07:00 da manhã de uma simples segunda-feira, o calendário informa que estamos no inverno. Porém, o ontem cantava acerca das flores e do reinado do sol. Mas o dia de hoje possui cor de saudade, e o frio que corta minha pele traz um rosto ainda desconhecido, uma voz que encontra-se distante e um abraço desejado. Será apenas um mero sonho de inverno?
Não sei, mas há tempos anseio por encontrar refrigério e proteção no poço de água limpa que habita em teu colo. Contudo, é sonho. E nas noites desse inverno durmo embalada ao som que vem lá de fora, que contrasta com essa quimera; maior do que o tamanho do meu peito. Vou dormir, é só o vento lá fora aquietando-me aqui dentro...
12:00 desta segunda-feira, entre mordidas e mastigadas observo o céu, explique-me: Por que ele está tão azul? São nuances de mistérios que alteram meus sentidos, comandando nosso duplo renascer. Discretamente, percebo que o sol bate à janela do teu quarto, revelando flores e sons. Tudo novo. Uma primavera em festa. Sei que ainda tudo é dor, entretanto, este é o tempo de recomeçar, colher flores das sementes que plantamos... Qual foi a semente que você plantou? Arco-íris? Sorvete? Algodão doce? Bolhas de sabão? Não? Ah, sim, balões... Então vamos segui-los até as nuvens, para contemplar o campo de girassóis sonhados nessa estação...
Vejo o sol iniciar sua despedida às 17:00 desta segunda-feira. Volta aqui. Num dia de verão. Não tenha medo, não quero transformar esperança em maldição. Muito menos estupidez em recompensa. Saiba, que estou do lado do bem. Estou do seu lado. Hoje, o sol brilhou e sorriu para nós. Chove lá fora... A melodia que nasce convida-nos a bailar sob as águas de refrigério. Nossa pele ressecada padece de restauração, e esse é o momento da verdade. Vem conhecê-la. Vem me amar. Estou acordado. Sem você nada seria...
A lua no céu lembra-me da minha solidão, já são 23:00, e esse dia encerra-se. Você não está aqui. E eu, confesso que, as vezes quero ir, mas também quero ficar. As folhas secas lá fora chamam-me a caminhar. No entanto, refugio-me em mim. Deixo-me nessa estação, sem fechar as portas e janelas. Porém, não sei onde estou, vai ver que é assim mesmo, e vai ser assim para sempre. Você me deixou sentindo tanto frio nesse outono, estava acostumada a sua voz, com teu rosto e teu olhar, e quando não estás aqui sinto medo de mim mesmo, meu espírito voa longe, vai com a paisagem. E o mundo passa a ser seu...
Mas meu amor passou...
Mas meu amor passou...
[Esse foi o meu diário de sensações destas estações, ambas inspiradas nas harmonias e melodias do CD As quatro estações da banda Legião Urbana, com a presença das letras e sentires de lá]
Que tal sentir a inspiração nascida de 4 mulheres. Suas emoções. Quereres. Olhares...
Vambora?
Realmente cada dia é uma história temporal
ResponderExcluirCom garoas, ventos e o sol que ninguém espevava...
O bom do frio de inverno é a certeza que voltará a ser verão... mais cedo ou mais tarde...
ResponderExcluirBjs!
Querida amiga!
ResponderExcluirVim te ler e vesitar para te deixar um grande beijo e desejar uma semana feliz. Muito bom este texto!
Cada dia de uma estação tem seus momentos.Gosto de todas estações. Toda elas me trás uma beleza muito especial. Mais o inverno me inspira mais.Deixo um beijo grande e desejo de um ótimo final de semana. Abraço!
ResponderExcluirSmareis
Muito bom eesse texto, um pouco triste...
ResponderExcluirGostei muito.
Bj
querida amiga,
ResponderExcluira solidão como estação do ano é provavelmente a forma mais verosímil de nos definirmos. admirável o ciclo poético do ser onde até a noite suspira por sorvete e brinca com bolas de sabão.
beijinho!
