Enquanto seres humanos a grande maioria de nós possui uma visão limitada em relação a si, ao outro, a vida, a morte. Enfim, ao mundo no qual estamos inseridos e tentamos o tempo inteiro ser parte.
Ao falar da maldade humana, do senso de justiça ou de qualquer fato em que nos colocamos como protagonistas de uma história, no caso a nossa própria ou, a de nossa espécie, devemos levar em conta essa limitação.
No entanto, assim como há aqueles de visão míope também há aqueles que tudo vêem, e por isso mesmo sentem-se cada vez menos parte dessa sociedade - o que me faz lembrar de Nietzche, um homem que nasceu em uma epóca da qual não se sentia parte. Que foi mal interpretado e até hoje o é.
Dentro disso, podemos dizer que há uma massa, assim como há os desviantes, ou seja, pessoas que não simplesmente reproduzem, mas são agentes de mudança e pensam por si.
Nesse sentido, quando demonstro minha indignação com a minha espécie não deixo de lembrar que há as excessões. E esse exercício da mente - ao lembrar -, é exatamente o que gera em mim esperanças.
Bem, ontem, conversando com uma amiga sobre esta questão, nos lembramos de uma passagem no livro "Os irmãos Karamazov" de Dostoiévski quando um dos personagens argumenta sua contradição em relação a humanidade - o que aproxima-se muito do que eu sinto.
O mesmo argumenta que, apesar de amar tanto a humanidade, atuando em sua defesa não é capaz de demonstrar esse amor aos que encontram-se dentro de sua casa.
No meu caso, mesmo amando a humanidade, admirando suas singularidades, nem sempre sinto somente isso por ela. Isto é, amo, aprecio, mas também desgosto.
Porém, minha lúcidez me diz constantemente que, seres humanos são mais importantes do que coisas, manias, valores, ou qualquer outro item. E, portanto, viver nesse eterno conflito de uma visão lúcida, porém limitada em alguns pontos, causa dores. Sangra.
Acredito que, ter consicência do paradoxo humano em ser insignificante diante de um universo tão incrível, mas ser dotado de tanta magnitude e poder é uma das maiores dores da humanidade lúcida.
Inclusive, a minha.
o homem é um ser estranho, pensa que é evoluído, mas na verdade tem o seu lado animal não muito controlado...
ResponderExcluirseria tão mais fácil manter-nos ignorantes... costumo dizer que muitos dos óculos que venho usando me fazem enxergar em demasia, coisas que se eu não soubesse me deixariam mais leve... e como não há como fugir dos próprios olhos, resta-nos então o enfrentamento, a luta, o agir enquanto futuras assistentes sociais...
ResponderExcluir"amo, aprecio, mas também desgosto"
ResponderExcluirA principio queria agradecer por estar sempre no meu blog.
sobre a frase acima gostaria de dizer também, que realmente é isso que ocorre, até mesmo comigo, as vezes a "humanidade" é tão afetuosa, e entre outras tão "desprezível" mas nada é perfeito!
O seu blog é de +, eu o adoro, adoro seus textos cheios de inteligência!
Parabéns, e percebo que cada dia mais você vem conquistando espaço nesse mundo blogger! fico muito feliz por você!
beijinhos colloridos
Keila, sei que é fuga, mas desgosto tanto como o caso da escola do Rio , sei que é covardia, mas preciso de um mundinho próprio, um globo sabe tipo lousa, escrevo o que quero ....não bloguei neste dia, mas penso que blogando e dando oportunidades de pessoas aprenderem mais para trabalhar em casa e educar seus filhos em casa, já é alguma coisa.....livrando minha barra....rs....eu luto, ensino como vender, como fazer, marketing, tento.....bjks....Gil
ResponderExcluirOlha Keila, há algum tempo que eu digo que o ser humano é limitado a ele mesmo e seus gestos provam isso day by day. Não tenho paciência com pessoas, elas me casam na maioria do tempo. Essa mania de julgar, condenar o outro sempre a partir de si mesmo é tão exaustivo. É claro que há aqueles que se salvam, mas anda tão raro, que eu prefiro espiar tudo de longe, ler livros e como disse no meu último post "prefiro mesmo a ilusão". rs
ResponderExcluirbacio
A lucidez realmente é algo que é bom por um lado, te faz crescer como ser humano, tentar mudar traços em você e na sua vida que não estão bom...
ResponderExcluirMas sinceramente tem dias que simplesmente odeio minha lucidez, queria tanto ser uma pessoa completamente sem auto-crítica. Para ter o descanso mental que só os "sem noção" possuem... rs
Beijocas
Muito pertinente seu post. Gostei em especial do último parágrafo.
ResponderExcluirNão amo a humanidade, mas não a odeio tb.rs
Lady, utilizamos muito o conceito evoluido, civilizado. Mas nos esquecemos de realizar comparações para descobrir que realmente são esses.
ResponderExcluirDébora, já ouve dias em que queria simplesmente ser uma pessoa comum, com gostos, desejos comuns. E enxergar comum.
Não ser assim é de grande responsabilidade, pois exige o enfrentamento do que se tem visto.
Faby, obrigada pelo carinho. Mas ser um humano é assim: ser bom e mau...rsrs
Somos paradoxais. Sempre.
Gil, não a crítico, cada um tem a sua forma d elidar com a verdade. E a a sua forma de senti-la. As vezes a dor é tão forte, que é quase insuportável vê-la.
Concordo Lunna, mas as vezes tenho essa necessidade de estar presente. Mesmo que seja destes mais bárbaros. Preciso fazer algo, por eles, e por mim.
Dama, há momentos em que invejo tanto "os sem noção".
Bem Roderick. Eu amo e odeio...rsrs