Atitude do Pensar

Atitude do Pensar

quinta-feira, 31 de março de 2011

Desenhando a rotina



Porque boas ideias devem ser passadas adiante. Foi de Lu - Borboleta -, para Lu - do Sotão. Agora veio para cá. Estão todos convidados a desenhar também.



A rotina faz parte de nossas vidas. Ela é a vida. As entrelinhas. As surpresas. O olhar para cima. Para baixo. Isto é, a singeleza naquilo que está em nosso cotidiano. Do contrário. Seriamos apenas um fazer, e não um "ser".


Keila: Barulho. Janela. Woody. Preguicinha. Água. Música. Pessoas. Dostoievski. Maquiagem. Café. Agenda. Música. Prazos. Causa Nobre (FIELDING, Hellen). Céu. Calor. Direitos Humanos. Água. Pessoas. Documentos. Música. Dor de cabeça. Chuva. Céu de outuno. Pessoas. Música. Amigos. Cerveja. House. Sonhos. Descobertas. C.S. Lewis. Música. Saudades. Chão. Mordida. Woody. Água. Vento. Sonhos. Cama. Dean - Supernatural.


[Cantando: Lisa Germano - uma nova descoberta. E como deu para perceber, a música está sempre]

terça-feira, 29 de março de 2011

Freud x Saramago



Porque não adianta apenas contestar. Discordar.

Mas sim, abrir novas expectativas...

Certa vez, Freud disse: “Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro.”

Analisando de forma suscinta, posso verificar a veracidade contida nessa frase. Pois é exatamente o que a sociedade líquida espera de nós - que sejamos super heróis.

E nesse sentido, somos obrigados a viver como se fôssemos de ferro.

No entanto, e os desviantes, onde se encontram aqui?

Se encontram dentro do que Saramago já disse: "Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."

E é por isso que ainda prefiro o sentir. Cada um deles. Até mesmo a dor.

E não será isso que me distingue dos não racionais???

O que me faz sentir viva??? Humana - em sua plenitude???

Vontade de ir...

Em 1994 estes dois gravaram um DVD espetacular no Egito. Difícil escolher uma música para postar aqui...mas no momento meu deu vontade disso... [Wah Wah - Jimmy Page & Robert Plant]

segunda-feira, 28 de março de 2011

A culpa não é deles


Se perguntarem aos meus amigos mais próximos, qual o meu prato preferido, será fichinha para eles responderem: um bom filé com fritas.

No entanto, meu paladar para carnes não está sendo suprido, pois há um certo tempo decidi colocar em prática meu amor aos animas - deixando de comê-los.

Confesso que é demasiadamente difícil resistir ao prato acima citado, tanto quanto resistir ao cheiro que exala das asinhas do Chico do Churrasco.

Porém, no meu caso - o que não exigo de mais ninguém -, meu amor pelos animais está em uma posição acima do que meus desejos pelas carnes. A maioria pode achar que é exagero parar de comer carnes.

Porém, penso que se eu amo alguns animais, por que comer outros...

Ao longo dessa escolha tenho convivido com pessoas estremistas - o que não sou a favor. Afinal, nenhuma forma de estremismo é válida.

Mas convenhamos, enquanto seres humanos, possuimos responsabilidades com a sociedade, com o meio ambiente, conosco, entre outros - como os animais. Mas nem sempre nos responsabilizamos pelos nossos atos. E nesse sentido, nos achamos superiores àqueles que são de nossa responsabilidade. E em vários momentos os deixamos na mão.

Nessa postagem, falo especificamente dos animais. Pois enquanto responsáveis por eles, deveriamos nos manter fieis aos cuidados. Não maltratá-los. Enfim, exercer os deveres de quem possui algum animal de estimação. Mas não o fazemos. E o que vemos são vários animais abandonados. Maltratados.

Bem, enquanto ia escrevendo estas linhas lembrei-me de ter recebido um texto denominado "Diário de um cão". Então, exponho-o abaixo. Mesmo sendo piegas - o que confesso ser. Espero que gostem.



DIÁRIO DE UM CÃO


1a semana - Hoje completei uma semana de vida. Que alegria ter chegado a este mundo !


1 mês -Minha mamãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar !


2 meses - Hoje me separaram de minha mamãe. Ela estava muito irrequieta e, com seu olhar, disse-me adeus. Espero que a minha nova família humana " cuide tao bem de mim como ela o fez.


4 meses - Cresci rápido; tudo me chama a atenção. Há várias crianças na casa e para mim são como " irmaozinhos ". Somos muito brincalhões, eles me puxam o rabo e eu os mordo de brincadeira.


5 meses - Hoje me deram uma bronca. Minha dona se incomodou porque fiz "pipi" dentro de casa. Mas nunca me haviam ensinado onde deveria fazê-lo. Além do que, durmo no hall de entrada. Nao deu para aguentar.


