz parte da minha vida, pela sua alegria e pelas reflexões trazidas.
Como não é possível saborear os shows do grupo e não me contento somente com o CD e com shows do Ney, acompanho a banda couver: Nem Secos e Nem Molhados.
Aquecendo para o show de sábado faço este post.

"Não vou buscar
A esperança
Na linha do horizonte
Nem saciar
A sede do futuro
Da fonte do passado
Nada espero
E tudo quero
Sou quem toca
Sou quem dança
Quem na orquestra
Desafina

Quem delira
Sem ter febre

Só o par
E o parceiro
Das verdades
À desconfiança"

[Delírio
Composição: Gerson Conrad e Paulinho Mendonça]

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dilemas pessoais

Desde criança convivi com dois dilemas: A perfeição que a religião impõe sobre aqueles que a professam e a liberdade contraditória que a sociedade oferece.
Quanto ao primeiro item, acabei passando por diversas igrejas, iniciando pelas tradicionais até chegar na última, uma comunidade alternativa, e que de certa forma ao conhecê-la me senti parte.
O problema é que quando convivemos, ou seja, nas relações sociais, acabamos constatando aquilo que tentamos ignorar: Não somos super heróis, portanto, estamos suscetiveis a muitos erros.
Dentro disso, uma das coisas que mais prezo é a veracidade daquilo que sou, assim como encontrar isso naqueles que fazem parte da minha vida.
Não me preocupo se a pessoa é puta, drogada, desbocada, contraditória, aliás, até me sinto mais a vontade com pessoas assim, como diria minha migucha: É gente da gente.
Nisso, o que irei realmente valorizar é a capacidade de reconhecimento de sua fragilidade, e isso, infelizmente, é muito raro, principalmente no contexto religioso.
Portanto, as decepções com as pessoas foram tantas que tenho um certo nojo de algumas e atualmente evito contato, pois não sei fazer sorriso de plástico.
Sendo assim, resolvi ser uma pessoa que tem uma fé, mas não vai à igreja. Até porque não vejo um templo como um lugar de habitação de um ser celestial, mas um local de compartilhar a vida. Mas eis a questão: Como se mostrar para aqueles que esperam perfeição em você?
Será impossível?
Acho que não.
Permaneço tendo contato com poucos desta época, mas estes poucos me conhecem e suportam enxergar a verdade daquilo que sou e sucessivamente tenho a oferecer.
Para que fique claro, não estou defendendo nenhuma religião e muito menos falando mal. A experiência é minha, e, portanto, estou falando baseada na minha vida.
E religião, na minha concepção é algo que deve te fazer bem e não te aprizionar. Não posso acreditar em algo ruim, que não gera em mim leveza.
Somos tendenciosos a criar imagens de pessoas e deuses segundo a nossa prórpia imagem, sendo que nossa visão muitas vezes é distorcida, mas isso posso falar mais profundamente no futuro.
Quanto ao segundo item: a liberdade, temos um mundo publicitário que incita o tempo inteiro a fazer parte de uma vida permeada de relações liguidas...
Com isso, nos perdemos cada vez mais...
E o pior: Pensamos estar vivendo enquanto no fundo estamos nos enganando. Dois autores que me identifico muito discutem essa era contemporanea, BOURDIEU e BAUMANN. Suas colocações estão relacionada a uma falsa visão que temos, as falsas expectativas, ou seja, a ilusão de uma vida que segundo eles nem pode ser chamada de vida.
Concluo com o seguinte questionamento: Nas minhas experiências ao longo desses 29 anos conheci algumas coisas e posso dizer que não me tornaram um ser livre, aliás, será que isso é possível???
Até que ponto temos o direito de escolha?
Existe liberdade em sua amplitude???

[Ah, após o turbilhão de tristeza de ontem, ri e chorei muito, então estou pronta para a semana]
Que ela seja boa para nós!
A imagem: Não tem muito a ver com o texto, mas tem a ver comigo...

domingo, 28 de novembro de 2010

Desabafos


A semana foi tensa, não passei bem de saúde, perdi mais uma semana de aula, mas na sexta resolvi encontrar com as amigas...noite da mulherada...
Meu primeiro dia como SxE durou poucas horas. Não resisti a um café com wisky e em seguida tomar uma devassa morena (cerveja)...
A conversa foi tão tão boa que minha saúde melhorou...
Minha alma encheu-se de alegria e muitas reflexões perduram até esta data...
Sábado, consegui ir para mais uma sessão de tattoo, ri horrores com os amigos do studio de tatuagem e passei a noite cuidando da minha beleza (unhas).
Antes de dormir assisti um filme que me identifiquei muito: Sob o sol da Toscana, inclusive descobri que preciso ir urgente para a Itália, já é o 2º filme no mês que me convida a isso...rsrs
Todavia, nem tudo é flores, hoje, dia de almoçar com os pais, uma puta briga com meu pai...sai chorando pela rua e estou arrasada.
É incrível a força que estes seres possuem sobre nós, não moro com eles há uns 8 anos, mas meu pai insisti em ter controle sobre mim, acha que não sei de nada, que sou uma completa imbecil, enquanto ele é o super homem, que tem grana e manda em todos. Inclusive em minha mãe!
Não suporto ver ninguém maltratar ninguém, ainda mais quando este alguém é minha mãe, a pessoa mais humilde, batalhadora e fofa que conheço, o coração mais bondoso do mundo.
Me agredir com palavras, mesmos que essas sejam falsas, posso suportar, mas minha mãe, não!
Por que as pessoas insistem em querer ter poder sobre os outros, em sub-julgá-los...
Para que isso?
Pra que sentir-se melhor do que os outros???
Por que não viver uma vida harmoniosa?
Por que não valorizar o que se tem?
A pior mentira é a que contamos a nós mesmos.
Portanto, ao agir dessa forma, como superiores, enganamos a si.
Vestimos uma couraça, uma capa, uma máscara de fodão enquanto não enxergamos o trapo, a imundícia de quem somos...
Isso não é viver!
Isso é uma ilusão!
Por isso, prefiro ser quem sou, com todos os defeitos e as qualidades, que inclusive, são mutáveis.

