Atitude do Pensar

Atitude do Pensar

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Homofobia à africana

Que ser humano é contraditório, muitos concordam. Mas visualizar uma bandeira que defende a liberdade e justiça, nascida do desejo pela emancipação da ditadura, que fora perpetuada por longos anos em Gana, e associar tudo isso ao posicionamento do atual governante, Aidoo, acerca dos homosexuais, leva-me a uma reflexão dolorosa.
Na manhã de ontem, o site outraspalavras apresentou o artigo abaixo, que descreve o pedido de Aidoo à população de Gana, para que estes "dedurem" os homosexuais. Compreendo que, isso nada mais é, do que uma reprodução da discriminação, porém, em outro formato. Pois, se antes, num passado não muito distante, os negros eram discriminados pela cor (o que bem sabemos que ainda persiste em todo universo que refere-se a habitação de humanos), hoje, os homosexuais deverão ser encarcerados devido sua opção sexual.
Ainda não digeri essa informação, e, sinceramente, novamente sinto-me envergonhada em ser uma humana e também cristã.
Mas lembrou-me de uma discussão com um amigo que morou na África do Sul. Este, contou-me que obsevou que, apesar do fim do apartheid, há uma reprodução constante deste, pela própria população. Nesse sentido, compreendo que ações devem ser tomadas. Medidas que trabalhe a construção da cultura, pois a discrimação é algo que é reproduzido por anos, fazendo então, parte da cultura. Portanto, cabe a mudança na base.
E a dúvida ainda persiste...

Por Luís F. C. Nagao

Em novo sinal de como o conservadorismo moral atormenta a África, o ministro responsável pela região ocidental de Gana, Paul Evans Aidoo, pediu ao serviço de inteligência para rastrear e prender todos os gays e lésbicas.“Todos os esforços estão sendo feitos para livrar a sociedade destas pessoas”, afirmou o católico Aidoo, que também pediu aos proprietários de terra e imóveis para informar sobre pessoas suspeitas de serem homossexuais.
Aidoo parece usar como pretexto um artigo do Código Penal de Gana (de 1992), que condena “relações carnais não naturais”. Embora a Constituição garanta a não-discriminação por motivos de raça, local de origem, opinião política, religião, credo ou sexo, não menciona opção sexual.
A declaração ocorre no contexto de preparativos para as eleições, marcadas para fevereiro próximo de que no ano que vem haverá eleições no país. A Convenção Nacional do Povo (PNC), partido de Aidoo, está no poder. Tem havido eleições regulares desde 1992, quando uma nova Constituição pôs fim a 26 anos de golpes militares e instabilidade.
Ouro e domínio europeu: Localizada no Oeste da África (Golfo da Guiné), com 11,5 milhões de habitantes, Gana é parte de uma região que sofreu, desde o século 15, ocupações europeias. Aos portugueses, primeiros a chegar, sucederam-se holandeses. Rica em ouro, a região foi também explorada por ingleses, dinamarqueses e suecos. Em 1896, a Inglaterra assumiu seu controle, que manteve até a independência (1957). Um governo nacionalista, que contribuiu para a criação da União Africana, foi deposto em 1966, num golpe em que há suspeita de participação da CIA.
As jazidas importantes de ouro, ainda não esgotadas, e exportações de manganês, diamantes, chumbo e bauxita, fazem do país uma nação de renda média. Descobriu-se um grande campo de petróleo em 2007. A economia cresceu 14,33% em 2010 – o segundo maior índice do mundo. No entanto, há enorme desigualdade: 65% dos adultos são analfabetos e a expectativa de vida é de 60 anos.
Religiões africanas, que predominavam até a colonização, são ainda praticadas em certas regiões, mas o islamismo (15%) e cristianismo (69%) predominam. Assim como em outras partes da África, é desta última matriz religiosa que partem as pressões homofóbicas

terça-feira, 26 de julho de 2011

A menina dos balões

A espera em formato de espinho retalha minha carne. E minha pobre alma em cacos habita num abismo que a aprisiona. Não mais medo, mas a espera. O véu de lágrimas embassa minha visão, impedindo-me de alcançar a esperança. Querer ir não é partir - é alimento para meus lábios. Sua função é a dos rios; água viva para minha alma. Mas onde estão os balões? Não mais os encontro. Restando somente a presença das flores. Como seguir pelas estrelas? Rendida às flores, a menina dos balões esforça-se em ir, fluir com a correnteza. Será possível? Como caminhar sem os balões para a acompanhar? Seus pés terão que aprender novos passos. Não mais voar. O espinho a incomoda. A espera a tortura. Um desejo nasce: Que as flores exalem seu doce perfume, e novas sementes sejam capazes de florescer girassóis. Os balões? Esses virão com o tempo. Até lá ela terá aprendido a nadar.
[ouvindo ele]