8 meses - Sou um cão feliz! Tenho o calor de um lar; sinto-me tão seguro, tão protegido... Acho que a minha família humana me ama e me consente muitas coisas. O pátio é todinho para mim e, às vêzes, me excedo, cavando na terra como meus antepassados, os lobos quando escondiam a comida. Nunca me educam. Deve ser correto tudo o que faço.


12 meses - Hoje completo um ano. Sou um cão adulto. Meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulho devem ter de mim!


13 meses - Hoje me acorrentaram e fico quase sem poder movimentar-me até onde tem um raio de sol ou quando quero alguma sombra. Dizem que vão me observar e que sou um ingrato. Não compreendo nada do que está acontecendo.


15 meses - Já nada é igual... moro na varanda. Sinto-me muito só. Minha família já não me quer! As vêzes esquecem que tenho fome e sede. Quando chove, não tenho teto que me abrigue...


16 meses - Hoje me desceram da varanda. Estou certo de que minha família me perdoou. Eu fiquei tão contente que pulava com gosto. Meu rabo parecia um ventilador. Além disso, vão levar-me a passear em sua companhia! Nos direcionamos para a rodovia e, de repente, pararam o automóvel. Abriram aporta e eu desci feliz, pensando que passaríamos nosso dia no campo. Não compreendo porque fecharam a porta e se foram. "Ouçam, Esperem! "lati...se equeceram de mim... Corri atrás do carro com todas as minhas forcas. Minha angústia crescia ao perceber que quase perdia o fôlego e eles não paravam. Haviam me esquecido !


17 meses - Procurei em vão achar o caminho de volta ao lar. Sinto-me perdido! No meu caminho existem pessoas de bom coração que me olham com tristeza e me dão algum alimento. Eu lhes agradeço com o meu olhar, desde o fundo de minh'alma. Eu gostaria que me adotassem: seria leal como ninguém! Mas somente dizem: " pobre cãozinho, deve ter se perdido. "


18 meses - Um dia destes, passei perto de uma escola e vi muitas criancas e jovens como meus "irmãozinhos ". Me aproximei e um grupo deles, rindo, me jogou uma chuva de pedras "para ver quem tinha melhor pontaria". Uma dessas pedras, feriu-me o olho e desde então, não enxergo com ele.


19 meses - Parece mentira. Quando estava mais bonito, tinham compaixão demim. Já estou muito fraco; meu aspecto mudou. Perdi o meu olho e as pessoasme mostram a vassoura quando pretendo deitar-me num pequena sombra.


20 meses - Quase nao posso mover-me! Hoje, ao tentar atravessar a rua por onde passam os carros, um me jogou ! Eu estava no lugar seguro chamado "calçada ", mas nunca esquecerei o olhar de satisfação do condutor, que até se vangloriou por acertar-me. Oxalá me tivesse matado! Mas só me deslocou as cadeiras! A dor e terrível! Minhas patas traseiras não me obedecem e com dificuldade arrastei-me até a relva, na beira do caminho. Faz dez dias que estou embaixo do sol, da chuva, do frio, sem comer. Já não posso mexer-me! A dor é insuportável ! Sinto-me muito mal; fiquei num lugar úmido e parece que até o meu pelo esta caindo...Algumas pessoas passam e nem me veem; outras dizem: "não chegue perto". Já estou quase inconsciente; mas alguma força estranha me faz abrir o solhos. A doçura de sua voz me fez reagir."Pobre cãozinho, olha como te deixaram ", dizia... junto com ela estava um senhor de avental branco. Começou a tocar-me e disse: "Sinto muito senhora, mas este cão já não tem remédio. "É melhor que pare de sofrer". A gentil dama, com as lágrimas rolando pelo rosto, concordou. Como pude, mexi o rabo e olhei-a, agradecendo-lhe que me ajudasse a descansar. Somente senti a picada da injeção e dormi para sempre, pensando em porque tive que nascer se ninguem me queria... Amigos, a solução não é abandonar um cão na rua, mas sim educá-lo. Nãotransforme em problema tão grata companhia. Ajude a abrir a consciência dos ignorantes e, assim, poder acabar com os maus tratos aos animais, especialmente com o problema de cães de rua.

Os quereres



Acho incrível a proporção dos quereres. A força e o poderio desses sobre nós - humanos.

Eles não se acabam. Se renovam. Se transformam. E quando saciados, surgem novamente modificados - a metanóia é percebida.

Mas alguns quereres são tão constantes que se tornam intrinsicos a nós, como se sua existência fosse anterior a nossa; independente de nós.


Tenho andado assim...

Com muitos quereres - mas isso não é novidade.

Um querer beijos intermináveis. Uma casa de abraços - levemente apertados.

