Atitude do Pensar
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Perdas e Ganhos
Sei que já postei essa música aqui e peço desculpas por ser redundante, mas eu a tenho cantarolado diariamente, desde o fim de semana que iniciou o mês de junho.
PERDER SEM SE PERDER
"Foram-se os amores que tive ou me tiveram: partiram num cortejo silencioso e iluminado. O tempo me ensinou a não acreditar demais na morte nem desistir da vida: cultivo alegrias num jardim onde estamos eu, os sonhos idos, os velhos amores e seus segredos. E a esperança - que rebrilha como pedrinhas de cor entre as raízes"
[Lya Luft - Secreta Mirada - 1997]
DA CARTA QUE EU NÃO TE ENVIEI
Querido, esperei que essa data comercial conhecida como 'O dia dos namorados' se encerrasse, para que assim eu pudesse retornar por meio dessas linhas. Você sabe do meu desprazer pelas datas comerciais. Se bem que essa data em especial, causa-me desprazer ao quadrado, visto que só me traz recordações dolorosas. Fotografias de um momento frustrado por sua falta de palavra, quando se trata de colocar em prática promessas e combinados. Mas enfim, essas linhas que outrora declararam o meu amor e o meu desamor por você, surgem dessa vez, para que saiba que sua presença ainda é sentida. Que apesar de não te procurar, tudo não passa de uma forma de respeitar o seu espaço e o meu. No entanto, ontem descobri que essa presença tem sido como um corpo estranho alojado em mim. Não se apresenta mais de forma natural. Não é mais desejada. Não é mais procurada. Porém, também descobri que graças as marcas do nosso desamor, ainda ando cambaleando, com reservas e temores. Logo eu, que pensava ser aberta ao amor, me peguei fazendo caras e bocas quando se aproximaram de mim, desejando adentrar meu universo. Após essa descoberta, passei a trilhar um caminho de dúvidas: Será que ainda te amo? Sinceramente, não sei responder. Não sei nem o que sinto em relação a você. E nesse instante, questiono até o porque de ter te amado tanto. Meu olhar limita-se somente aos males advindos de nós. É claro que tivemos bons momentos, mas não consigo lembrar-me deles. Estou estática nas brigas, nas perdas, nas dores. Olha, querido, não é que eu me arrepende de ter sido nós, e nem que eu esteja vivendo o melhor momento da minha vida, mas apesar dos percalsos, da solidão, do silêncio, reconheço-me no espelho. E apesar de ainda não conseguir abrir meu coração para um outro mundo, ele está aberto para o meu eu. E algo que decidi, é nunca mais deixá-lo de lado, mesmo quando eu vier a ser um outro nós. Ah, aproveitando que estou aqui discorrendo alguns sentimentos, informo-lhe que quando recebi seu e-mail no inicio da semana passada, fiquei relutante em responder-lhe, mas quero muito que saibas que em meu coração, habita somente desejos bons em relação à você. Portanto, fico feliz com a notícia e espero que suas expectativas em relação a esse sonho tão antigo cumpra-se. Que seja suprido e respondido à altura dele. Aproveito para agradecer-lhe pela indiferença, pelo distanciamento, por atuar como um estranho nos momentos em que nos encontramos ao acaso. Isso tudo só contribue para que eu me afaste do que já senti, para que o amor - se ainda reside por aqui -, se vá.
Como disse-lhe certa vez, espero que um dia, nossas dores sejam menores do que o amor que já sentimos pelo outro. E lembro-lhe que cada um de nós, temos nossa própria dor, decepção, desamor e a medida para tudo isso.
Encerro por aqui, deixando beijos saudosos.
Afetuosamente,
K.
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Que lindo!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirAh. respondi teu meme, talvez não tao bem quanto tu... hehehehehehe
E o nosso "café" (CERVEJA) quando sai?
tão difícil desfazer planos, estórias, futuro... quando imaginamos nos parece tão real, ainda que tudo não passe de castelos construídos na areia, eu mesma demorei anos (plural mesmo) para recuperar a minha própria estrada...
ResponderExcluirMusica linda e texto profundo e cheio de sentimento... Obrigado pelo carinho e te desejo tuuuuuudo de boim,tá? beijos,chica
ResponderExcluirE é entre estasperdas e ganhos que vamos levando a vida, ora escrevendo para esquecer, outras lendo para lembrar.
ResponderExcluirBeijo
Que lindo...
ResponderExcluirPassei pra te deixar um beijo e desejar uma semana cheia de paz.
Ani
Que intensidade!!!
ResponderExcluirNão há nem o que comentar... As palavras vindas do seu intrínseco, já disse tudo!!!
Palavras doces, mas ao mesmo tempo, violentas... Ele não leu, né??? Acredito que poderia ter lido!!!
Beijos!
Belo texto.
ResponderExcluirhttp://blogdadanimatheus.blogspot.com/
eu vivia me despedindo dele, viviamos uma relação tumultuada. em cada despedida desta eu sofria, e morria um pouco. cheguei uma vez a pensar que meu amor por ele estava estremecido.