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Entre ser Radical Chic e os cacos

Para Heat:


Para mim:
[Pra esquentar o frio que chegou de repente, nesta manhã de segunda]

APENAS CACOS OU OBRA DE ARTEO dia de hoje segue com cores nostálgicas e sons que doem aqui dentro. De repente, sinto que a memória ainda controla. E acima desse sentir, há o saber; a certeza de que ela ainda reproduz, não o amor ou desamor, mas os medos. As falhas. As expectativas. Enxergo algo que não agrada aos meus olhos e menos ainda a racionalidade: fragilidade. E dessa vez, o frio que permeia a atmosfera lá fora, faz-se presente. Meus pés descalsos, sentem o frio que fica registrado sob o solo, mas são os cacos que os impedem de ir. E enquanto minha pele seca carece de hidrantes, minha alma diz-se perdida - o que espero que seja somente por instantes. Porém, também constato que estar pronto não é a solução. Que há momentos de limitação. De espera. De construção. Envolvida pela atmosfera do medo, percebo um que fala mais alto. E é este mesmo medo que me motiva a correr o risco de seguir em frente. Pois para o amor não há fórmula, referência, mas sim, experiência. Portanto, sigo. Por vezes com a visão embassada, mas os ouvidos atentos. Em outras, avistando meu lindo jardim de girassóis, mas inundada do silêncio. Nesse momento, embalada ao som dele, um achado lá no blog do querido poeta, Jorge.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Para minha querida comedora de carne humana

O ontem ainda reside aqui. Ao encontrar-te me encontrei. Nossas palavras unidas possuem o poder de construir estradas, pontes, e quem sabe um novo mundo. Que agradável surpresa ver meu nome nos agradecimentos, mais ainda nos escritos. É verdade, amiga. Nos compreendemos sem palavras. E quando elas existem, jorram como água purificadora, renovadora. Se é pra viver de cliche, que seja com você (aceitamos até mesmo rimas).

Há amigos que sempre o sabemos. Há amigos que subsistem ao tempo. Ao espaço. Às diferenças. E até mesmo aos ex-namorados (hehehe).

Há amigos que são família. Há amigos que o vínculo é o sangue da alma. Há amigos que nos ensinam o prazer de se comer carne humana (ahahah).

Esse amigo é você, Ita!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Se o diabo veste Prada, eu visto o quê?

Nos encontramos em um momento aonde os adolescentes já saem do ensino médio com sua carreira pré determinada - sem generalizar. Dentro desse universo de projetos e conquistas, encontro-me entre sonhos, desejos e realidade, uma vez que não sou mais adolescente.
Ao realizar a soma, o resultado é insatisfação constante.

Há cerca de 5 anos atrás, abandonei a área social para conquistar independência financeira, pois havia descoberto ser necessário ter meu próprio lar, o que eu jamais havia planejado possuir. Nesse sentido, precisava firmar raízes por um tempo, refletir sobre aonde desejava chegar e, estabelecer metas. Pela primeira vez ficaria presa à pessoas e locais.

Contudo, no decorrer desses anos não alcancei tudo que eu desejava. E somente agora, encontro-me no melhor momento da minha carreira na área da saúde - o que também não planejei. Porém, estranhamente, jamais me senti tão frustrada, o que revela que reconhecimento e dinheiro não possuem tanta força quanto se imagina.

Refletindo acerca disso, lembro-me que comecei a trabalhar com carteira assinada aos 15 anos, logo após meus pais falirem. Há 3 anos habitando a capital mineira, nos encontramos em meio a dívidas e distantes da família.

Nesse tempo, com pouca verba, contribuia em casa e supria minhas necessidades básicas. O que me ajudou a construir um conhecimento sobre como administrar o dinheiro, auxiliando-me bastante ao sair da casa dos meus pais (aos 17 anos).

No entanto, meus sonhos sempre foram voltados às asas, com algo que não tivesse raízes; viajar, conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes. Por se tratar de algo mais subjetivo, custei a definir uma meta quanto a faculdade. Exatamente por esse motivo, iniciei minha graduação somente quando avistei meu horizonte. Contudo, nem aqui consegui alcançar o que realmente quis, tendo que escolher uma opção próxima, visto que o curso desejado é diurno, e pra quem é independente financeiramente (ou dependente quando se refere a sua própria manutenção), não seria possível.