Afagos na alma. Descanso para a mente. Amor para o coração.

Milkshake de nuttela.

Cantar - como a muito tempo não faço.

Andar de mãos dadas. Brincar com crianças. Ler - ao som de pássaros.

Um querer sentir o cheiro da terra molhada. Ver o sol nascer.

Um colo. Uma pele bem cheirosa.

Dançar.

A onda do mar. Os ventos do outono. O frio do inverno. O choconhaque do Café Sagrado - melhor do universo.

Banho de chuva.

Viajar.

Dormir de conchinha. Alguém pra cantar pra mim.

Quero asas para voar. Liberdade para ser - sem preocupações. Sem expectativas.

Gente para eu alimentar - ando tão a fim de cozinhar.

Cachoeira para eu brincar. Quero um parque de diversão. Quero amigos que já não se fazem tão presentes. Quero risos incansáveis.

E tudo isso novamente, porém nem tudo ao mesmo tempo...

Será que quero muito?

quinta-feira, 24 de março de 2011

A igualdade é branca?


Cada cor na bandeira da França representa um tema debatido na Revolução Francesa, como por exemplo: A igualdade é branca. A liberdade é azul. A fraternidade é vermelha. Inclusive, cineastas se inspiraram nessa temática e elaboraram filmes ótimos. O polônes, Krzysztof Kieslowski é um deles, por meio de Trois Couleurs, apresenta essas significações.
No entanto, como não sou grande conhecedora de significações de bandeiras, exceto a nossa que foi construida inspirada no positivismo, que aliás é mais expressado em nossa bandeira pela frase "Ordem e Progresso" não discorrerei sobre a bandeira e seus significados.
Mas o caso é que estou elaborando meu Pré Projeto de Mestrado, que tem o foco na efetivação dos Direitos Humanos no continente africano e, ao ler a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos - Carta de Banjul, senti aquele frio na espinha.
Vários pensamentos inundaram meu ser - como a contrução ideológica de que negro não sente; Não pensa; Não tem alma; Não é humano -, juntos a esses pensamento vieram as indignações. Não aceitações. Repulsa. Constatações - realmente, se "ser" um humano for ter em si a característica de opressor, melhor não se encaixarem aqui.
Como é possível que em nossa pequenez pudemos criar e efetivar a bárbarie do preconceito em relação a cor, a estigmatizando quanto ao preto - como eles em geral gostam de ser chamados -, diminuindo-os a seres irracionais?
Me desculpem se esta postagem se apresentar demasiadamente piegas.
Mas para mim, isso é inadimissível.
Posso ter preferências de atração por brancos ou morenos, mas pensar que um povo é menor pela sua cor, é sufocante.
Tudo bem, lido com essa questão o tempo inteiro ao realizar as leituras de pesquisas, mas ao observar o quanto a carta frisa a liberdade, me senti tão pequena.
Lembrei dos campos de refugiados. Do apartheid. Das guerras internas no continente africano. Da fome. Da aids. Dos campos americanos de onde surgiu o Blues. Ku Klus Klan.
E olha, lembrar disso é terrível, pois sei o quanto eles detestam ser lembrados nessas situações, já que são um povo acima desse único contexto.
Porém, as perguntas continuam martelando minha mente...
Quantos ainda terão que morrer para que o racismo seja realmente extirpado?
Como fica a igualdade?
A universalidade de direitos?
A dignidade?
A alteridade?
Como fica a humanidade?
E como ficamos nós e os nossos pré-conceitos? Iremos acrescentar aqui o racismo?

Seria soberba demais falar que não sou dotada de pre-conceitos, mas racismo JAMAIS.
E você, guarda algum racismo?

Noites Brancas de um sonhador



Por que sou feliz?
Porque tenho palavras que me prendem e sons franceses "abrasileirados" que me libertam.
Porque tenho Dostoievski. E Noites Brancas.

" No quarto a escuridão, em sua alma o vazio e a tristeza; um reino inteiro de sonhos desmoronara ao seu redor, desmoronara sem deixar vestígios, sem ruído e estrondo, passou com um devaneio, e ele mesmo não se lembra do que sonhou. Mas uma sensação obscura, que agitou seu peito com leves pontadas, um desejo novo e sedutor faz cócegas e provoca sua fantasia, invocando furtivamente um enxame inteiro de novos espectros. No pequeno quarto reina o silêncio; o isolamento e a indolência acariciam-lhe a imaginação; esta se inflama levemente, e levemente começa a ferver, tal como água na cafeteira da velha Matriôna, que, impassível, ocupa-se ali ao lado, na cozinha, preparando seu café caseiro. E eis que a imaginação se desgarra em leves explosões, e um livro apanhado sem propósito e ao acaso cai das mãos do meu sonhador, sem que ele tenha alcançado a terceira página. Sua imaginação está novamente afinada, excitada, e de repente outra vez um mundo novo, uma vida nova e encantadora brilha diante dele em sua perspectiva radiante. Um novo sonho é uma nova felicidade! Uma nova dose de veneno delicado e sensual! Oh, quase que lhe importa nossa vida real! "

[Trecho do livro Noites Brancas - pág. 36-37]

[Ao som de Coralie Clement - Lómbre et la Lumiere]

quarta-feira, 23 de março de 2011

Novas nuances. Nova vida. Vida.

