Era o quarto dia do mês. Final de noite de um sábado de samba. Meu corpo estava coberto por um vestido estampado de flores, e meu sustento protegido por sandálias verde de couro. O encontro estava permeado por uma atmosfera de mágoas, rancores e tentativas frustradas. Minha pele arrepiada pelos últimos vestígios do inverno, sentia frio. Porém, mais gélido ainda estava meu coração. Os últimos meses possuíam em sua fala, melodias de um tempo que não poderia mais ser vivido, porém, havia deixado feridas profundas.
Contudo, foi amor. E onde agora existia somente dor, havia residido risos, abraços, mãos dadas, calor. Sendo assim, as duras palavras que saiam de sua boca contrastava com o tamanho do bem querer que seus olhos sempre me contaram.
O vento cortava minha pele, mas era meu coração que sangrava. Entre espaço e silêncio nossos corpos resistiam. Respondendo-lhe calmamente, eu disse: É o fim. O último abraço de um amor cor de amêndoa. Com cheiro de matte. Fim: sem lágrimas ou temores.
Afinal, o calendário anunciava o final do inverno e o inicio da primavera. Nova estação, nova alma, novos poros, novos quereres e sentires. As flores iriam reflorescer. As noites seriam mais curtas e os dias de sol mais longos.
Era setembro.
[Nunca fui muito boa com datas, mas foi em 04/09/2010 que tivemos a certeza que já não era mais amor]
Amiga Keila, o mês de setembro possui algo a mais em relação aos outros meses do calendário, ou seja, setembro traz a magia da primavera, a estação mais bela do ano, na minha modesta opinião.
ResponderExcluirUm grande abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
Emocionante , arrepiei com tanto sentimento...Adeus é triste, mas se não há mais amor...beijos,chica
ResponderExcluirque bom começar setembro conhecendo voce...
ResponderExcluirte desejo a risada mais gostosa.
beijo
Setembro é como qualquer outro mês, alias, os meses são todos iguais - apesar de amar o inverno, enfim ...
ResponderExcluirCertos momentos são bons, mas quando percebe-se certas atitudes são necessárias.
ResponderExcluirE como diz Cecília Meireles..."Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul."
Pois é há momentos que cedo ou tarde a gente percebe que não dá mais e o ideal é seguir em frente e que bom que assim tu fez.Nada melhor do que esolher setembro para reflorescer para desabrochar.
ResponderExcluirUm ótimo findi!
Beijosss
As vezes é preciso se convencer que acabou...
ResponderExcluiradorei o blog da uma passada no meu
te seguindo
bjos
http://httpwwwvaleuapenablogspotcom.blogspot.com/
Fiquei muito emocionada com o texto, estou nesse momento, com esse sentimento mas ainda esperando a primavera desabrochar...
ResponderExcluirhey! muito boa a forma como você coloca as palavras, é uma leitura gostosa, não cansa, é tipo um tempero na medida certa...
ResponderExcluir^^
O bom é que não teve lágrimas, nem rancores. Uma vez amor de verdade, nunca haverá dor, mesmo no fim.
ResponderExcluirBeijos.
era setembro, como poderia ser qualquer outra estação, o que não podia era arrastar algo que não sentia, então era preciso florescer novamente, para a vida continuar, uma forma bonita de expressar os sentimentos sem deixar secar...
ResponderExcluirBjs Giovanna
Quando temos certeza que não é mais, nada melhor que a primavera...para começarmos tudo NOVO de NOVO!
ResponderExcluirLindíssimo texto...
beijos com meu carinho,
Bia
Seu setembro será lindo, tenho certeza!
ResponderExcluirBeijos! =)
uma frase de que gosto particularmente (foi já etiqueta no viagens) e que julgo enquadrar-se neste outono de arrepio frio e breve: há momentos em que temos de saber morrer para podermos voltar a viver.
ResponderExcluirbeijinho!
caraaa.. que maravilhoso seu texto. Gostei mesmo!
ResponderExcluirOs adeus custam mais quando ainda ao lado do " já não " existem memórias de bons momentos .
ResponderExcluirNo entanto , vale o termino , para que esses mesmos momentos continuem a existir como boas recordações .
E muitas vezes servem de lastro para um recomeçar .
Oi, bela!
ResponderExcluirGosto muito de seu cantinho e te ofereço um selinho...
Seu blog é o meu porto de abrigo...
http://rodaviva-daiana.blogspot.com/2011/09/para-comecar-um-maravilhoso-domingo.html
bjs
Um ano, hein, Keila? Estou me sentindo assim tb
ResponderExcluirO q mais me tocou no seu texto: " O encontro estava permeado por uma atmosfera de mágoas, rancores e tentativas frustradas".
São os resquícios de Agosto.
ResponderExcluirMas logo passa. Demora, mas passa.
;)
um encanto!
ResponderExcluirbeijo.
E em setembro tudo renasce. Até o amor, embora este, pode nascer em qualquer época, como também morrer!
ResponderExcluirBeijo
Triste e decepcionante saber que algo que foi construído com tanto carinho, chegue ao fim!!!
ResponderExcluirResta-nos reerguermos!!!
Beijão
Dilmar, mas setembro ainda tem cor de inverno, as vezes, torna-se muito difícil visualizar as flores a nascer.
ResponderExcluirChica, nesse caso, o amor tornou outros contornos, inclusive o de dor.
Margoh, setembro surgiu assim, carregado de pessoas novas. Isso é bom!!!
Cléber, também aprecio muito o inverno. Mas aprendi a absorver e admirar cada dia, cada estação e suas peculiadores, ou seja, não as vejo ou sinto como iguais.
Daiana, que esta primavera chegue! hehe
Flor, mas bem que podia ser no final de setembro, pois os resquícios de inverno ainda estão por aqui.
Faby, melhor certas verdades, por mais dolorosa.
Obrigada pela visita!
Dani, então saiba que não há somente invernos, mas também primaveras!
Obrigada, André!
Miri, ao longo do percurso existiram, hoje não mais lágrimas, mas rancores.
Gio, grande verdade. Mas sabe o que me fez pensar, foi somente nos invernos que o relacionamento se esfriava. Puro acaso?
Bia, quero o novo!
Lê!!!!!!!! Já está sendo!
Jorge, essa frase me fez lembrar desta: "Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira".
Obrigada, Fernanda!
Maria, as memórias estão aqui; as boas e as ruins. As vezes, mais ruins do que boas, mas enfim, foi.
Daiana, obrigada pelo carinho!
Roderick, um ano, mas com outros encontros e novos desencontros. O término final foi há 6 meses. Saudades? Não. Dores? Poucas. Uma delas, o rancor dele.
Poetriz, vestígios sempre ficam, pequenos, mas ficam.
Obrigada pela visita!
Ei, Ana, obrigada!
Blue, querido! Verdade!
Suzi, isso foi uma das coisas que mais doeu. Perder a intimidade construida.
Ao menos existiu a certeza porque as vezes permanecem apenas as dúvidas e os cansaços que tudo isso nos causa.
ResponderExcluirbacio e bom setembro, viu?