"E lá se vai mais um dia..."

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

sXe


Nunca fui a favor de opções radicais.
Tenho amigos veganos, Straight edge, assim como tenho amigos totalmente drogados e prostituidos.
A escolha é deles, não me diz respeito.
Inclusive, já enfrentei alguns veganos radicais no decorrer da minha vida. Houve uma época em que ficava com um carinha vegano e segundo ele só ficava comigo por eu ser vegetariano. Pois é, não aguentei, cai fora.
Por mais que eu tenha meus momentos de ódio a humanidade e seja vegetariana por amor aos animais não concordo em tratar melhor um do que o outro. Principalmente, quando o outro é um ser humano.
Amo animais, me dou muito melhor com eles, o Woody que o diga, mas me revolta ter a bandeira de luta em defesa deles e não lutar pelo futuro dos meus futuros filhos.
Lógico que respeito, cada um na sua, mas exigir isso de mim é demais.
Aliás, qualquer coisa que me dê a sensação de alienação é foda!!!
Mas como estava falando, tenho repensado em minha vida, o último porre não me fez nehum bem, antes o contrário, a ressaca permanece.
Não ter controle sobre o meu corpo e mente é foda, por isso sempre preferi ter uma vida equilibrada, mas também acabei me cansando. Ter equilibrio é um saco, mas ser radical também.
Então, penso que pararei com minhas cubaslibres, vinhos e cerveja...
Se não faz bem o jeito é cair fora.
Quem sabe não me torne uma straight edge. Que Deus me ajude a não ser radical, caso isso ocorra, caio fora.
Ah, e nada de tatuagem de X, estou satisfeitas com as minhas...
E já cansei de hard core...
A vida é assim, uma constante mutação.
Abaixo um pouco sobre a história e filosofia do sXe.

Straight edge
Origem: Wikipédia.

Membros do movimento straight edge podem escolher demonstrar as causas que apóiam.Straight Edge (abreviado para sXe ou SxE) é um modo de vida associado a música Punk/Hardcore. Ele defende a total e perene abstinência em relação ao tabaco, álcool e as chamadas drogas ilícitas.

Teve como precursores a banda de Hardcore Minor Threat, que ficou famosa em todo o mundo, mas foi mais famosa em países industrializados como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e parte da Europa Ocidental. Embora os straight-edgers ou "edge kids" não se identifiquem com uma visão de mundo particular nos pontos de vistas sociais ou políticos, muitos deles estão associados à preceitos como o anarquismo, vegetarianismo, veganismo, socialismo, sustentabilidade e movimentos ecológicos. Em correntes minoritárias, ideologias conservadoras e religiosas e pontos de vista de extrema direita também estão presentes, ainda que maior parte dos Straight Edgers sintam profunda aversão a elas e ao preconceito de maneira geral, seja racial, nacional, sexual, etc.

Entre bandas straight edgers podemos citar além do Minor Threat, Youth of Today, Teen Idles, Gorilla Biscuits, Lärm, Bold, To See You Broken etc.

Visão geral
Straight edge pode ser definido como uma anti-contracultura, modo de vida, ou como uma forma de resistência, abstendo-se de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas.

A idéia surgiu com o início da cultura punk, no meio de jovens de culturas distintas que simplesmente não queriam fazer uso de drogas ou de bebidas alcólicas para se divertir.

Existem inúmeras razões pelas quais se escolhe ser "straight edge". Alguns o utilizam como um fundamento porque crêem que desta forma estarão mais envolvidas com sua saúde física e mental. Existem também os que se identificam com o movimento por partilharem da opinião de que a consensualização atual do uso de substâncias alteradoras do humor contribui para a anestesia política e contenção da contestação.

Quem adota esta postura procura uma forma de resistir, através da contracultura, à pressão social que incentiva o consumo de álcool, cigarro e drogas ilícitas.

Grande parte escolhe por ser vegetariano ou vegano, ainda que muitos não vejam nenhuma ligação entre o seu ideal e o vegetarianismo ou veganismo. Da mesma forma, muitos edgers optam pelo ateísmo ou cristianismo, de modo a assumir total responsabilidade por seus atos.

O 'X'
Durante uma turnê do Teen Idles, eles tocaram em um bar de São Francisco, Califórnia, chamado Mabuhay Gardens, onde se marcavam os menores de idade com um X na mão. Assim, os garçons não vendiam bebidas alcoólicas para eles. A banda gostou tanto da idéia que levou-a para casa, onde vários clubes e bares adotaram a mesma política. Com o tempo, os adeptos da filosofia Straight Edge começaram a usar o X até fora dos bares, e mesmo depois de completarem a idade legal para beber. Assim, ele acabou se tornando o símbolo do movimento.

Algumas pessoas Interpretam os três “X" como a representação de "corpo", "mente" e "alma". Outros como símbolo da letra da música "Out of step" do Minor Threat: "I Don't Drink, I Don't Smoke, I Don't do drugs - At Least I can fuckin' think! [...]" (Eu não bebo, eu não fumo, eu não me drogo - Pelo menos eu consigo pensar, porra!). Na verdade, os três xis (XXX) tiveram sua origem em um trabalho artístico feito pelo baterista do Minor Threat, Jeff Nelson, no qual foram substituídas as três estrelas da bandeira da cidade natal da banda (Washington D.C.) pelos xis, usado na capa da coletânea "Flex Your Head" (lançada pela Dischord Records em 1982).

É muito comum tatuar o símbolo do X tanto na mão quanto em outras partes do corpo, ou usá-lo em roupas, button, patches, etc…

O X é considerado uma marca de negação e identidade. Colocá-lo em um nome pessoal ou de banda é uma prática comum para os straight edges.