Frustração inicial a parte, constatei que poderia me graduar numa área próxima e buscar minha especialização por meio do mestrado na área em que realmente desejo atuar. Porém, os percalços são vários e enormes; a falta de tempo, o cansaço e a insatisfação com o curso de graduação fizeram com que eu quase desistisse. Tranquei a matrícula, decidi fazer matéria isolada e adiantar o projeto de mestrado - isso quase formando.

Atualmente, meu anseio é concluir o curso de graduação e entrar de cabeça no mestrado, mas algo é contínuo: a insatisfação em relação a graduação e ao trabalho. Ambos ficam martelando em minha mente diariamente. E por esse motivo, vivo numa montanha russa de sensações.

Nesse sentido, ontem, ao rever o filme O diabo veste Prada, sucumbi às lágrimas. Pois enxerguei-me na personagem Andy, que possui seus sonhos, mas estaciona-os por necessidade. Chegando ao limite de transformar-se para fazer parte do lugar.

Bem, ainda não sofri essa metanóia, mas havia planejado sair do trabalho e viver para a academia (pegar alguma monitoria, projetos de pesquisa e dar aula pelo estado) desde já, uma vez que meu projeto é trabalhar com pesquisa e lecionar.

Entretanto, mantenho-me no impasse, visto que me acustumei com uma qualidade de vida que não conseguirei no inicio. Qualidade esta que nem é tão boa, mas é a melhor que já tive.

Alguns amigos comentam que primeiramente preciso me estabilizar financeiramente, mas pergunto-me quando isso ocorrerá, e o pior, se ocorrerá.

Enfim, trabalho sem motivação.

Vivo o agora sonhando com o amanhã.

Sinto o mundo me chamando a desbravá-lo, mas fico presa no momento.

Ainda bem que não possuo nenhuma Miranda Priestly em minha vida.

Em compensação também não tenho um namorado que cozinha (risos).

Mas tenho minha alegria de ir pra casa: Srta. Woody Allen, a gata mais linda do universo chamado apartamento.

E enquanto não sou capaz de definir qual o próximo passo, retorno para o ronronar mais gosto que há.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

É bom ser menina



Da minha contemplação contínua desse céu que me cobre, lembro-me da fome e sede voraz que as meninas possuem.
Engraçado como a brevidade não as assusta.
Aliás, seus medos são tão singelos que cabem em uma mão.
Já não posso dizer o mesmo de seus sonhos; imenso como o céu.
Sua curiosidade insita às descobertas. A invasão do mistério.
Elas - as meninas -, brincam com o tempo.
Revelam a ele que são capazes de despertar paixões, enquanto ele as adormece.
Da varanda elas brincam de construir sonhos com as nuvens. Uma a uma vão tomando forma.
Encontro-me entre a lógica do tempo e o caos do pensamento. Lá habita a menina-mulher.
Que não sonha com príncipes, mas com a chegada do menino de sorriso acolhedor.
A menina diz que a fórmula desse encontro é o acaso.
A mulher a escuta atentamente, sem deixar de observar o céu, que sutilmente, dá sinais de inverno.
Mas o frio não a encolhe. Antes a desperta!
Pois é assim; menina-mulher.
E enquanto a noite estiver tão linda, ela vai ficar.
Afinal, é tão bom ser menina.

[Para as meninas do meu coração: Nel e Paulinha]
[Tiê - Na varanda da Liz]

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Uma missiva à Lya

Já vivi do passado. De sonhos e lucidez. Hoje vivo de ambos. Equlibrando-me na linha de cada estação. Porque se há um trilho, ainda não o vejo. Mas já o sentir, esse se fez sempre presente.


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Hoje, graças ao convite da Lu do sotão, estou aqui. Entre cartas, passado, presente e futuro.

Vambora?

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O sorriso do céu

Ontem o céu sorriu para mim.

Acompanhou-me da saída do serviço à casa.

Pelo percurso da noite, balbuciava palavras encantas que emanavam paz.

E ao chegar em casa, acolheu-me em seus longos e ternos braços.

Hoje, ao acordar, ele ainda estava lá, e suas palavras chegavam aos meus ouvidos como a mais bela das sinfonias.

Falou-me sobre o tempo, as perdas, o recomeço.

Em seu refúgio, pude sentir-me protegida.

A cada oportunidade espreito a janela para ainda contemplá-lo.


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Não recordo-me de um inverno com nuances tão belas.

Onde o céu revela-se sem cores de tristeza.