O céu apresenta-se com novas nuances. Seus tons mais fortes. Roxos contrastanto com um azul intenso. E ao fundo um alaranjado rosado. Sutilmente mais gélido. E um frescor que somente ocorre no outono.
Ao percebê-lo assim a liberdade instaurou-se. Os risos. A ternura.
Uma fortaleza criou-se, mas as reservas chegaram sorrateiramente.
A dança exalava de meus quadris e pernas, mas não era momento para tamanha liberdade. Mas sim, somente para uma leve e simples liberdade.
Sei que devia estar chorando. Lamentando. Sofrendo. Mas, não o é.
Será um sentimento reprimido?
Eu que tanto os quero. Que tamanho apreço, tenho por eles. Os sentimentos.
Ou será apenas o efeito dessas novas nuances do céu?
E os novos sons surgem. Novas línguas. Novas palavras. Em algumas me percebo. Em outras, encontro amigos distantes.
Um bom tempo é este. Sinto o poder do outono adentrando pelas portas, janelas, cortinas, alma... A paz apresenta-se tão límpida. Uniforme.
Houve a morte, e com ela um nascimento.
Sinto-me abraçado pelos braços singelos de uma criança pronta para viver.
É isso. É a vida após a morte. Sou eu. O espelho. E eu novamente.
Olho novamente para o céu, não se encontra mais com as mesmas tonalidades, porém maio está cada vez mais próxima e suas cores adentrarão em meus olhos. Peito. Alma.
Enquanto isso, apenas deixarei a chuva soprar meu rosto. O sol abraçar-me. E as estrelas secarem minhas lágrimas. Vivendo esses ventos de mudança.
Vou vivendo essa vida. Para daqui a pouco renascer outra cor. Outro céu. Esse eu, somado a outro eu.
O outono e o inverno.


"É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
(...)
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração"
(Águas de Março - Tom Jobim)

terça-feira, 22 de março de 2011

Os bichos vão para o céu?


Ao pensar sobre as alegrias do cotidiano, uma me vem a mente muito rapidamente. Ela se chama Woody Allen. Sim, ela. Minha querida e amada gatinha.
A Woody nasceu macho, chegou até nós porque pensavamos ser macho, afinal, três mulheres em uma casa e mais uma gata, não caberia - é TPM suficiente para um apartamento tão pequeno.
Ela foi encontrada na rua, abandonada juntamente de dois irmãos. Uma amiga muito querida, perguntou se eu queria. Confesso que, a princípio fiquei meio receosa, tenho muita alergia e sempre preferi os cachorros. Mas não resisti. Animais são um dos meus maiores prazeres.
Mas ele (a) era tão pequena - apenas 7 dias -, seus olhos para os lados, magrela. Tinhamos que acordar durante a madrugada para amamentá-la. Fazer massagem em sua barriga com água morna. Enfim, os cuidados eram inúmeros. E finalmente um dia descobrimos que o machinho da casa era mocinha. Porém, o amor era tamanho que já não fazia diferença.
Refletindo sobre a enorme alegria que um simples ser pode trazer, lembro-me de uma discussão presente no Cristianismo: Animais vão para o céu?
Olha, se tenho certeza de algo é que, antes um bichinho entrar no céu, do que um ser humano. Isso me traz a memória um texto de Ruben Alves que, aliás, virá à BH amanhã ,e eu terei o prazer de revê-lo.