Para algumas pessoas, o X é encarado como um rótulo, ou como uma espécie de segregação, elitismo. Na verdade, desenhá-lo tornou-se algo (contra)cultural para os adeptos, assim como os rebites e moicanos da cultura punk.
Origens
No livro Our Band Could Be Your Life, MacKaye coloca que ele e seus amigos perdiam shows de suas bandas favoritas porque nas casas de shows que elas tocavam serviam bebidas alcoólicas. E em qualquer estabelecimento em que seja servido este tipo de bebida, em Washington, os menores de 21 anos não podem permanecer.

A banda de MacKaye, Teen Idles, fez uma turnê na costa oeste em 1980. Em São Francisco no Mabuhay Gardens, o dono do clube foi simpático aos jovens que queriam ver suas bandas preferidas e adotou a prática de marcar um grande "X" nas mãos dos adolescentes com uma caneta permanente de modo a prevenir ao barman que aqueles indivíduos não tinham a maioridade exigida para consumo de álcool.

Quando retornaram a Washington D.C., MacKaye deu a sugestão a vários donos de casas de show da área, para igualmente permitir a participação dos adolescentes de sua região nos shows, sem que consumissem álcool. Muitos clubes começaram a adotar o "X" e este veio a se tornar o símbolo máximo da abstinência quanto a álcool e drogas no meio. O EP dos Teens Idles, "Minor Disturbance", lançado pela influente DIY label Dischord Records em 1980 trazia duas mãos com o X na capa. Este EP marcou o inicio do que viria a ser a cena straight edge com o hardcore e o punk.

Existem diferentes pontos de vista no que diz respeito à origem do atual termo "straight-edge". A explicação mais comum é a de que foi criado pela banda Minor Threat em meados dos anos 80; o modo de vida straight-edge, que começou logo depois, está definido basicamente pelas letras do Minor Threat, como em Out of Step e Straight Edge. O 'movimento', ainda assim, nunca foi defendido pelo cantor Ian Mackaye, que achava que eram apenas escolhas pessoais que cada um fazia para sua própria vida e que ele fez para sua própria.

Existem evidências que o termo "Straight Edge" foi usado para indicar um estilo de vida vegetariano ou vegano no século XX. De acordo com artigos do BoingBoing [1] e Beatrice.com [2], existia um restaurante de comida vegetariana chamado "Straight Edge Kitchen" na cidade de New York na vila de Greenwich e mostra uma série de fotos e ilustrações de 1906 de um jornal chamado New York World que documenta um grupo de straight edgers comendo no restaurante.
A Cena Straight Edge
A cena da música Hardcore é/era vista por todos os que não estavam familiarizados como um todo de crianças raivosas, unidas com o propósito de fazer uma música rápida e anti-reacionária, na esperança de remodelar a sociedade que eles consideravam opressora. Ao menos a maioria das bandas de hardcore compartilham alguns destes temas em suas letras, políticas e atitudes que podem ir da direita para a distante esquerda, de extremos a moderados e da hostilidade para a hospitalidade.

O termo foi utilizado pela primeira vez na música "Straight Edge" e fez um apanhado de todos os conceitos que flutuavam nas mentes das pessoas na cena de Washington. Exatamente como muitos outros movimentos undergrounds, o straightedge estava formado. Muitos pregam a pureza completa do "militante", enquanto outros se policiam, sem querer se rotular como tendo o "edge". Alguns "garotos" straight edgers não utilizam o "X", por vários motivos, dentre eles o de fugir da auto-rotulação.

Enquanto a primeira leva do movimento straightedge se centralizou ao redor de Washington (Minor Threat, G.I., Faith) e nas bandas de Boston (SSD, DYS) de 1981-83, houve novas levas de bandas de todas as partes dos Estados Unidos e do mundo, se intitulando e propagando o “Straight Edge”.

Straight Edge no Brasil
O movimento sXe chegou ao Brasil aos poucos. Durante os anos 80, a postura era rara, mas presente em alguns indivíduos dentro da cena punk. O primeiro registro de algo relacionado ao Straight Edge no país é a foto na contracapa da coletânea "Grito Suburbano" (o primeiro disco punk lançado no Brasil, de 1982), do vocalista do Olho Seco, Fábio Sampaio com um X pintado na mão.

Em 1989 foi formada em São Paulo a primeira banda “Straight Edge” nacional, o Energy Induct, que, no entanto não chegou a gravar ou fazer shows. Um de seus membros fundou anos depois o fanzine e selo Liberation e integrou a banda Point of No Return. O No Violence, fundado também em 1989 também foi uma das primeiras bandas nacionais a ser associada ao movimento, mas nem todos os membros eram adeptos da idéia.

No entanto, os primeiros exemplos inteiramente “Straight Edge” só apareceram em 1993 com as bandas Positive Minds e Personal Choice (encabeçada pelo atualmente controverso Fabio 'Nene' Altro, atual vocalista do Dance Of Days). Poucos anos depois, o Positive Minds se transformou no Self Conviction, outra banda fundamental no início da cena no país. Todas essas bandas compartilharam membros e alguns deles formariam em 1996 o Point of No Return, que durante sua existência foi a mais conhecida e atuante banda “Straight Edge” do país.

Conforme surgiam as bandas, os membros e amigos (muitos ligados ao coletivo anarquista Juventude Libertária) passaram a organizar shows independentes, evitando bares e casas noturnas e inserindo algumas vezes atividades paralelas culturais e políticas. Estes shows foram o embrião da Verdurada, principal evento da cena “Straight Edge” nacional desde 1996, ocorrida inicialmente nos fundos de uma residência do bairro paulistano do Jabaquara, se mudando através dos anos para diversos galpões pela cidade, ocorrendo atualmente num galpão próximo ao metrô Jabaquara.