O mais engraçado, é que sempre gostei de inverno, da melancolia que está sempre presente, das cores frias, do chocolate quente contrastando, das boinas e casacos, dos caldos e amigos partilhando destes, dos vinhos e massas cada vez mais presentes e desejosos.

Mas o fato, é que nos dois últimos invernos os dias foram dolorosos. Tristes. Vazios. Repletos de rompimentos. Idas e vindas.

E nesse momento estou aqui dentro. Não diria que completa, mas lúcida.

Minha alma está segura.

Minhas pernas seguem o compasso, e mesmo que em alguns momentos tremule, segue adiante.

E meus olhos...

Ah, meus olhos se contentam em contemplar o céu.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Verdade ou consequência

Há tempos que não sentia a alta tensão em meu ser.

Dias difíceis contribuem para perda de fome, perda de peso, perda de sono, mas levam-me ao encontro de uma totalidade, que por vezes, passa despercebida.

Identifico fatores que estavam distantes de meu raciocínio.

Percebo que os humanos ainda são cruéis; mesquinhos.

Lanço-me nos braços de quem sempre será meu socorro.

Repenso valores que podem ter se perdido.

Enfim, atitudes devem ser muito bem pensadas, pois quando quebra-se janelas, há sempre um custo.

O que fazer?

Respirar.

Abraçar.

Repensar.

E às vezes, chorar.

Embora que, nesse momento, o que posso fazer, é esperar que tudo passe de minhas veias.

Que minha mente absorva melhor do que o esforço do meu corpo em busca de ar.
E se alguém puder me fazer um favor, faça o seguinte: Me diz onde fica a saída.
Para que eu possa me purificar com ás águas que jorram lá fora. Afinal, a que encontra-se aqui, está podre.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Meu aconchego

Com o Caio rola uma química, um encontro, um aconchego, um querer estar próximo, entre seus braços que me acolhem em suas palavras.
E hoje bateu um querer ele aqui pertinho, sussurando em meus ouvidos...palavras nem sempre doces, mas de uma profundidade inigualável.

“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”




C.F.A.

O melhor de Woody Allen

MELINDA E MELINDA E MEUS VÁRIOS EUS

Melinda e Melinda é o meu filme predileto de Woody Allen, lançado em 2004, retrata a história de Melinda, contada por duas versões, onde o diretor trabalha a "dualidade do drama humano através das máscaras da tragédia e da comédia".
Apesar da trama nos levar a uma aproximação do teatro grego, articula de forma inteligente os dilemas contemporâneos da humanidade.
E foi exatamente esse paradoxo que me cativou, pois no desenrolar do filme, era impossível não me identificar com a personagem em ambas as histórias.
Mas afinal, qual gênero dramático tem mais relação com a vida real?
A comédia ou a tragédia?
Segundo Woody "a vida pode ser comédia ou tragédia, e tudo depende apenas do ponto de vista de quem observa".

MIDNIGHT IN PARIS

Domingo no final da tarde, fui assistir Meia noite em Paris. Me aconcheguei. Senti as cores. As músicas e a trama, em cada um de seus detalhes. Restando a minha fragilidade, sucumbir às lágrimas e aos risos. E sabe de uma coisa, ainda sinto que não sai de lá. Até me esforcei por rascunhar alguma coisa sobre o filme, mas aqui dentro está tudo tão confuso, tantos sentires, quereres...


Por hora, algumas certezas: Amo Paris. As músicas. Os cafés. A língua. E ainda irei fazer morada por lá. Para além, apenas o principal; a identificação com o personagem principal: Detesto pseudos e amo o passado.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Esse menino

Ah, menino...

De sorriso aberto e olhos intensos.

De jeito tácito e visitas rápidas.

Pensava eu que esse desejo repentino por ti havia se mitigado.

Mas de repente sua presença impõe-se sorrateiramente sobre mim.

Ela; presença quase adjacente, revelando quereres ocultos, ardentes e subversivos.

Ah, menino...

Do novo, do fogo.

Serás tu indelével?

Serás tu fruto de minha imaginação?

Enquanto o mistério da dúvida paira sobre mim, esse silêncio encanta-me.

Cabendo a beleza dos pássaros, das bolhas de sabão e dos balões, tornarem-se ainda mais perceptiveis.

Pois tu, menino, faz com que meu coração acelere e minhas pernas tremam.

Faz com que meus lábios sintam a menor delícia dos sabores, e o cheiro perigoso da fera da paixão.

Ah, esse menino.



[lembrando da adolescencia]