Em um dos fragmentos de Quarto de Badaluques LXXVIII conta:
Os bichos vão para o céu? : Tenho um amigo que é pastor de uma comunidade protestante. Por favor, não confundir “protestante” com “evangélico”... Contou-me de uma velhinha solitária que tinha como seu único amigo um cãozinho. Ela o procurou aflita. Havia lido no livro de Apocalipse, capítulo 22, versículo 15, que não entrarão no céu “os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras...” Que os impuros, os assassinos, os idólatras não entrem no céu está muito certo. “Mas reverendo”, ela dizia, “o meu cãozinho... A Bíblia está dizendo que o meu cãozinho não vai entrar no céu... Mas eu amo o meu cãozinho. O meu cãozinho me ama... O que será de mim sem o meu cãozinho?” Aí eu pergunto aos senhores, teólogos, estudiosos dos mistérios divinos: há, no céu, um lugar para os cãezinhos? Sei qual será a sua resposta. “No céu não há lugar para cãezinhos porque cãezinhos não têm alma. Somente os humanos a têm”. Acho que, teologicamente, segundo a tradição, os senhores estão certos. Nas inúmeras telas que os artistas pintaram da bem-aventurança celestial, por mais que procurasse, nunca encontrei animal algum. Aves, às quais S. Francisco pregou ( por que pregar-lhes, se elas não têm alma?), peixes, símbolos de Jesus Cristo, vacas, jumentos e ovelhas, que adoraram o Menino Jesus no presépio, todos eles serão reduzidos a nada. Não ressuscitarão no último dia. O céu será um mundo de almas desencarnadas. Não haverá beijos e nem abraços. Falta às almas a materialidade necessária para beijos e abraços. Os senhores já observaram que no Credo Apostólico a “alma” não é sequer mencionada? Lá se fala em “ressurreição da carne”. É a carne que está destinada à eternidade. A carne é o mais alto desejo de Deus. Tanto assim que Ele se tornou carne, encarnou-se. A esperança é a volta ao Paraíso, onde havia bichos de todos os tipos. Se Deus os criou é porque Deus os desejava e deseja. Um céu vazio de animais é um céu de um Deus que fracassou. Ao final Ele não consegue trazer de novo à vida aquilo que criou no princípio. Não. Hereje que sou, direi à velhinha: “Fique tranqüila. O seu cãozinho estará eternamente ao seu lado... Não só o seu cãozinho como também gatos, girafas, macacos, peixes, tucanos, patos e gansos... Deus gosta de bichos. Se Ele gosta de bichos eles serão ressuscitados no último dia...

[na primeira foto, meu afilhado, Iuri - Luli]
[na segunda foto, a Srta. Princesa, Woody Allen]

segunda-feira, 21 de março de 2011

O dia da morte do amor


Quando um amor apenas dorme dentro de uma gaveta ou báu, ainda há esperança de vida.
Ainda há esperança.
Há vida.
O amor é forte. Lutou insistentemente. Acreditou.
Mesmo cansado, sofrido, ferido, ainda amava.
Certo dia, descobriu-se em meio a torre de babel e, finalmente percebeu sua maior fragilidade: a impossibilidade de uma comunicação entendível.
Fora tão corajoso ao longo dos anos em sua luta. Agora, era hora de ter coragem para desistir. Afinal, a morte era previsível. E em sua chegada, o amor deve apenas se render, seguindo rumo ao sepulcro.

Era fim de tarde. O céu de inicio do outono falava de despedidas. De adeus.
Dentro de mim havia um único desejo. O partir.
Ao fundo, a música de um cortejo fúnebre: Ela tinha cores de violetas e a temperatura era fria. Congelante.
Minha visão embassada conseguia enxergar ao longe o epitáfio inscrito na lápide: "Aqui jaz um Amor".
Naquele instante já não existia mais um querer falar do amor, outrora sentido. Somente choro, lamento e decepção...
Alguns insistiam em criar rumores ao redor do sepulcro. Indagavam sobre a razão da tragédia.
Seria culpa da falta de nutrientes?
Pensei com pesar: Sua morte havia de ser exatamente na mesma data em que tudo começara a alguns anos atrás?
Sim. Sua morte deu-se no mesmo dia de sua gênese. Com diferença de apenas alguns anos.
Irônico amor.
Agora, ao pobre amor restava descer à escuridão.
E em seu túmulo a chuva que nasceu das lágrimas o encontravam abaixo da terra que o cobria.
Despeço-me.
Não há mais vida. Nem esperanças. Porém, sei que a morte nesse caso será apenas temporária. Até que o amor ressuscite em outro porto.
Outro tempo. Outro eu.
Ruim de datas como sou, esta jamais esquecerei.
19 de março de 2011.
O dia da morte do amor.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Para não esquecer

Dando continuidade na idéia da Lu do sotão, mas com alguns acréscimos.
Espero não esquecer. Quem sabe mudar, mas jamais esquecer.