Em 1998 ano surgiu a banda Infect, formada por 5 garotas que tocavam um hardcore rápido e pesado, algo muito inovador para uma banda formada por garotas, visto que na época, era muito mais comum ver garotas tocando estilos musicais mais leves, como o rock ou até mesmo o punk rock. O Infect tratava em suas letras de temas como direito ao aborto, vegetarianismo, “Straight Edge” entre outros, e teve muito destaque dentro da cena “Straight Edge” brasileira e internacional, tendo seu material lançado na Europa e nos Estados Unidos.

Em 1999 surgiu no Rio de Janeiro a banda de metalcore Confronto, com Dudu Moratori no baixo, Felipe Ribeiro na bateria, Felipe Chehuan nos vocais e Max na guitarra. A banda Se tornou o maior nome dentro da cena Straight Edge com show em todo o Brasil e cerca de 4 turnês na Europa.

Recentemente a banda se prepara para o lançamento do dvd de 10 anos de carreira gravado em abril deste ano no Galpão do Jabaquara, além de uma apresnetação histórica ao lado das bandas Sepultura e Torture Squad no Festival Tomarock em Duque de Caxias.

Outra banda feminina que acrescentou muito a cena Straight Edge, com letras feministas, anticapitalistas, vegetarianas e ambientalistas foi One Day Kills, que surgiu no ano de 2000, e era formada por seis garotas que faziam um hardcore muito pesado com duas vocais guturais. Em seu site até hoje é possível encontrar textos que expressam a visão política que elas tinham com relação aos temas citados acima. As duas bandas fizeram shows inesquecíveis no festival Verdurada.

A Verdurada é um evento que mistura shows (na maioria das vezes de hardcore/punk, mas nem sempre) com outras atividades, como palestras, exposições e vídeos sobre temas políticos, culturais, ecológicos ou que sejam considerados relevantes por algum motivo. Alguns dos princípios básicos da organização são o não consumo e venda de álcool e cigarros dentro do local, o "Faça Você Mesmo", ou seja, a independência (nada de empresas ou patrocinadores por trás) e a auto-organização. O evento é realizado por um coletivo formado por pessoas ligadas à cena hardcore/straight edge.

Com o tempo diversos grupos copiaram o formato, gerando diversos eventos independentes, interligados ou não ao coletivo da Verdurada, como a Verdurada, os Libfests (ligado à gravadora inicialmente straight edge, liberation), Pirituba terror, Animal Liberation Fest, entre outros.

Gravadoras e o sucesso do Straight-Edge
Com a ascensão do Straight Edge, gravadoras começaram a embolsar dinheiro por conta do sucesso do SxE, além de importações/exportações, reavendo e afirmando preguiça e monopolismo no setor musical.
Bibliografia
(1) Sam McPheeters, Dave Stein, Jason O'Toole, Brian Baker, THE STRAIGHTEDGE MOVEMENT (Buzz 1987)
(2) Artigo em Inglês da Wikipedia

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Minha vida com a presença do Blues



A semana está assim:

Garganta inflamada, febre, dor pelo corpo inteiro, meu cérebro não quer funcionar e com razão...
Ainda bem que existe o Blues para afagar meu coração.
O Blues é um dos estilos musicais que mais gosto: Tanto por sua sonoridade e sentimento, quanto pela sua história.

"O Blues nasceu como a voz dos escravos dos campos de algodão do sul dos Estados Unidos. Eles cantavam durante os trabalhos nas plantações para aliviar a dureza do trabalho.
Enquanto os negros soltavam suas emoções, os brancos viam o lado prático da coisa. Para os fazendeiros, as work-songs (canções de trabalho) ajudavam a imprimir um ritmo ao trabalho no campo e deixavam os escravos mais alegres. A partir da década de 1860, os spirituals - canções religiosas entoadas pelos negros africanos desde sua chegada à América - sofreram uma mutação fundamental. Além de apelar para Deus, os escravos começaram a curar suas dores de amor através da música.
O Blues é, também, o lamento do andarilho das estradas, o mesmo que chegou até as cidades, adotou o microfone e a guitarra elétrica.
Criado no século passado, ele tomou sua forma final somente a partir de 1900. As primeiras gravações datam dos anos 10. Mas o Blues esperaria um pouco mais para florescer graças ao talento de Big Bill Broonzy, Bessie Smith, Muddy Waters, Otis Spann, Bo Diddley, B.B. King, Lowell Fulson, John Lee Hooker, Howlin, Wolf, Sonny Boy Williamson, Memphis Slim e Buddy Guy.
A transgressão não estava somente na conotação amorosa e sexual das letras do Blues. No formato musical, o estilo também marcou uma ruptura. "

Espero que ele traga a cura para esse mal estar...
Já viu, né, quando o corpo está doente invade a alma...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Me acender



Para hoje isso:

Me Acender
Como uma flor esperando para desabrochar
Como uma lâmpada em um quarto escuro
Eu estou sentada aqui esperando você
Voltar para casa e me acender

Como um deserto esperando pela chuva
Como crianças da escola esperando pela primavera
Eu estou sentada aqui esperando você
Voltar para casa e me acender

Meu pobre coração, está tão escuro desde que você se foi
Afinal, você é o único que me apaga
Você é o único que pode me acender novamente

Meu hi-fi está esperando por um novo som
Meu copo esperando por alguns cubos de gelo
Eu estou sentada aqui esperando por você
voltar para casa
e me acender

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O mundo e eu



"Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece..."

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Devaneios do fim de semana

Resumo do fim de semana:

Sessão de cinema lotada (não pude assistir);
Lembranças do ex;
Muita cuba libre;
Amnesia;
Ressaca;
Ressaca moral;
Brincadeiras com o afilhado;
"Um beijo roubado";
Enjoada da companhia;
Torpedos carinhosos com o ex;

Hoje:

Ainda de ressaca (as duas);
Ainda enjoada da companhia (alguém vai sofrer);
Nada de aula;

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Afagos no coração



"Dia de luz, festa do sol"

Falando de mimos que afagam o coração: Já há algum tempo tenho tido vontade de escrever sobre as singelas alegrias da vida, como ir ao banheiro quando estamos apertados, uma roupa quentinha quando está frio, um abraço apertado de quem gostamos, um copo de água no calor, um beijo no olho (lembrando do Fabuloso Destino de Amelie Poulan, meu filme predileto), ouvir aquela música que toca nosso coração, uma boa noite de sono, um banho antes de dormir, chegar em casa e tirar o calçado, sair correndo pelado pela praia (ops, essa é para um amigo meu)...

