O Nunca Mais não é verdade.
Há ilusões e assomos, há repentes
De perpetuar a Duração.
O Nunca Mais é só meia-verdade:
Como se visses a ave entre a folhagem
E ao mesmo tampo não
(E antevisses
Contentamento e morte na paisagem).
O Nunca Mais é de planícies e fendas.
É de abismos e arroios.
É de perpetuidade no que pensas efêmero
E breve e pequenino
No que sentes eterno.
Nem é corvo ou poema o Nunca Mais.
Tem nome veemente. O Nunca Mais tem fome.
De formosura, desgosto, ri
E chora. Um tigre passeia o Nunca Mais
Sobre as paredes do gozo. Um tigre te persegue.
E perseguido és novo, devastado e outro.
Pensas comicidade no que é breve: paixão?
Há de se diluir. Molhaduras, lençóis
E de fartar-se,
O nojo. Mas não. Atado à tua própria envoltura
Manchado de quimeras, passeias teu costado.
O Nunca Mais é a fera.
[Hilda Hilst - Fragmentos do livro Cantares do sem nome e de partidas - 1995]
Não gosto de nunca mais...Me apavora..Sei lá! Tem uma coisa nele que me deixa mal..Linda poesia, no entanto!beijos,chica
ResponderExcluirO NUnca mais não existe,nem mesmo na morte.Por que estamos sempre com a imagem da pessoa que partiu na nossa mente e no nosso coração.
ResponderExcluirAcabou sim,o pé na JACA,bela,foram 20 capítulos,estão tds la...rsrs
Vai começa outra sim,pq o que eu mais adoro e pretendo não parar,é contar historias.
Linda minha ta causando com aquele foto no Face hein?rsrs,maravilhosa
bjka e boa semana
Já falei por diversas vezes o comentário : 'nunca mais'... E, ultimamente, venho refletindo tanto (visto que ainda não estou trabalhando), que esses dizeres poderia ter sido rabiscado ou mesmo deletado da minha boca!!!
ResponderExcluirPor isso, penso mais ainda, ao comentar essas duas palavrinhas...
Como digo sempre: estou em constante aprendizado!!!
Beijos!
Nunca mais = sempre !! k
ResponderExcluirSabe que ontem eu quase postei essa poesia? E justamente por causa do sentido de "nunca mais". Gosto dessa forma como Hilda fala da nunca mais como sendo meia verdade.
ResponderExcluirAté ler essa poesia eu pensava que nunca mais era tempo demais. rs
bacio
Ontem comentei com um amigo sobre "força de expressão" e a força das expressões. E por aqui noto que o "nunca mais" é, no sentido flexível, colado com o "para sempre". Não é que as expressões sejam inválidas, mas são extremadas e na prática muito pouco plausíveis. E eis que nosso nunca mais é quase sempre, tanto quanto nosso para sempre dura bem pouco. ;)
ResponderExcluirO nunca mais não existe , mas estamos rodeados dele .
ResponderExcluirEle arrepia , pela sua intemporalidade e pelo inesperado .
Não é do " nunca mais " que não gosto , mas das pessoas que o lançam , sem pensarem que estão a libertar a tal " fera " .
Gosto da fome. porque sou esfomeada, maybe. Gosdo de Hilda. Gosto de você. Gosto de gostar...vc vai me ver em SP? tá chegando a hora...
ResponderExcluirNunca mais é muito tempo, a gente nunca sabe...
ResponderExcluirUm beijão!
http://zapatariabr.blogspot.com
Chica, aprendi algo desde pequena: a nunca dizer nunca.
ResponderExcluirUm beijo, querida.
Emi, penso que principalmente em relação a morte, pois vejo-a como uma continuação da vida.
Foi uma pena, mas tô adorando as novas, e me identificando tanto...hehe
Pois é, causando frisons em mim também!rsrs
Beijo
Ai, amiga (Suzi), a vida é essa única constância: eterna mutação.
Beijos
Camila, é verdade, anda por aí esse resultado.
Lu, tenho adorado tanto a Hilda, mas tudo dói aqui. O engraçado é que também gera alegrias, como essa constatação acerca do nunca mais.
Abraços
Pitty, nosso nunca mais é de momento, assim como nós na maioria das vezes.
Li um livro sobre expressões: O livro dos burros. Muito bom!!!
Maria, falamos sem pensar, pois ela - a língua -, é mais rápida que nossa lógica. Padecemos desse mal, e o nunca mais apresenta-se enquanto fera, pois é nossa própria construção.
Lu, esse gostar sempre bate por aqui.
Você não me respondeu...estou confusa. Não era o Rio?
Zapataria, e o tempo jamais pertenceu a nós...