para a cabeça: sonhos
para o nariz: cheiro de chuva molhando a terra
para os ouvidos: o ronronar da minha gata
para os olhos: o céu. O olhar a cima (e não acima).
para a boca: risos
para os cabelos: cafuné
para o pescoço: massagem
para o peito: os amigos
para as mãos: outras mãos. Dadas.
para a barriga: sem dúvida nenhuma - milkshake de nuttela
para o quadril: música
para os joelhos: rendição
para o pensamento: paz
para o coração: o amor. Sempre.
para os músculos: box
para os pés: o mar
para a memória: as gavetas
para a pele: o cheiro dele em mim
para o corpo: viver

quarta-feira, 16 de março de 2011

A banalização da humanidade


Por maiores que sejam minhas desavenças com a humanidade, em geral, busco fazer uma análise real - aliás, essa é uma das coisas que mais gosto em mim, sempre tendo a ver todos os lados.
Dentro do universo humano, tenho constatado que há uma vulgarização de si. Isto é, nós - os próprios seres humanos -, temos exercido um papel de banalização da totalidade humana.
Deixe-me explicar: Em geral, estamos nos acostumando com más notícias.
Parte dessa culpa, coloco sobre a força midiática, que nos oferece reportagens de pouca qualidade e sensacionalista.
Não que a inserção de notícias seja ruim, pelo contrário. Entendo a mídia como um veículo capaz de contribuir para grandes mudanças positivas mundo a fora.
O contra, está instalado na forma como recebemos e reagimos frente a essas notícias bombásticas. Ou seja, são tantas informações de desgraças - perdoem-me por fazer uso desta nomeclatura, mas não encontrei nenhuma outra que expressasse melhor -, que nos acostumamos. E até chegamos a ser indiferentes.
Para ser mais clara: Não acredito que devemos sofrer a cada morte. No entanto, nossa sensibilidade está reduzida, quase zerada.
Ao ler uma postagem dos blogs que acompanho, pude refletir sobre o cotidiano perverso. Cruel. Mas real. No entanto, já há algum tempo, tenho pensado muito sobre como nos tratamos. Nos enxergamos. E como isso reflete no outro.
Bem, posso dizer que, somos aqueles dotados de poder de devastão do meio ambiente e da sua própria espécime. E isso, tem sido o grande trabalho realizado por nós durante nossa existência.
Mas...
Será que o individualismo é o grande contribuidor para a venda existente em nossos olhos?
Será que não somos capazes de nos enxergar no outro?
Será que nossa auto imagem está tão confusa, ao ponto de não apenas nos enxergarmos como não somos, mas agir mal em função disso?
Não, meus queridos. Eu não pretendo sofrer intensamente a cada terror ocorrido nesta vasta Terra. Mas entendam, também não intenciono estar insensível a vida existente, além da minha.
Então, o que fazer?
Quem sabe tornar essa sensibilidade real dentro do meu contexto?
Familia. Amigos. Colegas de trabalho. Colegas de faculdade.
Isso é muito difícil, eu sei. Porém, esta que escreve essas palavras, possui uma dificuldade imensa, uma vez que oscila entre o a amor e o ódio aos humanos. Portanto, a dificuldade está posta para todos.
Mas é fato que não pretendo recuar. Isso, jamais.
Não deixarei de ter minhas inúmeras críticas a humanidade, inclusive, esta mesma - a banalização da humanidade.
Apesar de gostar de um mundo de ilusões, uma vez ou outra, a realidade é essa. E cabe a nós mudá-la, buscando caminhos e respostas. Iniciando pela nossa própria mudança. Talvez por isso gosto tanto de me enxergar como uma protagonista da mudança. Nem que seja da minha própria vida. Afinal, são outros seres que a rodeiam, fazendo então parte dela.

terça-feira, 15 de março de 2011

As cores





Dizem que cada cor possui um significado.
Eu particularmente não seria capaz de escolher apenas uma cor.
Eu as amo. Mas isso é recente.

Fui do time do pretinho básico. Passei pela boa combinação black/white e, após a influência da minha querida miguxa, Nel, iniciei minha temporada de cores...várias...
O vermelho veio primeiro. Em seguida o verde. Essa combinação portuguesa abraçou-me pela minha produção cinematografica predileta: O Fabuloso Destino de Amelie Poulan, que inclusive não é português, mas francês. Fui surpreendida por uma necessidade de ter minha cozinha toda dessa combinação - ainda não foi possível, mas o desejo persiste.


Após, veio o roxo - nossa, como adoro.

Amarelo e azul são mais sútis, não fazem parte tão intimamente da minha vida. E o laranja sofre com minha rejeição. Já tentei, mas não consegui - ainda -, ser por ele conquistada.

O branco sempre foi presente, está em primeiro lugar. Jamais saiu dessa colocação. E o cinza. Ah, o cinza, é tão básico que também faz-se presente. Sempre.

Bem, o intuito aqui, não é apenas uma apresentação do meu gosto. Mas refletir sobre as cores que nos expressam. As cores que expressam um dia. Um mês. Uma música. Um sentimento.

