Por Fabrício Carpinejar
O inimigo público do homem é o barman gostosão.
Foi ele que nos conduziu a uma crise de identidade sem precedentes, ao término do maniqueísmo e da Guerra Fria.
Do barman, veio o metrossexual, o pansexual e Patrick Swayze. Não duvido que os emos não sejam ramificações de sua índole.
O barman destruiu a luta entre o bem e o mal, tirou o homem do mundo e o colocou em casa para defender seu território doméstico. Ou ele voltava rápido ao lar, cozinhava, passava aspirador e cuidava dos filhos, ou perdia sua mulher para sempre.
O barman é o monstro pornográfico, o vilão erótico, destruiu nosso conforto maternal de comida e roupa lavada. Não tem como concorrer com ele: atende ao mínimo sinal, dança, rebola, canta e prepara poções melosas batizadas de filmes românticos. Uma mistura demoníaca de stripper, personal trainer, karaokê e liquidificador, tudo o que uma mulher sente falta em seu marido.
Quando ele surgiu, seminu e sarado, atrás dos balcões nos bares e boates, morreu o heterossexual como meu pai e meu avô conheciam.
O escandaloso e convencido barman suplantou o discreto e humilde garçom.
Morreu a gravata-borboleta para ceder espaço à bandana. Morreu o dente de ouro do maître para abrir lugar a aparelhos e piercings. Morreram os pelos dos ouvidos dos cinquentões para o reinado dos peitos depilados dos rapazes. Morreu o destilado caubói para um edifício de drinques coloridos e duvidosos. Morreu a simplicidade da bandeja pela agitação da coquetelaria. Morreu a imobilidade generosa do funcionário pelo show de malabarismo, acrobacia, e mágica. Morreu a elegância do dedo levantado em nome do assobio histérico.
O garçom exemplificava lealdade: padre que guardava nossos pecados e limpava a mesa. Fácil de acreditar, chorar dor-de-corno, pedir emprestado o ossinho do ombro. Nossa felicidade terapêutica consistia em oferecer gorjeta e derramar um pouco de bebida ao santo.
Já não conheço nenhum amigo que confie no barman. Sofre-se o medo de que ele se aproveite da fragilidade das confissões e seduza a esposa.
O barman é um infiltrado na barbearia; deveria aparecer longe de nossos olhos, somente no chá-de-panela.
Em sua companhia, não há como vacilar um minuto, somos obrigados a buscar bebida porque as mulheres criam motivos para se aproximar dele. É um risco, uma temeridade: jovens lindos, cheirosos, disponíveis, e traficando secretamente o número de seus celulares nas comandas.
O barman é o fim do faroeste, da porta-balcão, do cavalo amarrado no obelisco.
Não consigo imaginar John Wayne sendo servido por um barman.
Sentimos saudades do velho garçom.
Todo garçom tinha a obrigação de ser mais feio do que a gente. Uma tranquilidade que não volta mais.
O que nos resta é beber para esquecer. Dentro de casa.
DÚVIDA CRUEL
Preciso escolher.
Alguém me ajuda a decidir?
Que tal a Paulinha, após confissões de buteco ontem...
[Me desculpem, mas deve ser o efeito do álcool que ainda encontra-se em mim]
Mesmo que o barman seja feio, conforme o teor alcoólico vai subindo no sangue ele vai ficando bonito, até chegar ao lindo... rs
ResponderExcluirBeijocas
o Depp sem duvida!!!! nenhumaaaaaaaaaa rs
ResponderExcluirhahaahhahahahahaha
ResponderExcluirnem chama!!!!!
hahahahahahahahah
o Depp. sem duvida =P
Adorei!
ResponderExcluiresteja sempre em casa, pode levar o que quiser…rs
ResponderExcluircomo disse uma velha musica: o novo sempre vem...
Oi amiga!
ResponderExcluirGostei imenso deste tema! Continua esscrevendo que está aqui quem te lê!
Um beijo grande e bom fim de semana
Deep, sempre, aliás o outro nem faz concorrência...
ResponderExcluirTá em dúvida???
ResponderExcluirEu prefiro o primeiro... kkkk..
Depois do texto, fiquei refletindo aqui a exacerbada diferença do cara atrás do balcão, de ontem e o de hoje.
Você concluiu o texto com singelos 'pingos' de bebida alcoólica no seu corpo??? kkk
Ficou esplêndido!!
ahahahaha!!!
Beijos
ena, post feminista este. e eu que esperava as fotos da vanessa paradis e a da moça sentada na mesa da frente, lá no boteco, para poder ajudar na votação, hehe!
ResponderExcluirum abraço bem-humorado!
Ai Keila, me matei de rir com um comentário acima da pessoa dizendo que te lê... mas acho que ele nao te leu nessa kkkkk
ResponderExcluirEu tô formulando um post sobre "os comentários malas". Putz, vai ser sucesso também.
Vou da mesma opiniao da Dama... o que nao faz o grau etílico hehe
O Jhonny.
ResponderExcluirGente, Deep ganhou disparado, mas ainda acho o Chris Cornell tão sexy.
ResponderExcluirAcho que vou ficar com os dois.
Eu posso!
Estou solteira!!!hehe
Bju em todos, até em quem não leu o texto.
Keila, é uma escolha deveras difícil, você ha de concordar! Mas sabe o que? Euzinha nao teria cacife pra nenhhum dos dois mais kkkk
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