Bem, coisas simples, mas que geram alegrias infindáveis.
São expressões de carinho que alteram o fluxo da minha vida.
Como por exemplo o sms que recebi da Su ontem. Tinha sonhado com ela na noite anterior (sabe, tenho essa ligação com sonho, inclusive as vezes tenho a sensação de ser a pessoa que mais sonha, talvez por isso acorde tão cansada pela manhã) e fiquei muito feliz pois senti essa ligação de alma.

Outro exemplo: Hoje na hora do rush, aquela que é impossível não estressar, recebo outro sms de um amigo. Coisa fofa gente.

Valorizo muito essas coisas, pois não sou dotada de muitos amigos, mas amo muito os poucos que fazem parte da minha vida.
Esses seres especiais que geram afagos em meu coração, principalmente por não exigirem além do que sou, me respeitando nos momentos de solitude e não se distanciando ao ponto de permiter que eu os esqueça.

Um excelente dia para eles e para quem passa também!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Em algum lugar do passado


Em alguns instantes nesses dias tenho me pegado remexando nas gavetas do passado...

"Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor"

Cazuza
Composição: Cazuza / Ezequiel Neves / Reinaldo Arias

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Doce e amargo


Adoro seriados, entre eles: Dexter, Carnivale e House.
Esta última, por seu protagonista, é a mais interessante de todas.
Gregory House (Hugh Laurie) é peça rara e apesar de saber que não aguentaria ficar um segundo próximo a ele não resisto aos seus encantos.
Ranzinza, estúpido e inteligente House sempre tem ótimas tiradas com sua "franqueza".
Sendo assim, algumas frases que me marcaram:

"Bizarre is good! Common has hundredsof explanations. Bizarre has hardly any." - "Bizarro é algo bom. O comum tem milhares de explicações. O Bizarro dificilmente tem alguma."

"It's a basic truth of the human condition that everybody lies. The only variable is about what."- "É uma verdade da condição de ser humanos que todos mentem. A única variável é sobre o quê."
"I like you better now that you're dying." - "Eu gosto mais de você agora que está morrendo" -

"I'm the last person you'd ever come to for ethical advice, which means you've already asked every other person. No one's given you the answer you want." - "Eu sou a última pessoa que você procuraria por um conselho sobre ética,o que seguinifica que você jáperguntou a todas as outras pessoas. Ninguém lhe deu a resposta que você queria."

"The weird thing about telling someone they're dying is it tends to focus their priorities. You find out what matters to them. What they're willing to die for. What they're willing to lie for." - "A parte estranha de dizer a alguém que ela está morrendo, é que a ela tende a focar em suas prioridades. Você descobre o que realmente importa para elas. Pelo quê elas estão dispostas a morrer. Pelo que elas estão dispostas a mentir."

"Anyone can hate humanity after being shot. It takes a big man to hate them beforehand." - "Qualquer um pode odiar a humanidade depois de levar um tiro. É necessário um grande homem para odiar antes disso."

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O vício da medicridade


Tenho um sério problema com a mediocridade.
Deixe-me explicar: Não gosto de realizar trabalhos ou desenvolver ações e atitudes mediocres.
Na faculdade me esforço pelo melhor.
No serviço também.
Na minha vida em geral tento ser o mais perfeccionista possível.
Contudo, ultimamente tenho percebido algo muito estranho, quando estudo loucamente, não consigo obter o retorno que gostaria, e quando fico mais relaxada, no bom sentido, ou seja, levar com maior tranquilidade, vou bem.
Isso me incomoda, pois fiz um acordo comigo: Não vou fingir que estou estudando para não fingir que estou aprendendo.
Um bom exemplo é a prova de sábado: Estudei, mas sem tensão, nada muito sistemático e acabei tirando uma boa nota.
Isso é outra coisa que me incomoda: A nota
Me esforço para não ficar dependente disso, mas meu mestrado está em jogo e nesse sentido, preciso ter um bom histórico, portanto não consigo relaxar o quanto gostaria.

E no fundo, sei que a mediocridade é um grande engano, pois tende a nos levar a pensar somente no imediato, naquilo que é mais fácil, o mediano.
Então, o meu incomodo encontra-se aí: Ir pelo mais ou menos enquanto o que eu quero é a excelência.

Sendo assim, enfrento mais uma luta: não viciar na mediocridade, afinal, todos nós temos, em algum momento da nossa vida, oportunidade de expressar um pouco de mediocridade, mas há pessoas que são absolutamente viciadas.
A mediocridade é igual uma epidemia, cresce e se espalha.
Não há esfera da sociedade que não sofra de algum modo com esse mal, que possivelmente deve ser um dos maiores problemas da nossa sociedade.

Então, não irei me acomodar somente por tirar boas notas, mas vou ir além, apreendendo o que fora estudado.

Aiaiaiai
Viver é tão difícil, ainda mais em sociedade...rsrs
Mas a realidade está posta, e a nós resta sobreviver...ou viver!

