, tenho me encontrado em ensaios quanto a um certo desafio. No entanto, após receber o mesmo desafio da
, esforcei-me mais ainda por cumpri-lo. Visto que, além deste chegar ao quadrado, recusá-lo seria uma afronta à dimensão do querer bem essas duas. Nesse sentido, agradeço à elas por me render viagens pelas palavras que já adentraram em meu ser, e apresento-lhes o resultado desta, nas linhas que se seguem...
Tinhas o hábito de ler quando crianças? Essa não era a ordem, então não me aterei a sequência das perguntas, uma vez que acredito que tudo inicia-se quando ainda somos pequenos, e nessa época, eu era uma leitora compulsiva, imaginativa, solitária e fã da biblioteca. Entre os que mais me marcaram quando iniciei minhas leituras, encontram-se alguns da coleção vagalume. O meu predileto é o livro
Eramos seis de Mária José Dupre, porque acompanhar o crescimento das crianças, era me preparar para o meu próprio crescimento. Naquela época, visitar a estante de livross da minha mãe era algo mágico, e lá, eu descobri dois livros que marcaram minha vida
Ninguém é uma ilha do escritor Johannes Mario Simmel, por sua história comovente, onde mostra a superação de barreiras e novas possibilidades (eu o li em um momento de muitas mudanças e dores, e por isso é um dos livros que mais desejo ter em minhas mãos novamente). De lá também me deliciei com a obra
Eu sei que vou te amar de Arnaldo Jabor, pela história de desamor, reencontros e pela linguagem erótica; um mundo novo que descobri naquele instante (é outro que não encontro há uns 18 anos, seria bom reler). Também tem
O Diário de Anne Frank, pelo medo que já residia em mim (medo da maldade que habita em humanos).
Existe um livro que lerias e relerias várias vezes?
Não sou muito de reler livros, mas há alguns que faço questão de visitar novamente, pois sempre possuem algo novo a me dizer, são inclusive, livros que li no inicio da juventude, como O pequeno Príncipe de Saint Exupery, que me revela coisas intrisicas ao observar cada um dos personagens. O Jardim Secreto de Frances Hodgson, pela amizade ali vislumbrada e a cura que foi transportada das linhas para meu ser. 1984 de George Orwel, pela identificação quanto a postura humana e política. A insustentavel Leveza do Ser e Rísiveis Amores de Kundera, porque lê-lo, é sempre uma viagem de ir e vir. Inventário do ir-remediável de Caio Fernando Abreu, pois nosso primeiro encontro foi singular e adentrou atmosferas desconhecidas. O Alienista de Machado de Assis, por me interessar muito pelo tema da loucura e lê-lo em Machado ter sido algo prazeroso.
Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e nunca conseguiste ler até o fim?
Detesto não dar continuidade em qualquer coisa que faço, mas não adianta, sempre acabo deixando algo de lado. Isso também reflete em dois livros que tentei ler várias vezes sem conseguir findá-los. Pra piorar, ambos são de escritores que moram em meu coração: Dostoiévisk e Os Irmãos Karamazov, talvez pela dor que me causa ao lê-lo e Cristianismo Puro e Simples de C.S. Lewis, que já não sei bem o motivo de não terminá-lo.
Se escolhesses um livro para ler para o resto da tua vida, qual seria ele?
Não sei se conseguiria escolher somente um livro para ler para o resto da vida, se pudesse negociar, pediria Noites Brancas e Memórias do subsolo de Dostoiévski, estes livros chegaram sem pedir nada e revelaram um mundo muito meu. Os Demônio de Loudon de Aldous Huxley, pelo impacto que causou em meu ser quando lido, além de ser uma escrita diferente da que estava acostumada a encontrar quando o lia. E a Biblia, pois me acompanha desde que sei ler e revela uma humanidade contraditória (que nem a minha), além de um Deus humano por meio de Cristo. Mas se não fosse possível levá-los, ficaria com qualquer um de Clarice Lispector, nela posso encontrar-me sempre.
Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo nunca leste?
Não li Cartas de um sedutor de Hilda Hilst, na realidade ela me chegou tardiamente, mas gostaria muito de tê-la lido na juventude. Recentemente baixei uma coletânia dela, onde reune suas obras entre 1950-1996, com isso poderei ser envolvida por várias de suas palavras, entre elas o livro em questão.
Que livro leste cuja 'cena final' jamais conseguiste esquecer?
Nossa, lembrar da cena final de qualquer coisa me é muito difícil, mas, no entanto, guardo o final de A menina que roubava livros de Marcus Zusak, pela forma como o poder das palavras foi trabalhado, pela empatia que senti em relação a morte e claro, pela menina que roubava livros. A insustentável leveza do ser pelo desejo em que terminassem juntos e pelos arrepios que o desefecho me causou. Outro que lembro-me muito bem é 1984, pela crítica contínua utilizada pelo autor, não fugindo ao finalizar a história.
Qual o livro que achaste chato e mesmo assim leste até o fim? Por quê?
Amo Virginia Wolf, mas achei Flush, Memórias de um cão um pouco chato, no entanto, a curiosidade de vê-la ali era tamanha, que consegui dar continuidade.
Indica alguns dos teus livros prediletos:
Meus livros prediletos vão desde os já citados: Demônios de Loundon, por gostar de literatura histórica e com temas sobre a inquisição. Inventário do ir-remediável, pela surpresa de um encontro tão intimista. Amores risíveis, porque gosto de rir de mim mesma. 1984, por tratar de questões que também me incomodam. Memórias de um subsolo, pela consolidação do meu amor por Dostoiévski. Os não citados: Emma de Jane Austen, por ter chegado em um momento certeiro. O vestido, de Carlos Herculano Lopes, por ter um enredo e uma escrita encantadora. Perdas e Ganhos de Lya Luft, porque lê-lo representará sempre um recomeço, um renovo de amor pela vida.
Que livro estás a ler nesse momento?
Nesse exato instante, tenho me empenhado em ler a Obra poética reunida de Hilda Hilst, entre elas Trajetória poética do ser (1963-1966), Roteiro do silêncio (1959), Do desejo (1992) e outros. Ah, também tem os livros para o Mestrado: Orientalismo de Edward Said, por se tratar de uma questão complexa sobre Oriente e Ocidente, o que irá auxiliar na construção da minha defesa quanto a postura ocidental em impor os Direitos Humanos (criado por este) sobre as culturas não ocidentais. O papel do indivíduo na história de Plekhanov, que apresenta várias visões sobre a construção da ideia de qual papel desenvolve o indivíduo na sociedade. Além de inúmeros artigos sobre o continente africano.
Indica dez amigos para o Meme Literário.
Alguns dos que iria indicar já foram indicados, portanto deixo o convite para os descritos abaixo e à todos que desejarem participar.
Nicolau (Ailton) do blog
Produção Marginal, por partilhar de algumas posições políticas e sociais deste.
Débora do blog
eu, borboleta, pra saber se está conseguindo conciliar as provas finais de semestre e a leitura feita por prazer.
Diego do blog
Câmera de vigilância, pela empatia que sinto em relação a postura dele e por ter sido uma surpresa muito boa desse universo blogueiro.
Heat do blog
Fullutilidade, recém chegada por aqui, mas gostei da garota. Estou curiosa em conhecê-la melhor.