Não sei se poderia ser descrita/apresentada somente por uma cor.
Hoje, apesar de estar entre o branco e preto - bolinhas. Escolho, elas...uma infinidade de cores.
E você, qual seria?

segunda-feira, 14 de março de 2011

A tentativa


Hoje acordei péssima.
Sério...
Com muita dor de cabeça. Uma preguiça fora do normal. E além do mais, minha pressão estava lá em baixo.
Mas é bom voltar ao trabalho.
Trabalhar, faz com que eu me sinta uma pessoa ativa. Penso mais. Produzo mais. Tendo a ter mais vontade de estudar. Pensar. Ser.
Inclusive, já estou me sentindo melhor.
Menos preguiça. Mais bem estar.
Em breve discorrei algumas linhas sobre a importância do trabalho na vida de uma pessoa.
No entanto, nesse instante quero falar sobre uma das qualidades da natureza humana - a determinação.
É muito claro que não sou uma das maiores fãs da humanidade, mas há aqueles instantes que sou capaz de reconhecer traços qualitativos de nós - seres humanos.
Somos dotados de um dinamismo muito particular. "A vida da pessoa é a busca, até a morte, de uma unidade pressentida, cobiçada e que não se realiza nunca". Portanto, somos insistentes em nossos quereres. Lutamos por eles. Não abrimos mão tão facilmente por aquilo que acreditamos.
Assim sou eu no amor. Em relação a minha mãe. Aos amigos. Aos amores.
Insisto.
Não defendo totalmente a frase citada acima, mas sim que, em alguns momentos, a vida nos surpreende, permitindo viver o querer.
Quantos não estão determinados a passar em um vestibular.
Superar uma doença.
Conquistar um amor.
Viver.
Somos assim.
Infelizmente, nem sempre. E nem todos.
Mas há aqueles que ainda o são, e estes, me encantam.
E eu, sigo acreditando na tentativa de um querer. Na esperança de um amor capaz de vencer as fragilidades e diferenças.
Porque como já disse: O não sentir é muito pior do que o sentir demasiadamente.
Ao menos para mim.

P.S. Estou de volta. E é muito bom estar.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sobre o não sentir


Na última postagem, falei sobre o ser intensa e, como aprendi a lidar com esse traço de minha personalidade.
Bem, nesses dias de feriado, tenho sentido exatamente o contrário. Ou melhor, não tenho sentido nada...
Um vazio tão profundo que não alcanço um solo firme para me segurar.
Em uma de suas músicas Arnaldo Antunes pede "socorro, eu nõ estou sentindo nada". Nada melhor do que isso para expressar esse vácuo em mim.
Um espaço...
Um buraco...
Um não sentir...
Enquanto eu deveria estar me ocupando de processar o pedido de reaproximação, não faço nada além de dormir e assistir filmes e seriados.
Nada de trabalho.
Nada de aula.
Nada de sair da porta pra fora.
Apenas um vazio.
Com certeza, sentir é muito melhor do que isso...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sobre ser intensa


Como bem observado, certa vez, pelo meu querido amigo virtual, Roderick, as músicas nos expressam de forma maravilhosa. Ele inclusive, é um campeão de postagem de músicas. Por meio de suas postagens, tive o prazer de conhecer muitos sons interessantes.
E aqui, em alguns momentos, expresso-me através delas. As músicas.
Música pra mim, é quase tudo, compete apenas como as peliculas e com a literatura. Estes são meus maiores prazeres.
Durante a minha vida, foi neles em que encontrei refúgio. Sendo uma criança sem irmãos e extremamente introspectiva, tinha como recurso a fulga – incluo aqui a companhia dos bons amigos imaginários.
Bem, mas não é exatamente sobre essa época da minha vida que pretendo discorrer – não no momento...
Destaco que, viver cada segundo sem ter alguma harmonia no fundo, seria um súplicio para mim. Sou daquelas que praticamente acorda e dorme ouvindo música.
No trabalho – pela graça de Deus -, é possível passar o dia inteiro me deliciando de sons. Confesso que isso gera em mim sensações muito boas, uma vez ou outra chego a viajar no que está sendo tocado, mas com isso, fico mais leve.
Hoje, acordei com uma vontade imensa de ouvir Leoni. Infelizmente, o PC do serviço estava com problemas e, somente após o almoço é que o computador pode ser utilizado. E nesse momento, cá estou eu. Me deliciando das composições deste músico.
E é sobre essas sensações que estou a refletir. Sou do tipo que é capaz de ouvir a mesma música, ou o mesmo CD, durante dias.
Leoni foi um desses, lembro-me da época em que isso ocorreu, estava apaixonada por um amigo de Vitória e me alimentava das músicas do Leoni como forma de amenizar a saudade deste affair. Ao lembrar deste fato, percebo o quanto sou intensa. E as vezes, isso assusta – aos outros e a mim. Mas sinceramente, gosto de ser intensa. Me apaixonar perdidamente por uma semana, tendo a certeza que fui totalmente entregue durante aqueles 7 dias- risos.
Sou intensa com a vida, por isso quando vivo um momento, este é forte. Denso. Posso dizer, completo.
Sou intensa na alegria. Na dor. No amar. No escrever. No sentir. No ser...
Porém, ser intensa tem suas desvantagens. Sinto-me metade. Sempre. É um paradoxo, no entanto, sou.
Intensa.

