[ainda com ele]
Atitude do Pensar
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Durma bem, querido
Cheguei a ponto de encontrá-lo. As folhas ainda estavam secas e os ipês lutavam contra o frio do inverno. O vento contava velhas estórias, e num momento de um leve suspiro nossas mãos se encontraram...Essas mãos que passearam pelos meus contornos, apreendendo curvas, pele, carne, e absorvendo minha alma... Seus olhos ainda sorriam para mim. Esse contraste do verde biológico e o amendoado de um amor que outrora havia habitado ali...O tempo estava leve. O espaço era transparente e sútil, mas as palavras surgiam como a despedida de um pôr do sol. Jamais seriamos os mesmos, mas já não éramos...Ainda pego meus olhos pousando sobre seus lábios. Eles insinuam-me fogo, desejo... De repente sinto sua barba roçando sobre meu pescoço, mas não passa de mera vertigem. Essa barba que cantou-me acerca de papoulas da india. Fizeram-me conhecer a devassidão de uma paixão...Procuro por ele, insistentemente. Não mais o encontro. O amor abandonou-nos. Ou será que fomos nós quem desistimos de renová-lo dia a dia?... O sol queima minha pele, recordando-me velhas feridas e cicatrizes. Mas passou...Percebo que você também possui as suas. Entre sorrisos nos conhecemos outro. Com marcas do que se foi...O relógio do prédio na praça afasta-nos. Porém já não estávamos de mãos dadas. Duas estradas...O beijo da despedida. Sem sal, sabor, calor. Fomos... Um amor... Resta-nos seguir adiante. Regenerar o ser, o querer, o encontrar. Quem sabe o se perder...O cheiro dessa manhã trouxe-me você. Sem dor, mágoa. Sem amor...Durma bem, querido. Pois eu estou de olhos abertos para contemplar o novo. Apreendê-lo com dentes. Lágrimas. Boca. Olhos. Braços.
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Nossa, Keila, esse texto me tocou demais! A realidade de desencontros amorosos. "O amor abandonou-nos". "Jamais seríamos os mesmos, já não éramos". É... é o fim!
ResponderExcluirAbraços, Keila!
Estou meio que sem fôlego até agora com esse seu texto! Belíssimo! Obrigada por estar sempre presente no devaneios. Beijos.
ResponderExcluirOlá amiga Keila, bonito texto . Bem feito.
ResponderExcluirUm grande abraço. Tenhas um lindo dia.
Hoje o seu texto lembrou-me uma personagem com quem tenho travado uma batalha e tanto. Fico observando as reações dela, os caminhos que busca e as perguntas que acaba fazendo em dado momento e o seu texto parede descrevê-la de forma simples.
ResponderExcluirVou levá-lo comigo. rs
bacio
Nossa que lindo menina! Bela inspiração!
ResponderExcluir"O amor abandonou-nos. Ou será que fomos nós quem desistimos de renová-lo dia a dia?" Infelizmente o que era pra ser tão simples, complicamos tanto... Apesar dos desencontros, dos descaminhos, precisamos acordar bem, pois há sempre um hoje a contemplar! Bjusss
Um texto viscerante, espumante, que pinga na alma feito algo sem nome, mas com cor, cheiro e paladar.
ResponderExcluirparabéns!
Aproveito para divulgar o meu blog; seguindo-o você concorre a sorteio de de livros todo mês. Este é um blog que apoia e incentiva os novos autores
Adriana, nova autora
http://www.bookess.com/profile/adrianasph/books/
estranho ver passar o amor, estranho ver nele outro que não aquele de antes, estranho as coisas se modificarem, estranho sermos a cada tempo um novo ser ainda mais estranho...
ResponderExcluirTeus textos são sempre bem elaborados.Gostei demais! beijos,chica
ResponderExcluirulalá!Que beleza de escrita...
ResponderExcluiré...o amor tem destas coisas...
beijos com meu carinho,
Bia
Pois é Keila, assim é o amor. Um dia chega e no outro vai embora. O que não se renovou permitiu um outro tipo de renovação.
ResponderExcluirE que durma em paz!
Meu carinho!
http://pequenocaminho.blogspot.com
"Resta-nos seguir adiante. Regenerar o ser, o querer, o encontrar."
ResponderExcluirE aqui, ficou as lágrimas em meus olhos, querida.
Voltei ao blog, beijos !
ResponderExcluirLindíssimo seu texto... um dia o amor que achamos estar fincado se desencontra e nós temos que continuar - aprender a amar... novos ventos trazem um novo encontro... bjs Giovanna
ResponderExcluirSinto sede em vc!!
ResponderExcluirIsso é muito bom!!
Beijos
Aí que lindooo =~
ResponderExcluirAmei.
Parabéns pelo texto, e mais ainda parabéns pela maturidade de lidar com a situação.
Beijos.
Tristes despedidas!
ResponderExcluirum amor também me deixou assim!
Ei, Roderick, mas não é com dor que disse isso, apenas de despedida, lembranças, viu!?
ResponderExcluirObrigada, Raíssa.
Olá, Dilmar. Muito obrigada.
Ah, Lu, fique a vontade. Fiquei curiosa pela personagem...
Oi, Zélia, esse novo é supreendente, possui força para impulsionar e travar. Eis a escolha a se fazer.
Drisph, obrigada, fique a vontade, vou lá no seu canto me achegar.
É Débora, a sensação que tenho é de estranhamento.
Chica, querida, obrigada.
Bia, amor envolve pessoas, e pessoas tem dessas coisas.
Audrey, o renovar é sempre necessário, mas nem sempre bem vindo (espero estar aberta à ele).
Miri, que doce seu comentário. Obrigada.
Eba, Ella, estava com saudades, espero que estejas mais tranquila.
Giovanna, e olha que eu nunca acreditei nessa firmesa.hehe
Cris, só você, viu!? Pois eu queria que ele me escutasse quando eu chamasse por ele.hehe
Gracias, Don Vito.
E muita fome também, Suzi! Será a vida?
Puxa, Thel, fiquei sem graça...obrigada.
Conseguimos superar, flor (Fabby).