Belo texto, grande inspiração, pois é assim que as estações fazem ao nosso coração, ela nos renova, nos mantem aconchegado em silêncio, apreciando o que virá, entre flores e tempestades vamos nos alicercando e amanhã admirar tudo novamente, enquanto vento balança pra lá e pra cá... cada estação tem suas características, sua beleza, é um ciclo vicioso... nos acostumados e sentimos falta quando algo muda...
ResponderExcluiruma linda quarta feira pra ti... bjs calorosos Gio
Melancólico mas muito lindo e sobretudo, bem inspirado, texto.Sempre consegues emocionar.beijos,chica
ResponderExcluirQue lindo..!
ResponderExcluircada dia um novo dia...cada qual com suas particularidades...
ResponderExcluirbeijos querida!
Bia
estações
ResponderExcluirdes
maio
um rio de pedras
que atormenta ornamenta
minha alma de lesma a mesma
a esmo estou só sem dó ou pó eu mesmo
desvario onde várias acácias
em silêncio sob uma chuva
miúda de maio
jazem
já não há
mais flores ou cores
entre os ramos pois é maio
um arrepio de frio um pio de pássaro
um espaço vazio entre um passo ao abismo
o istmo passado o ninho esfarrapado
o arame farpado do meu coração
a cor do céu em combustão
a flor-de-maio
é fria
caio
no labirinto
do poço onde sinto e ouço
estrias n'água minhas pálpebras
vazias estão as estrelas e são elas entre
os elos destes dédalos os halos
são tão belos nos cabelos
nos capins carmins
odor de jasmim
em mim
só
soletro
o nome árido
desventro o vento úmido
onde as letras são escarlates escritas
como um fio de lâmina explícita
a escorrer um rio que cresce
e ainda nem chegamos
a ver o arco-íris
em maio
é frio
e mais que
todos frios outonais
escuto omissos risos
dentro em mim solertes segredos
sentidos flertes urdidos nós de sais
e vais assim mesmo de soslaio
sem pedir teu perdão
pois não é maio
é abril
Fico encantada com a forma que escreve. (:
ResponderExcluirNo inicio quando falou de 4 estações em dia lembrei de Curitiba, dizem que lá é assim. Gosto muito de Legião Urbana, houve uma época que ouvia mais, mas ainda hoje gosto.
Lindo texto.
Bisous.
Eu não comentei antes porque não podia. hehehehehe
ResponderExcluirMas adorei sua dança do dia. Uma delícia singular... Eu sempre digo que temos todos quatro estações. O dia também. As horas também. Enfim, essa dança é parte daquilo que somos, não é verdade?
bacio
Obrigada, Evanir!
ResponderExcluirMarcelo, tenho essa sensação constantemente! hehe
Dani, também há a certeza de um vinho e a companhia dos amigos, o chocolate quente e um abraço acolhedor! XD
Ei, José, obrigada!
Smareis, sempre preferi outono e inverno, mas tenho aprendido a apreciar todas!
Obrigada pela companhia!
Bemsei, minha melancolia é quase eterna. hehe
Jorge, o bailar que criamos ao ritmo da solidão pode possuir contornos de beleza.
Giovanna, nossos sentidos poderiam sempre estar sensíveis para isso, né!?
Chica, obrigada pela percepção!
Obrigada, Fernada!
Bia, sempre assim...
Profeta, adorei a parte de caçador de nuvens breves, principalmente por estar a falar acerca da saudade, trouxe-me presença dos de longe.
Obrigada!
Luiz, assim são as estações desenhando em nós seus contornos e vice-versa.
Luana, já ouvi mais, hoje nem tanto, mas sempre nem tão distante deles. hehe
Sabe que um elogio seu bate aqui dentro e pincela a atmosfera com cores incríveis, né!?
Tenho essa mesma sensação acerca do todo citado por você, mas as vezes, isso me enlouquece. É uma apreenção muito grande. Como diz uma amiga, sou sensível ao extremo. hehe