Boa semana!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Expectativas



Esses dias de descanso tem tido um sabor único.
Dormir o quanto eu quero.
Comer o que quero.
Não arrumar a cama.
Pijama o dia inteiro.
Nuttela.
Wood somente para mim (meu querido filhote de gato).
Ter a casa somente para mim, tempo somente para mim e o Wood somente para mim, tem me feito muito bem.
Ele tem aprontado muito, fez xixi no sofá e aprendeu a subir nas camas, além de se esconder debaixo do edredon...rsrsr
No entanto é incrível como não consigo ficar com raiva dele, chamo sua atenção, mas não me distancio...
E isso me faz refletir o por que de ser tão tolerante com um simples filhote de persa e não ser com minha família, meus poucos amigos, e todos os que fazem parte da minha vida.
Gosto muito de animais, ao ponto de preferir não come-los, mas confesso que em alguns momentos adoraria um bom pedaço de ser humano assado.
Somos tão superficiais, falsos, egoístas...
Mas os animais, em sua maioria não.
Além do mais criamos maiores expectativas em relação aos humanos do que aos animais.

Será que realmente são os outros que nos fazem mal, ou nossas próprias expectativas?
Mais uma pergunta sem resposta...

Mas algo eu sei: Uma vida sem expectativas não é vida!
O desafio posto é: o que fazer então...

[como não tenho foto do Wood, busquei uma bem próxima da "expectativa" que tenho de como será quando ele for maior]

domingo, 14 de novembro de 2010

Momento descanso





















Aproveitando o feriado para rever filmes que outrora marcaram minha vida:

- O príncipe das mares;
- Nell;
- Meu irmão, meu professor;

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A raiva


O que devemos supor ao ver uma pessoa com fone de ouvido?
Nesse momento eu não desejo ser incomodada!!!!
Bem, é isso que eu penso.
Por não querer que jamais me incomodem, permaneço com fone de ouvido durante grande parte do meu dia, principalmente quando preciso utilizar transporte público.
No entanto, infelizmente nem todos são dotados dessa sensibilidade e uma vez ou outra acabam por me dar o desprazer de sua conversa.
Quando isso ocorre, tento cortar a conversa, mas mesmo assim, alguns insistem e ai fico sem reação.
Acho estranho essas tentativas de conversa, pois na maioria das vezes as pessoas não costumam sentar perto de mim devido ao visual diferente, mas já acostumei com isso e tiro muito proveito. Contudo, como tem os engraçadinhos (na maioria das vezes é o sexo masculino que força a barra de iniciar e ainda por cima desenvolver uma conversa) corajosos padeço desse mal.
Então, sem mais rodeio vejam o que ocorreu:
Primeiro, pela manhã procuraram saber se gosto de moto, de rock e em quais locais vou nos momentos de folga (vontade de dizer: ao cemitério, quer ir?)kkkk
Ao ir para a faculdade, outro corajoso fez uma entrevista comigo: Meu nome, cidade, estudo, música, filme...
Aff!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Quase esganei.
O ônibus vazio e o idiota sentou do meu lado.
Eu ouvindo música e ele puxando conversa.
Pensei até que ele ia perguntar se eu usava calcinha.
Já não aguentava mais...
A última foi: Você gosta de tatuagem???
Como assim? O cara enxergando que meu colo é todo tatuado e me pergunta isso.
Perguntas já me irritam, mas perguntas idiotas merecem respostas cretinas.
Então respondi: Não.
E mesmo assim o cara não se tocou.
O pior é se eu encontrar ele novamente e ele vier puxar assunto.
A opção é: Quando precisar pegar o mesmo ônibus vou sentar ao lado de alguém e fechar os olhos.
Mas não acabou, minha amiga foi viajar e a levamos à rodoviária, na volta um estranho pára na nossa frente e fica olhando para mim.
Perto de chegar em casa outro puxa papo.
É, como disse minha amiga: Não é a minha lua!!!rsrs
Pena que não posso simplesmente ficar dentro de casa e me esconder desses seres desagradáveis.
Devem ficar o dia inteiro sem conversar com ninguém e vem descontar sua carência em mim.
Da próxima vez vou apresentar meu amigo imaginário!

Olhos nos olhos


Em menos de uma semana vi o ex duas vezes e falei com ele pessoalmente e por telefone.
Não fiquei triste, mas também não pude deixar de refletir, afinal, tem um coração batendo aqui dentro.
No primeiro encontro como já comentei, fomos praticamente indiferente, já no segundo, via telefone, ele foi o indiferente e olha que foi ele quem ligou.
Em seguida, ao passar pela rua dei de cara com ele.
Coube a mim ouvir muito Chico, Maria Bethania e Gal Costa o dia inteiro para lavar a alma...
Além de ter sido o namoro mais duradouro, este romance representa uma das duas divisões da minha vida.
E apesar de tantas idas e vindas, bons momentos ficaram marcados em minha memória.
Recordo-me de um desses términos onde tudo o que eu queria era não sentir a dor intensa em meu coração. A dor de estar longe era muito maior do que a dor de não poder ser quem sou (um dos nossos maiores conflitos).
Nesses términos, eu não possuia forças para viver ou querer viver, e portanto a vida e tudo que a representa não tinha sentido.
No entanto, após o penúltimo momento distante as coisas mudaram. Estava inundada de saudades por mim, isto era demasiadamente grande e sendo assim pude finalmente experimentar viver uma vida só e gostei.
Desde então as coisas mudaram e mesmo com o retorno não fui mais a mesma, ficando cada vez mais distante, cabendo a nós, somente nos afastar de vez.
Mas diante de tudo isso o coração registra e em certos momentos chama pelo seu nome.
Em outros momentos, quase sempre...
Sinto-me repleta de alegria por ter tido a coragem de viver além do que havia.
A música abaixo expressa um pouco disso:


Quando você me deixou, meu bem,
Me disse pra ser feliz e passar bem.
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci,
Mas depois, como era de costume, obedeci.

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

E que venho até remoçando,
Me pego cantando, sem mais, nem por quê.
Tantas águas rolaram,
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você.

Quando talvez precisar de mim,
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim.
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você diz.
Quero ver como suporta me ver tão feliz.

