
Hoje, primeiro de abril, o Golpe Militar de 1964 completa 47 anos.
Ao acreditar que muitos blogs irão discorrer sobre esta trajetória, pretendo fazer uma observação suscinta, mas de suma importância.
Ao trazer como discussão a ditadura militar, deve-se ter em mente a importância dos movimentos socias dentro desse contexto. Entre eles, o Movimento Estudantil ganha um grande destaque. Se atualmente, percebemos um Movimento Estudantil frágil e sem bandeiras de lutas, atrelado às coligações partidárias, desligando-se cada vez mais do foco inicial; lutas sociais relacionadas aos direitos da sociedade e do estudante em si, deve-se levar em conta que por muito tempo o Movimento Estudantil foi sinônimo de credibilidade e de respeito, graças às inúmeras pessoas que lutaram ao longo do tempo - principalmente no período militar -, para que os estudantes tivessem melhores condições de estudo e liberdade de expressão. Além de defender os direitos de todos os cidadãos.
Como citado a cima o Movimento Estudantil esteve presente nos principais momentos da história.
Na era Vargas, a partir da Revolução de 1930, a politização do ambiente nacional levou os estudantes a tomarem parte na Revolução Constitucionalista de São Paulo, formar organizações como a Juventude Comunista e a Juventude Integralista. Dentro deste universo, surge a União Nacional dos Estudantes (UNE), maior entidade estudantil nacional que representa os estudantes no âmbito nacional.
Na década de 40, percebe-se que o Movimento Estudantil engaja-se na luta contra nazi-fascismo, especificamente no período de 1947 a 1950 a UNE liderou campanhas nacionais; contra a alta do custo de vida, em prol da indústria siderúrgica nacional e do monopólio estatal do petróleo (campanha O Petróleo É Nosso).
Atuou na entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, mas pode-se observar sua participação com grande impacto em dois momentos; em manifestações contra a ditadura nas “diretas já” e sucessivamente, em uma das mais memoráveis conquistas, o Impeachment do então Presidente da república, Fernando Collor de Melo.
No entanto, foi nas décadas de 1960 e 70 que o Movimento Estudantil universitário brasileiro, mobilizou-se mais expressivamente, participando ativamente da vida política do país. Este, com suas manifestações e protestos influenciou significativamente a vida política nacional.
A introdução dos pensamentos de Marx surtiram nos novos estudantes - advindos da expansão das universidades -, o ideal de novos projetos sócio-econômicos. Essas correntes esquerdistas buscavam ter sua voz ativa por meio das mobilizações. E uma de suas maiores conquistas ocorreu em meiados da década de 60, por meio da "Reforma da Universidade".
O golpe de 64 teve forte impacto no Movimento Estudantil, e através de ondas de repressões os estudantes se integravam cada vez mais ao movimento, tendo como bandeira de luta a queda do militarismo.
No início da década de 70 o movimento se encontrou menos ativo, retomando ativamente suas manifestações somente em 1977, quando vários estudantes foram para as ruas reinvindicando liberdade democrática, o fim das prisões e tortura e anistia ampla.
Já nos anos 90, em apoio ao movimento contrário ao governo de Collor os "caras pintadas" foram novamente as ruas em busca de respostas e reinvindicando a queda do então presidente.
Ironicamente, em nosso momento histórico, abre-se várias críticas a esse movimento. Contudo, sua legitimação ainda é presente. Fato este que foi estabelecido por meio de sua participação na ditadura militar. E, portanto, ao falor em ditadura, deve-se por obrigatoriedade falar-se em Movimento Estudantil.
Sendo assim, nesta data, lembramo-nos do golpe de 64 e da participação estudantil frente as demandas do país. Compreendendo seu valor. Assim como suas falhas atuais.
Querida ,seu texto é de aplaudir de pé aqui você deixou muitas coisas que poucos tem conhecimento das causas abraçadas pelos estudantes do nosso Pais.
ResponderExcluirOs estudantes tiveram muitas conquistas
sem contar que muitos deles morreram lutando pelos seus ideais.Hoje na verdade ja não são como foram a anos atraz creio que a ultinha luta dos estudantes os caras pintadas ,que derrubou o presinte Co
llor .Ledo engano quem imagina que uma força estudantil não tem forças suficiente para lutar ainda por causas nesse Pais.Em sua maioria não tem medo de sair as ruas e dar um grito de basta.
