Atitude do Pensar

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quinta-feira, 24 de março de 2011

A igualdade é branca?


Cada cor na bandeira da França representa um tema debatido na Revolução Francesa, como por exemplo: A igualdade é branca. A liberdade é azul. A fraternidade é vermelha. Inclusive, cineastas se inspiraram nessa temática e elaboraram filmes ótimos. O polônes, Krzysztof Kieslowski é um deles, por meio de Trois Couleurs, apresenta essas significações.
No entanto, como não sou grande conhecedora de significações de bandeiras, exceto a nossa que foi construida inspirada no positivismo, que aliás é mais expressado em nossa bandeira pela frase "Ordem e Progresso" não discorrerei sobre a bandeira e seus significados.
Mas o caso é que estou elaborando meu Pré Projeto de Mestrado, que tem o foco na efetivação dos Direitos Humanos no continente africano e, ao ler a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos - Carta de Banjul, senti aquele frio na espinha.
Vários pensamentos inundaram meu ser - como a contrução ideológica de que negro não sente; Não pensa; Não tem alma; Não é humano -, juntos a esses pensamento vieram as indignações. Não aceitações. Repulsa. Constatações - realmente, se "ser" um humano for ter em si a característica de opressor, melhor não se encaixarem aqui.
Como é possível que em nossa pequenez pudemos criar e efetivar a bárbarie do preconceito em relação a cor, a estigmatizando quanto ao preto - como eles em geral gostam de ser chamados -, diminuindo-os a seres irracionais?
Me desculpem se esta postagem se apresentar demasiadamente piegas.
Mas para mim, isso é inadimissível.
Posso ter preferências de atração por brancos ou morenos, mas pensar que um povo é menor pela sua cor, é sufocante.
Tudo bem, lido com essa questão o tempo inteiro ao realizar as leituras de pesquisas, mas ao observar o quanto a carta frisa a liberdade, me senti tão pequena.
Lembrei dos campos de refugiados. Do apartheid. Das guerras internas no continente africano. Da fome. Da aids. Dos campos americanos de onde surgiu o Blues. Ku Klus Klan.
E olha, lembrar disso é terrível, pois sei o quanto eles detestam ser lembrados nessas situações, já que são um povo acima desse único contexto.
Porém, as perguntas continuam martelando minha mente...
Quantos ainda terão que morrer para que o racismo seja realmente extirpado?
Como fica a igualdade?
A universalidade de direitos?
A dignidade?
A alteridade?
Como fica a humanidade?
E como ficamos nós e os nossos pré-conceitos? Iremos acrescentar aqui o racismo?

Seria soberba demais falar que não sou dotada de pre-conceitos, mas racismo JAMAIS.
E você, guarda algum racismo?

14 comentários:

  1. Amiga, todos nós temos algum tipo de preconceito. Agora preconceito sobre raça, cor, idioma, país, é inadmissível.
    Mas também não sou a favor do que andam fazendo por este Brasil afora, quando gente entra na universidade, pela cor. Quer queira, quer não, é uma forma de discriminar. Tema pra lá de complicado, mas que nós ditos seres racionais, teríamos obrigação de levar a um bom termo.
    E um dos meios é: igualdade a todos. Na educação básica. É aí que se começa a qualificar o ser humano. Sempre a meritocracia!
    Bom, viu como este tema é complexo?

    Mas falando em cor, ficamos com o BLUE, oras, oras.... rsssss

    Beijo

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  2. Bom dia, querida amiga Keila.

    Adorei seu texto. Racismo é o maior veneno desse planeta. Eu sou muito chorona e a injustiça mexe tanto comigo, que me desmonta.

    Será que os vinte anos que Nelson Mandela ficou preso numa minúscula cela, ainda foi pouco, para colocar um ponto final no racismo?

    O que querem mais? Colocar todos os negros na cruz, e assistir a agonia?

    Sobre a escravidão no Brasil, eu sinto vergonha e um nó na garganta.

    Um grande abraço.
    Sucesso no seu mestrado!

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  3. Adoro a forma como você escreve, já comentei isso com você?
    Muito interessante e polêmico o seu projeto de mestrado {e assim que tem que ser! rs.}. É mesmo um absurdo encontrar racismo no mundo em que vivemos hj, com tanta miscigenação.

    p.s: Adoro a trilogia das cores de Krzysztof Kieslowski, estão na lista dos filmes preferidos.