ResponderExcluircomo é dificil superar e parar de sofrer.
Palavras sempre intensas... Com perdas ou ganhos, O importante é que a emoção sobreviva!
ResponderExcluirBjusss
Quando tudo estiver no lugar , quando já não houver mágoa e só os bons momentos lembrados , foi mais um passo para o crescimento ( mesmo que fique ,porque fica , cicatriz )
ResponderExcluir"não acreditar demais na morte nem desistir da vida" ... não estou muito de acordo com esta frase , pois a vida e a morte andam juntas .
.
Um abraço
Muito bonito, mas muito triste! Uma pena...
ResponderExcluirAbraços, Keila!
Fiquei aqui sem saber o que dizer. Foi lá dentro e se esparramou completamente. Acho que estou mais sensível as palavras nessa manhã. Tudo faz eco aqui e fica se esparramando aleatóriamente. Uma confusão de coisas. Desejar que a dor seja menor que o amor é tão intenso. Eu lamento que a dor exista, mas sabendo de sua existência, torço pra que seja apenas um sopro do vento.
ResponderExcluirbacio
Por acaso hoje não estou no melhor dia para tecer comentários dessa seara. Mas li e deu aquele frio na barriga.
ResponderExcluirKeyla! Muito lindo este teu poste.
ResponderExcluirQuero compartilhar contigo esta parte: "Foram-se os amores que tive ou me tiveram: partiram num cortejo silencioso e iluminado. O tempo me ensinou a não acreditar demais na morte nem desistir da vida: cultivo alegrias num jardim onde estamos eu, os sonhos idos, os velhos amores e seus segredos. E a esperança - que rebrilha como pedrinhas de cor entre as raízes".
Um beijão.
Ah...não sei opinar sobre essas coisas mas a sua coragem em repetir a música , desconfio que acalenta ao mesmo tempo - não é não?
ResponderExcluirIntensa, melancólica,transparente,mas verdadeira.
ResponderExcluirVc é assim.
Bom fds,bela.
Bj e um pão de queijo
Keila,
ResponderExcluirEssa carta...parece que vc me leu em algum momento do passado.
São ruins as perdas, qdo deixamos de falar e viver tantas coisas.
Os anos passam, e tantas vezes o sentimento continua...
Linda carta Keila, e as palavras de Lya deram um brilho a mais.
super obrigada pelas palavras de carinho no meu blog, graças a DEUS a gripe tá indo embora de vez, e que não volte mais, porque dessa vez me derrubou rs.
Beijooooo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdorei o post, tanto a música quanto sua carta, simplesmente linda. Até mesmo a data do post me agrada.
ResponderExcluirVivi emoções fortes entre os dias 11~13, deveria ter visto seu post antes ^^
Beijo!
Ah essa música, na versao com a Elis Regina então, chorando, nao tem igual!
ResponderExcluirManda a carta, Keilitia!
** Troque meu endereço, please:
http://sou-da-cris.nets.at/
Adoro Chico, adoro o amor e ler você!
ResponderExcluirBjs!
Volta a postar?
ResponderExcluirSumi, né...estava doente, mas melhorei!!!
ResponderExcluirHeat, voltei!!!
Débora, planos podem ser mudados, pois mudamos. Mas a dor nos sucumbi quando são forçados...
Chica, essa música me diz tanto...
Beijinhos
Blue, você tem toda razão!
Ani, obrigada pelo carinho.
Suzi, ele tem o endereço do blog, mas nem sei se vem aqui (é egoista demais para ler outra coisa que não seja o que ele diz). Mas não sei se quero mandar...rsrs
Dani, obrigada!
Long Haired, não gosto daquelas relações perfeitinhas (isso sempre me soa falso), mas tumulto demais cansa!rsrs
Zélia, sentir sempre!
Maria, minha interpretação dessa frase é que não devemos desejar demais a morte, entendo que o todo dela refere-se a isso. Como melancólica depressiva que sou, entendi assim. Também acredito na morte, tanto quando a vida. Inclusive, a morte para mim é uma continuação da vida...
Roderick, gostamos de coisas tristes, não é!?
Lu, há dias que as palavras tomam uma proporção fora do nosso controle, em que mesmo quando não ditas estão lá, atuando em nosso ser. Sabe, não me importo com a dor, mas por ela ainda ser maior que o amor.
Pitty, melhoras por aí.
Zé, tudo vai, mas não por completo, pois fica registrado em quem nos tornamos.
b, com toda certeza...rsrs
Emi, já disse do tamanho do querer bem você?
Pode ser pão de queijo recheado de berinjela (minha nova descoberta)...rsr
Thel., vai entender o tempo. Como já disse Salomão: Há tempo para tudo.
Você melhorou?
Cris, quem sabe um dia...ow, o que aconteceu com o outro?
Dani, que fofa você!!!