Atitude do Pensar

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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A crise do se


Receita para o dia de hoje:
1º tranque-se no quarto e não saia por motivo algum;
2º feche as cortinas e mantenha-as fechadas;
3º Apague as luzes;
4º Espere pelo dia passar.
Infelizmente não posso seguir essa receita e, portanto, tenho que adaptá-la a minha realidade atual: desejar que o dia simplesmente passe.
Inundada desse desejo fui obrigada a me levantar e enfrentar a subvida. Sendo assim, como forma de subterfúgios me vieram os vários se´s...
Reconheço que devemos pensar no agora, blá, blá, blá, mé, mé, mé, mas não é assim, então afundada em minha crise astral penso nos se´s.
E se...
eu largasse meu curso e fosse fazer filosofia. (Isso mesmo, crise do curso. Afinal, não o escolhi, era a opção paupável e, portanto, terei que esperar eu me formar para finalmente fazer o mestrado em antropologia).
E se...
eu abondonasse meu emprego (ele tem suas qualidades, mas recentemente, são os defeitos que me perturbam).
E se...
eu me mudasse de Belo Horizonte (a viagem de sampa mexeu comigo).
E se...
eu fosse menos complexa, menos melancólica, mais paciente, mais amigável.
E se...
o galo fosse campeão mineiro e brasileiro.
E se...
o mundo fosse menos trágico.
E se...
as pessoas fossem mais confiaveis.
E se...
eu me apaixonasse por outra pessoa (não aguento mais o barbudo, as gavetas, os baús, os medos).
E se...
eu fosse livre...
É, nasci para ser livre, e tenho me sentido presa, sob pressão:
-Estágio, faculdade, trabalho, casa, família, amores, quereres, dores, medos...
E se...

9 comentários:

  1. É complicado, Keila! Ao ler seu relato, me lembro da época em q eu trabalhava e morava com meus pais. Eu estava insatisfeito tanto no serviço como no lar. E em certos dias, de astral muito baixo, era obrigado a trabalhar, seguindo aquela rotina q eu tanto detestava. Se eu não trabalhasse, pelo menos no meu lar, eu poderia dar um passeio e esfriaria a cabeça, mesmo q fosse por alguns instantes.

    Hoje, morando sozinho há dois anos e há anos sem trabalhar, custo a acreditar q isso está acontecendo comigo: estou bem, já q tenho saúde e tranquilidade no meu lar. Mas, até quando?

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  2. Eu estou completamente na fase do se... E se eu sumisse e nunca mais aparecesse? Faria muita diferença?rs

    Beijocas

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  3. É muito " E se..." a coisa fica sempre um passo atrás, o que salva é " E se" rolar uma reflexão nessa caminhada. Mas a vida é assim né? Nem sempre atira-se ao vento é tão fácil.

    Em relação aos comen. em meu blog, honras. Desculpe a demora para agradecer tenho tido pouco tempo para blogar. Tchau!

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  4. E se voc~e viesse me visitar? Podíamos ser trágicas, beber vinhos à meia noite, falar de cinema francês, vestir preto...

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  5. E se...
    a vida não fosse feita somente de momentos ruins, verdades dolorosas, decepções amorosas, solidões em meio as multidões...
    Bem, ela não é feita somente desses maus momentos. E oxalá por isso!!!!
    Ela é feita de um lindo céu estrelado, um vento praiano, uma chuva de primavera, um ipê amarelo, sinfonias, um ronronar de uma gata, uma risada de nada, um copo de água geladinho, Maria Bethania, Damien Rice, Clube do Balanço, letras, cores, olhos, dramas e comédias...
    E são essas coisas singelas que operam para que de repente o "e se" sofra mutações.
    Bjus a todos!

    Lu, adorei o convite. Posso acrescentá-lo acima como fenômeno para que o se mude.
    Cheiros

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  6. Há pouco li seu outro post e nele você se diz "mais do outro e deseja ser muito mais sua" e agora as contradições dos "se"... Eu as vezes tento apenas esquecer a condição temporal porque ela me afetava, sabe? Aquela questão de não fiz isso, não fiz aquilo. Vou fazer isso"... Então eu simplesmente parei de planejar e não faço mais listas. Deixo acontecer e se eu virar a esquina e pisar numa poça, molhando meus pés não vou pensar e "se eu tivesse ido para o outro lado". Não mesmo, vou tentar ver algo de bom naquela cena atual. Eu cansei dos silogismos (filosofia pura) hahahahahaha
    Bacio

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  7. É engraçado, menina Lu...desde sempre tendo a ver o lado bom do fato, tentanto tranformá-lo em um fenômeno no mínimo razoável, mas em outros momentos me dá uma sensação de sufoco e acabo por não respirar...Quanto ao planejamento, eita coisa difícil de deixar de fazer, é como se isso foi intrísico...anterior a mim...talvez do signo, das relações familiares, mas vambora...se gosto de dançar na chuva por que não me divertir em poças de água?!
    Abração,
    K.

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  8. Todo mundo tem essa fase.
    Será que somos de fato livres?
    O que é ser livre?
    Divido com vc a vontade de sumir.

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  9. Bem, eu não acredito na liberdade completa. Até porque nossas escolhas são baseadas em opções fechadas, ou seja, temos que escolher mediante às necessidades e probabilidades.

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