Olhos Nos Olhos
Composição: Chico Buarque
(gosto especialmente na voz da Maria Bethania)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Quase



Literatura é uma das minhas maiores paixões, juntamente da música e do cinema. Infelizmente, por viver correndo contra o tempo acabo por não me dedicar o quando realmente gostaria.
Lembro-me que na adolescência passava os intervalos na biblioteca, que saudades daquele tempo...
Hoje, me esforço para ler ao menos um livro por mês, além dos textos academicos, mas nem sempre é possível.
Apesar disso, recentemente tenho descoberto (no sentido de não apenas conhecer de ouvir falar, mas adentrar em seu mundo) autores que tem me encantado.
Abaixo uma reflexão de um deles:
Quase...

Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase morreu está vivo,
quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

[Luíz Fernando Veríssimo]

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O diverso


Tenho fixação pelo peculiar.
Esse é um traço que me acompanha a tempos...
O diverso me salta a vista.
E sucessivamente as pessoas que mais admiro são aquelas intensamente esdrúxulas.
Como disse anteriormente, pessoas boazinhas demais me cansam facilmente, mas como já fui uma pessoa doce, tenra, paciente e amável tento suportar, porém, desde que não me torrem o saco.
Culturas diferentes...
Pessoas estranhas...
Nossa, acho incrível!!!!
Lembro-me de quando tudo começou, foi há uns 8 anos quando conheci a galera da Caverna, nunca tinha visto tanta gente esquisita, mas me senti tão a vontade que nunca mais me afastei de alguns.
Nem quando saí da casa dos meus pais aos 18 anos havia me sentido assim.
Em seguida, namorei um dos meninos que fazia parte da Caverna, claro que era um dos mais bizarros. Inclusive, esse é o tal ex que tornou-se meu melhor amigo. Quem o vê hoje nem acredita em quem ele já foi visualmente.
Como diz ele: "Atualmente sou mais clean", no entanto, suas loucuras permanecem, juntamente da nossa amizade.
Após isso, tive o prazer de conhecer uma amiga de um outro namorado: Foi aí que todas as nóias como "quem eu sou", "de onde vim", "sou anormal" puderam finalmente se aquietaram.
Ela é minha irmã siamesa!
Nela pude me enxergar e ver que não sou tão monstro quanto pensava.
A Cris é a pessoa mais doce e louca que conheço. E linda também!
Ela é aquele tipo de garota que com certeza me interessaria caso eu gostasse disso.
A partir de então minha vida tem sido permeada pelo diverso.
Namorados esquisitos então não me faltaram:
De cabelo colorido a topete, carecas não faltaram...
De coturno, suspensório, jaqueta de couro...
Marxista, anarquista...
Até de pusseira de oncinha.
Fora isso: Só restou de dread que ainda não rolou.
Até meu gato é peculiar: nasceu a cara do Wood Allen, por isso ganhou esse nome.
Em casa, além do Wood somos três meninas que possuimos o temperamento super parecido: melancólicas, ansiosas, hipocondriacas, confusas e que surtam direto.
Mas enfim, é bom que não fico apenas nos estudos antropológicos e sociológicos, mas vivo o diverso!
E deixa de ser uma luta individual para ser coletiva, ou vice verso.
Afinal, quem é que tem direito a ser diferente no contexto em que vivemos, já que nem a CF88 garante esse direito?!
Ah, mas isso fica para depois...

Bom fim de semana prolongado!!!

Não sei quantas alma tenho


Se possível gostaria de fugir do meu corpo e desse tempo.
Ascender a existência...
E livrar-me das memórias.
Lembrando-me apenas das borboletas que outrora foram lagartas.
Estou cansada de Nietsche, Wood Allen e também da Sertralina.
O sonho fugaz já não me atrai como antes.
Pois até nele a alma geme, mas não chora.
E não sei se vou ao norte, ao sul, ou se não vou.
Sinto-me como o pequeno principe que possui apenas uma rosa (no meu caso um gato) e anseia por ir além.
No entanto, paro e não dou nem ao menos um passo.

"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha paisagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas meu ser.

O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Relei e digo: "fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu."

[Fernando Pessoa]















segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"silenciosas metamorfoses"



Após um longo período de namoro, resolvi tirar uma folga de relacionamentos mais duradouros. Não que eu seja do tipo que vai cair na pegação, antes o contrário, estou fugindo dos homens.
Quero apenas experimentar a vida solitária novamente...ir nos lugares que eu quero, o horário que eu quero, com quem eu quero e ficar em casa o tempo que eu quero...
Por falar nisso, sábado encontrei o ex-namorado, fui a comemoração do aniversário de um amigo em comum e lá estava ele, pareciamos dois estranhos que nem ao menos trocavam olhares ou palavras.
Em alguns casos mantenho a amizade, inclusive meu melhor amigo é um ex, no entanto, nesse a amizade não existia e portanto não possuímos essa ligação.
Como há muito tempo não tinha esse momento único, impar: ser de mim mesma. Confesso que pelo o que estou percebendo não abrirei mão tão cedo.
Inclusive, tenho conhecido alguns caras quase interessantes, mas estou com uma preguiça fora do comum e tenho que me policiar para não ser mais chata do que o normal.
É tão estranho, eles não entendem quando você fala que não está aberta à relacionamentos, e insistem em tentar ir além daquilo que você quer.
Será que eles acham que estou depressiva por estar sozinha?
Tento não dar a desculpa da falta do tempo e sou direta, falo na lata que este momento é meu e de mais ninguém.
Por que tenho que sempre dividir tudo que sou com todos????
Espero que ninguém saia machucado, pois a liberdade muitas vezes é mal interpretada e na maioria dos casos os homens acham que estamos fazendo charme.
Outra coisa, costumo me reclusar em alguns instantes e ontem foi um desses dias, na tentativa de fugir do mundo me afasto mais ainda de tudo, porém aqueles que não nos conhece estranha esse tipo de atitude, e nem poderia culpá-los, a grande maioria preferi uma boa festa, ou um boteco a ter de ficar em casa na inércia.
Um desses caras chegou a pensar que não queria falar com ele. É claro que não queria...
Com ele e com mais ninguém!!!!!
Talvez eu nem esteja sozinha, pois estou comigo.
Ou quem sabe a solidão também possua beleza e alegria.
Será que estas pessoas já pararam para pensar nisso?!!!!