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  4. sou absolutamente contra.
    fico até sem mais palavras.

    beijos,

    Bia

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  5. Vim de uma família bastante racista. Mas eu mesma acho tudo isso uma grande bobagem. Sempre vi as pessoas pelo que me passam, posso achar um homem negro lindo ou não. Mas não vai ser o tom da pele que vai determinar isso. Até acho mais bonito homens mais morenos para mulato. Mas não posso dizer que isso seja total. Enfim, acho que racismo não é algo que faça parte do meu universo.

    Beijocas

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  6. O preconceito de cor é o mais imbecil e desumano preconceito q existe. Minhas avós eram racistas. Meu pai era racista. Ele costumava dizer coisas assim: 'este é um sujeito tão legal, q nem parece preto'. O racismo da minha mãe era no tocante a estética e tb achava q a pessoa preta tinha q ser mais humilde... Meu irmão já possuia um racismo q primava pelo deboche, pelas piadinhas de mau gosto. E ele,q adorava louras, acabou se casando com uma mulher preta, bem escura por sinal. Meu pai, minhas avós, alguns tios, todos foram contra o casamento; minha mãe e eu fomos a favor. Minha tia materna, descaradamente, quando ele estava com o casamento marcado, disse ao mesmo: 'saí dessa!'. E ele ficou em silêncio... Estão juntos há 22 anos. Brigam um pelo outro, não um contra o outro.

    Infelizmente, a maioria é racista, não assumidos, claro. Aquele lance: 'não sou racista, mas não dou sorte com preto'. Shit!!!!!!!!!!!

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  7. Keila ,
    o ser humano , na sua maioria , é medroso , daí agarrar - se a tudo para se justificar .
    Não é apenas o racismo que dá dores de estomago ( de verdade )mas todas as demonstrações de que somos superiores , porque diferentes .
    Até mesmo quando se fala dos nossos amigos de quatro patas .

    Beijinhos ,
    Maria

    ps: no meu blog tem resposta ao seu comentário , pois não quis ocupar espaço aqui .

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  8. Preconceito sim, não fujo à certas regras,
    mas Racismo jamaiss..

    beijoos querida..

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  9. A voce um abraço nesse lindo Domingo
    que desejo seja ele muito feliz .
    Obrigada por seguir meu meu blog
    ofereço minha amizade pois não existe riqueza maior que uma Amizade Sincera
    Um feliz Domingo beijos no coração,Evanir.

    http://.aviagem1.blogspot.com/

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  10. Inicei respondendo cada um separamente, mas não é possível...a correria me impede.
    Então, agradeço pelos comentários, pelo carinho, pelas visitas e digo ainda: Nasci de uma família MUITO racista, meu pai - descendente de português -, é daqueles que diz que negro, só é gente quando batem na porta do banheiro e perguntam se tem gente, e lá de dentro, respondem: Tem gente - cresci ouvindo isso.
    Namorei um negro muito fofo por sinal - meu pai nem quis conhecê-lo -, imagina então se ele soubesse das tatuagens e alargadores...
    Desde novinha os loiros me chamaram mais atenção, hoje em dia são os barbudos...rsrs
    Mas o absurdo do racismo me incomoda de forma intensa.
    E não concordo quando dizem que não são pré-conceituosos - como eu gosto de dizer -, no fundo...o que falta não é compreensão, mas sim respeito.
    Pelo eu. E pelo outro.
    Beijocas,
    K.

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  11. Não sei, eu acho que o ser humano tem essa mania deprimente de julgar e condenar o outro pela diferença que ele não tolera. Eu não julgo a ninguém porque sou diferente e sei muito bem o que significa isso pra mim no meu dia a dia.
    Não gosto de uma série de coisas, mas não é regra geral, apenas não gosto e pronto: hipocrisia me irrita de tal forma, mas o mundo é muito hipocrita e o preconceito surge justamente a partir disso.
    Eu acho tão estupido o preconceito com raça, sexo, cor. É tão tolo e deprimente. Por que somos todos humanos, que diferença faz a opção sexual ou a cor do outro?
    Sei lá, é tão sem sentido, mas novamente repito: somos humanos. aff
    bacio

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  12. Menina, Lu. Concordo com você - é uma mania. Encontra-se tão arraigada na cultura humana que o respeito pela diferença, mesmo tão discutido é um dos paradigmas que ainda deve ser quebrado. E que, com certeza, demorará muito para isso.
    Já disse algumas vezes aqui que uma das coisas que mais me incomdam na vida, em relação a humanidade, é a hipocrisia. Por isso meu apreço pelo peculiar, quando possui veracidade.
    Sabe que é bem incompreensível para mim também. algo do tipo uma incógnita contínua...
    Abraços,
    K.

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