Atitude do Pensar

Atitude do Pensar

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Amor fadigado


Era noite e dia – assim descrevo o romper do dia adentrando a madrugada.
Lá estava eu sem expectativas, vislumbrando o tédio e a melancolia.
Mas o telefone tocou. Fiquei arredia e me poupei de atendê-lo. O som insistente me convenceu.
Sua voz do outro lado dizia querer me encontrar. Disse não. Você ficou agressivo. Grosseiro.
Delicadamente me despedi e desliguei.
Fui dormir.
Ao acordar me deparei com você novamente. Suas ligações registradas pela madrugada adentro diziam que me querias. Mas ao longo do dia você não apareceu.
É asim, você vem quando precisa. Depois vai sem dizer nada.
Porém, percebo que meus ouvidos já não querem ouví-lo.
Meu corpo já não chama pelo seu.
Sinto-me fadigada. Com náuseas.
Sua atuação não é mais digna de oscar. A percebo como uma produção barata. Chega a ser ridícula.

As marcas permanecem. Sou capaz de vê-las e ainda sentí-las. A tatuagem não se deteriorou, sua pigmentação é perfeita. Os retoques não são necessários.

Mas e agora?
Como será andar sem ter suas mãos dadas, juntas as minhas?
Como será não esperar sua ligação pela madrugada.
Sim, cansei delas.

O amor ainda reside aqui, mas o vício por você,foi substituido pelo amor próprio.
Não quero mais dizer de você. Esperar por você. Cantar sobre você. Sentir você.
Seu egoísmo me afasta. E o vento te leva embora.
O relógio canta que o tempo passa sem você.
Meus olhos procuram um agora, e não um ontem.
Hoje, não.
Não irei dizer sim à você.

Será o adeus?

11 comentários:

  1. Obrigado K., adorei seu questionamento quanto a lente!

    Mas, e agora?
    Olhar pra frente, sem nada esperar. Deixar acontecer. E sabemos bem, que se novamente acontecer, existe grande probabilidade, de o coração novamente ser machucado. É o risco!

    Beijo

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  2. Quando finalmente chega o abençoado amor próprio, affffff... não há mais espaço para meios-amores! AINDA BEM!

    E virá a deliciosa e doce VIDA NOVA!!!

    beijos e parabéns pelo blog!

    Passo a segui-la!

    Bia

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  3. e com isso você vai em busca de um novo recomeço !
    Seus posts são os melhores.
    Richard

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  4. Keila ,
    há sempre a fase de transição.
    Aquilo que Mário Quintana tão bem descreve ...
    Eu , agora , que desfecho!
    Já nem penso mais em ti...
    Mas será que nunca deixo
    De lembrar que te esqueci?

    Mas quando entra o cansaço , as nauseas e o amor próprio a impor -se o adeus vai - se transformando numa das muitas lições que temos que aprender nesta vida .
    Penso assim ...

    Um beijo ,
    Maria

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  5. Keila ,
    respondi - lhe no " navegando entre azul e roxo " .

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  6. E assim acaba um processo... e outro será iniciado, mais maduro, mais seguro e mais cheio de amor!

    Lindo post!
    Meu carinho!
    http://pequenocaminho.blogspot.com

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  7. O sentimento dolorido é posto pra fora em formas apreciáveis, como é o seu texto. Senti exatamente tudo, como se descrevesse meu momento, só que estou do outro lado da linha. Se ficamos ou nos vamos, a vida não para.

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  8. Creio q do jeito q anda as coisas, descritas por vc, é melhor o adeus. Só a procura quando precisa... e um coração tão fadigado por essa enorme quantidade de pregos, não resiste.

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  9. Gosto de adeus. É forte, digno, dolorido e intenso...como viver. Gosto dos seus posts, muito! e ainda mais dos seus comentários que me comovem, inspiram, animam...também te amo, linda!

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  10. Oi, Blue! E quando é que nada esperamos?
    Um dos sinônimos de ser humano é expectativa.
    O risco existe, mas viver já é um risco: Com ou sem; longe ou perto.
    Bju

    Nossa, Bia. Confesso que já tive muito amor próprio, mas com esse amor ele escorreu todo pelo ralo. Boa hora essa de reencontro com ele.
    Bjin

    Ei, Richard, você sempre muito atencioso.
    Há um tempo atrás aprendi, que cada dia é um recomeço. Posso esquecer disso, porém há momentos que a memória funciona...hehe
    Bju

    Olá, Maria!!! Sou uma eterna saudosista. Inclusive, até do que ainda não vivi, mas a luta pelo vicio é constante e, portanto o pensar me lembra de amar - entre um e outro, o amor próprio tenta se impor.
    É necessário...
    Bjin

    Audrey, recebo suas palavras com uma intensa ansiedade: "e outro será iniciado, mais maduro, mais seguro e mais cheio de amor"...
    Obrigada por elas.
    Bju

    Oi Pitty,
    obrigada pela visita e comentário.
    Olha, demoro pra engatar - as vezes, perco o ritmo do relógio/tempo, mas como você bem disse, a vida não para.
    Se nos identificamos, sinta-se abraçado nisso.
    "Aquilo que não é capaz de nos matar - a dor -, nos fortalece."
    Bju

    Meu caríssimo, Roderick! É sempre tão bom sua presença aqui. Estamos tão juntos na dor, né!? Mesmo com as singularidades.
    No fundo, não há um querer dizer adeus, apenas um necessitar.
    Agora que os pregos sairam, tenho que esperar que as feridas se cicatrizem.
    Abração

    Lu!!!!!!!!!!!
    Mas dizer adeus é doido. Penoso. Sofrido. Mas como a vida, é capaz de revelar boas surpresas após momentos tortuosos.
    Abraços apertados, sempre.

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  11. Perfeito!!!

    Preciso de mais palavras assim, que me façam acordar desse sonho que virou um pesadelo... Preciso do meu respeito de volta e também do meu amor próprio!!!

    Snif!!!

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