quarta-feira, 2 de março de 2011

O convite



Pra variar, pensei em postar sobre outro tema, mas meu humor está melhorando - não sei se é o clima refrescante que as chuvas trouxeram, se é o efeito da sertralina, ou o fato do feriado estar chegando -, e, portanto, meus olhos e sentidos (se ambos não forem a mesma coisa) estão bem sensíveis.
Sendo assim, estou a admirar o tempo. O céu. E principalmente, esta terra linda, chamada Minas Gerais.
Como alguns sabem, não sou mineira - nasci em Sampa e vim para cá aos 11 anos.
Mas o que quase ninguém sabe, é que sou meio cigana. Morei em Curitiba. Brasilia. Goiás. E quase fui parar em Porto Velho.
No entanto, mesmo tendo morado em quatro estados brasileiros, o meu predileto é esta terra de lindas montanhas.
Sua música. Bares. Museus. Mercados (Mercado Central). Praças. Parques. Arquitetura.
Os bairros tradicionais como Santa teresa. O clube da esquina. O bolão.
O misto de tradição com modernidade.
As cafeterias dão um toque mais que especial, principalmente as que se encontram no Maleta.
A noite Belorizontina é alegre, regada a muita cachaça e Devassa.
As baladas vão desde o inferninho, passando pelo samba ou quem sabe um charmoso café com jazz.
Várias programações culturais com entrada franca.
Cinema alternativo.
Bem, falar sobre mineiro eu já não posso, como boa crítica da humanidade, são poucas as pessoas que chamam a minha atenção - além do mais, quero poupá-los disso no momento.
Quando penso em fugir do mundo. E de mim. Esqueço que estou aqui, nesta cidade tão encantadora.
Não que eu queira raízes - isso jamais. Mas uma cachacinha com pastel de angu é sempre muito bem vinda.
Aqui.
As pessoas ainda oferessem para carregar sacola. Dar lugar no ônibus.
Aqui.
Amei. Sofri. Chorei. Morei de favor. Dei meu primeiro beijo. Tive minha primeira ressaca.
Ganhei amigos - porque isso é um presente.
Dei muitas gargalhadas. Assisti muitos filmes maravilhosos.
Ouvi boa música.
Estive nas melhores companhias.
Sonhei.
Realizei sonhos.
Enfim, me tornei um pouco mais do que sou.

Espero que alguém aí já tenha tido o prazer de conhecer esse lindo horizonte.
Caso contrário, fica o convite!!!

[a música é uma das minhas prediletas]

terça-feira, 1 de março de 2011

Jardins ou espelhos?


Eu iria falar de Jardim.
Quem sabe citar "O Jardim Secreto": O fantástico. A Magia. O Refúgio. A Cura. A amizade.
Com certeza teria " O menino do dedo verde": a transformação do mundo.
Até chegar a Ruben Alves e sua compreensão sublime do jardim.
Isso tudo, pra ver se a alegria se interessava por mim e resolvia fazer uma visita inesperada. Arrebatadora.
Mas fui lá: http://borboletasnosolhos.blogspot.com/2010/09/mosaico.html
E lembrei da essência de "ser".
Lembrei da primeira vez que me vi no espelho. O espelho que enxerga a alma. E o quanto me senti bem. Feliz. Realizada. Admirada por ninguém menos do que eu.
Sabe, ao longo da vida vamos perdendo o referencial, talvez por mudanças que ocorram em nós. Mas também pela perda de visão. A limitação. A miopia.
Pode até ser responsabilidade da forte característica predominante em nosso país: a falta de memória do brasileiro.
Mas hoje, o espelho está posto à frente e, o que vejo é claro.
Vejo um ser paradoxal. Complexo. De gosto simples e refinados - de um simples pão com ovo à um croissant.
Doce. Mas não tão paciente. Porém, tolerante.
Intensa. Menina. Mulher.
Amiga. Fiel. Ora disciplinada, ora descontrolada.
Vermelho. Allen (Lily e Woody). Bethânia (ah, como sou).
Virginiana e aquariana.
Cristã e humana.
Amor eterno pelos animais e a impaciência pelos humanos.
Poucos risos, mas boas gargalhadas. Sarcástica. Ácida.
Alguém que é os poucos amigos e antigas paixões.
A saudade e o saudosismo.
Um querer tão intenso. Um exigir demasiado. Uma sede pelo infinito.
Com certeza, mais do que isso, mas por hoje digo basta ao espelho.
[beijo para querida, Borboleta, que sempre alumia meus olhos]