"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses"

Ruben Alves

domingo, 7 de novembro de 2010

O eterno vazio

Temas que abordem o consumismo sempre me interessaram, por isso gosto tanto de Bauman, autor que trabalha as relações liquidas.
Hoje, para mudar um pouco utilizarei uma letra de música que expressa exatamente essa liquidez:

Comprei uma bolsa de grife, mas ouçam que cara de pau.

Ela disse que ia me dar amor, acreditei, que horror.
Ela disse que ia me curar a gripe, desconfiei, mas comprei.
Comprei a bolsa cara pra me curar do mal
Ela disse que me curava o fogo, achei que era normal
Ela disse que gritava e pedia socorro, achei natural

Ainda tenho angústia, sede.
A solidão, a gripe e a dor.
E a sensação de muita tolice nas prestações que eu pago pela tal bolsa de grife.

Nem pensei, um impulso pra sanar um momento.
Silenciar, barulho. Me esqueci de respirar.
Um, dois, três
Eu paro.
Hoje sei
Que nem tudo será
Escrevi meu colar,
Dentro há o que procuro

Ainda tenho angústia, sede.
A solidão, a gripe e a dor.
E a sensação de muita tolice nas prestações que eu pago pela tal bolsa de grife.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A maior doença humana


Tenho um sério problema com pessoas extremamente simpáticas ou boazinhas demais.
Acho que isto está ligado a sensação de soar a hipocrisia.
E isto é o que mais abomino.
Talvez alguns até sejam verdadeiros, mas o risco de acreditar e acabar sendo inocente me impede de ter paciência.
Namorei um cara que era um fofo, mas tão fofo que não conseguia acreditar naquilo...
Quase iniciei um outro relacionamento com um cara que quando percebi que era fofo ao extremo não consegui ir adiante.
Mas será que temos que ser complexos e contraditórios para ser verdadeiro?
Bom, em meio a uma aula de Ética, analisamos dois aforismos e um deles tinha como tema: dar presente.
Pois é, neste ato encontra-se mais um reflexo da hipocrisia humana.
Se damos presente para a pessoa que limpa nossa casa é um presente mais simples, agora se for para dar um presente para o namorado é o melhor.
Por que?
Bom, não quero devaneiar-me e acabar sendo extremamente subjetiva.
O fato é:
Todo tipo e toda relação é apenas uma troca?
Somos tão egoistas a esse ponto?
Todos que são simpáticos são falsos?
Ou melhor, todo ser humano é falso?
Aff.

Mais dilemas!!!!!


"Os seres humanos me assombram"

Após passar 3 semestres realizando trabalhos interdisciplinares nunca mais fui a mesma: Meu cérebro associa todas as informações que são lançadas no decorrer do cotidiano.
No momento juntando os seguintes itens:
A menina que roubava livros (livro que acabei de ler);
1984 (clássico de George Orwell que estou lendo);
Atual política instituida no Brasil;
Aulas de Ética;

Chego a seguinte reflexão:

- Qual o poder da palavra?
Hitler governou por meio do poder de suas palavras, pois estas foram capazes de gerar no povo "consciência" negativa. Dentro disso, qual era a opção do povo???

- Até que ponto os seres humanos suportam serem reprimidos?
Somos capazes de esquecer de situações que marcaram a história do mundo: revolução francesa (instituição dos direitos) entre tantas outras. Nisso, será que realmente quem controla o passado controla o presente?

- A violência é reflexo de quais situações?
Surge uma nova identidade cultural a cada momento, e a violência é o reflexo desse todo de mudanças, ou será somente marca da luta de classes existente no sistema capitalista?

Perguntas que geram mais perguntas...
Dentro desse universo acima, quem encontrará soluções?
A ciência ou o conhecimento?
A sociologia ou a filosofia?
Ambas juntas?
Será possível a multidisciplinaridade?

Devaneios afins...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A suprema felicidade



Ontem eu assisti um filme muito legal: A suprema felicidade. Dessa vez não descorrerei sobre o filme, apenas digo que é uma volta triunfal de Arnaldo Jabor ao cinema.

Todavia, o que marcou a data em discussão, não foi somente este belo filme, mas a deliciosa surpresa conhecida por humanidade. Nossa, nem acredito que as pessoas ainda são capazes de nos surpreender. Essa alegria é imensurável. Principalmente por se tratar da companhia de ontem...

Segundo a amiga do meu core: Últimamente tenho sido uma pessoa muito democrática, e portanto, resolvi dar uma chance para mim...
Ok, ok, vou tentar ser mais clara, no entanto, nem tanto: Tenho investido na idéia de vermelho x laranja, onde eu questiono gostar de vermelho e não gostar de laranja. Dentro disso, tenho tentado curtir. Somente isso!!!!!!

Até aqui foi-se uma breve relação internacional e agora relembrando minha raiz familiar é a vez da moda caipira. Isso se eu me "alembrro" bem, é uma "delícia"!!!!!
Bem, costumo pensar que cada momento é único e deve ser vivido na hora certa, e como perdi uma parte da minha vida: Em parte por não ter acesso e outra sei lá porque, as coisas acontecem meio que fora de tempo e contexto.
Mas...
Estou gostanto!!!!!

Tenho até gostado mais da vida. Que seja apenas por segundos!!!!!!!!!
Estou viva e alegre (e não feliz) por esses acontecimentos.
Porém, não deixando de ser auto analítica, não mudei. Continuo não gostanto de pessoas, amando os animais e coisas desse tipo.

Ah, nada muito lógico para escrever hoje, sinto-me leve e com risinhos a toa.
E o som para combinar com este momento: John Mayer o ex gatinho da Jennifer Aniston (ai que inveja)

Bom feriado para quem passa!!!!!!!