Um lindo final de semana parabens pelo bélissimo texto.
quero que me perdoe se ñ soube argumentar muita coisa.
beijos no coração,Evanir.
http://aviagem1.blogspot.com/
A classe estandantil, quando quer e deixam ser, é uma bandeira de expressão de liberdade.
ResponderExcluirMas atualmente e você deixou claro isso no texto, tudo parado está.
E como tiveram oportunidades nos 8 anos de Lula...
Beijo
Menina, esse vermelho matou meu olhar. Mas selecionei tudo aqui pra ler. Essa é uma parte da história do Brasil da qual eu pouco sei. Mas me surpreende saber que houve um tempo em que os jovens levantavam-se e empunhavam bandeiras em pró de algo porque no Brasil de hoje são todos muito apagados e gagos. sr
ResponderExcluirbacio
O texto é muito bom, mas foi difícil e nada agradável ler a fonte vermelha no fundo preto. Vou ler novamente, pois me interessou a idéia de uma espécie de heterogeneidade no movimento estudantil que tende à desmobilização, ou algo assim.
ResponderExcluirPelas dicas, troquei a cor da fonte.
ResponderExcluirBeijus.
K.
Bom dia, querida amiga Keila.
ResponderExcluirAdorei!! A união dos estudantes já mudou esse Brasil pra melhor, muitas vezes!
Infelizmente a ditadura ceifou muitas vidas, fazendo os nossos heróis provarem pra nós que o preço da liberdade é caro. Nunca poderemos esquecê-los.
Na era Collor, eu duvidei muito que ele saísse antes, mas outra vez, os estudantes mostraram que indo à luta, unidos, o troféu é a mudança. Com toda aquela arrogância e orgulho, o "esquisito" saiu palas portas do fundo.
No dia que ele caiu do poder, eu senti uma emoção tão grande, que até hoje não consigo palavras para exprimir. Restou a gratidão por cada um do movimento, e a torcida e clamor de cada cidadão brasileiro, que ansiava por justiça.
VIVA A DEMOCRACIA!!
Um grande abraço.
Tenha um lindo fim de semana, cheio de paz.
"para que os estudantes tivessem melhores condições de estudo e liberdade de expressão"
ResponderExcluirisso realmente foi muito bom, o problema é que algumas pessoas confundem liberdade com o poder de fazer o que bem querem quando querem, eis exemplos que vem ocorrendo das escolas!
amei o texto, e a informação!
beijinhos colloridos!
Oi tem selinho pra você no meu blog!
ResponderExcluirbeijinhos colloridos!
Olá!
ResponderExcluirQue ótimo blog! Parabéns! É sempre bom encontrar seres pensantes por aqui.
Fiquei muito contente ao ler seu texto principalmente por esses dias. No dia primeiro de abril foi encerrada a greve estudantil na minha universidade. O motivo da greve: não temos onde estudar. É um campus novo da UnB e, apesar da faculdade apresentar um nível de conhecimento alto, não possui os prédios e infraestrutura adequada.
O que eu percebi nessa minha primeira greve estudantil foi que muitos estudantes são egoistas. Preferem pensar no agora e não gostam de perder algo para um bem maior. Embora as reinvidicações sejam tão fortes, muitos alegavam querer apenas estudar sem lutar por um local digno de estudo. O bom, particularmente, é que cresci muito como pessoa nessa situação e fiquei imensamente feliz ao ler seu texto sobre os movimentos dos estudantes.
Abraços
Thai
Desculpem-me pela vermelhidão...rsrs
ResponderExcluirApós as dicas foi alterado.
Mas vamos lá:
Discorrer qualquer coisa sobre a ME me interessa muito, no entanto, quando posso articulá-lo a ditadura é mais interessante ainda.
Acho de suma importância dar valor a participação dos estudantes em seus momentos memoráveis. Contudo, jamais deixarei de fazer minhas críticas ao ME atual.
E em mim ainda há a esperança de que em algum momento os estudantes construam bandeiras de lutas legitimas, como lutar contra a mercantilização da educação. O acesso à todos. E ainda mobilizar-se junto as causa dos professores.
Mesmo sendo utópico este é o meu desejo.
Obrigada pelos comentários,
K.