De repente não sou infinito.
E estar dentro de mim já não é tão vasto.
Era duas, agora sou uma.
Antes par.
Agora ímpar.
Eu.
Não mais nós.
Sinto-me diminuindo.
Ou será crescendo?
Minhas paredes dissolvem-se e o que resta torna-se áspero.
Quebro-me em fatias.
Sou uma.
Sou sufoco.
Arestas de pontas pontiagudas.
O círculo nascido dos rodopios do ir e vir, tornara-se cinzento.
No regresso encontro-me em mim.
Nua.
Despojada de mim mesma.
Vazia?
Sob a mesa o tremular da chama da vela diz-me de quem fui.
E o breu que ainda persiste revela-me a necessidade de um novo.
No entanto, para que ele viva e para que a luz possa habitar-me tenho de abdicar do passado.
De quem fui.
Tudo impede o avanço e dói.Recomeçar é doloroso.
Torno a escorregar para dentro de mim.
Reconstruir-me.
[Inspirado no conto 'Itinério' do livro 'O inventário do Ir-remediável' de Caio Fernando Abreu]
É preciso se reconstruir a cada dia,
ResponderExcluirsempre um novo recomeço, se redescobrir...
O passado o presente e o futuro, se encontram E juntos fazem a historia ter sentido!
Boa tarde, querida amiga Keila.
ResponderExcluirA reconstrução pode ser dolorida, mas tem a vantagem de já possuir um alicerce.
Um grande abraço.
Sinto a sua força tão diminuída...
ResponderExcluirSeus textos estão tão tristes, porém escrito com tanta sinergia, que consigo escutar você despejando essas frases incoerentemente...
Mas, não deixe de expressar o que sente... Tenho certeza que após o término deles, você se sente mais leve...
Se cuida!!!
Beijão
Cada um constrói sua história, beijo Lisette.
ResponderExcluirkeila,
ResponderExcluirjá por cá tinha passado e deixado a minha marca nesta metamorfose apaixonante, mas os blogues sucumbiram a um qualquer bug na sexta-feira que limpou todas as impressões digitais. regresso, pé ante pé, sem fazer ruído, para ter a certeza de que a poeira que os meus passos possam levantar não se atravessa no teu caminho. é que a estrada é o infinito e a sua própria reinvenção.
beijos!
Gosto de tudo que escrves e acabo de vir lá da Emilia.
ResponderExcluirParabéns ,adorei o ping-pong por lá! beijos,chica e um domingo lindo!
O texto é belo, mas a foto merece comentários, fiquei algum tempo olhando para e pensando na vida...
ResponderExcluirBeijos
Agora ímpar. Uma.
ResponderExcluirLembrou-me um texto que li ontem, nem lembro onde, com tanta confusão de posts graças ao mr blogger, nem sei mais o que eu li e onde li, mas enfim... Sou impar. sempre fui e acho que sempre serei. rs
ResponderExcluirbacio e boa semana
Recomeçar é doloroso. Mas é preciso!
ResponderExcluirvocê vai conseguir!
beijinhos colloridos ótima semana
A reconstrução é sim dolorosa,
ResponderExcluirmas a gente vai catando um caco aqui, outro ali, e junta novamente Keila.
Talvez nunca mais fiquemos iguais, mas ficaremos mais fortes.
Um abraço imensooo pra ti!
É, creio q estou assim tb: ímpar.
ResponderExcluirGeladeira, se somos mutantes, a reconstrução é contínua.
ResponderExcluirO redescobrimento pode ser muito prazeroso...
Amapola, já disse que suas colocações sempre me enriquecem, né!?
Sua experiência de vida nos faz muito bem!!
Lendo-a, percebi que não tinha parado para pensar nos alicerces, e isso me fez muito bem.
Abraços apertados, querida.
Suzi, semana passada foi um inferno astral, realmente sentia minhas forças diminuindo, mas a semana nova começou e novas possibilidades com ela.
Quero muito te encontrar se passar pela estrada real.
Um beijo
Lisette,
mas todos influenciam na construção da nossa história, pois somos reflexos de nossas relações, isto é, o efeito das relações sociais.
Jorge, será que a estrada é uma? E os caminhos os que fazem a diferença?
Reinventar-me antes ou depois de redescobrir-me?
Quantas indagações...risos
Chica, eu nems abia que já estava lá. Obrigada por me avisar.
Um beijo
Depois dos 25, antes do 40, concordo, a imagem é incrível. Tenho ela salva já há um bom tempo, o primeiro olhar nos limita a uma mulher imersa na água da banheira para depois descorbirmos que ela é a banheira...
Lu, ser ímpar é bom, pois me lembra que sou um indivíduo, mas ser par é tão bom que às vezes esqueço do quão bom é ser ímpar.
Interessante, Lu, pois a vejo com ímpar, mas no sentido de indivíduo, pois também a vejo como umconjunto, permeada de gentes e suas histórias, cachorros e suas histórias. Enfim, podemos ser ímpar, sendo par e conjunto. Não é?!
Florzinha, é difícil, e há momentos que é mais do que difícil...que nome se dá a isso?rsrs
Bju
Sil, espero ficar mais forte e não mais dura, essas dores nos tornam menos humanos e mais super heróis.
Um beijo
Roderick, dizem que com o tempo nos acostumamos, mas eu não quero me acostumar...risos
Cris, um descanso dessa luta já me faria muito feliz (rs).
Precisando evoluir por aqui...
Final triste, mas nos leva a questionar tantas coisas em relação a vida. Deu vontade de revê-lo, ando revendo muitos filmes por aqui.
Abraços e beijos
Lindo!!!!
ResponderExcluirÀs vezes me sinto como você descreveu... sem saber se estou diminuindo ou crescendo, se me sinto vazia... sabendo que recomeçar é doloroso... Mas sabe oq percebi? Por mais doloroso que seja deixar de ser "nós", sendo só me tornei mais "eu" e sinto que aos poucos estou crescendo de novo. Quem sabe vc não sente o mesmo e um dia você volta a ser o infinito ^^
Um grande abraço =*
Lindo texto Keila! Gostaria de postar no Dona Charmosa para inspirar outras mulheres como eu.
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