Ontem, fui à Mostra Indie 2010, fato este que agrada muito, pois cinéfila como sou, aprecio especialmente esses momentos.
No entanto, como bem sabem, sempre há um filme que acabamos por gostar mais, no caso d eonte o maior impacto veio do filme francês "A outra", longa metragem de Patrick Mario Bernard e Pierre Trividic, ambos franceses. A obra traz como roteiro a história de Anne-Marie, uma mulher na passagem entre os 40-50, portanto madura, e ainda muito atraente que trabalha como assistente social. Por ansiar maior liberdade "para si" Anne deixa seu namorado mais jovem, continuando no entanto a se encontrarem. Até que Alex conta que vem se encontrando com outra mulher, e daí por diante Anne-Marie lentamente naufraga rumo à locura e obsessão pela nova namorada de Alex.
Como perceberam, o texto acima foi uma síntese do filme para incitá-los a irem na Mostra, mas vamos nos ater ao que nos interessa no momento.
O ponto de reflexão advindo desse filme, veio extamente do questionamento que constantemente faço: Será que realmente a linha entre a razão e loucura é extremamente tênue?
Bem, infelizmente, ainda não sou dotada de tanto conhecimento, aliás, se soubesse tal resposta, estaria rica...mas isso não me desmotiva, pois com certeza muitos psiquiatras também ainda não a tenha.
Mas tal questionamento, leva-me a pensar em outro assunto: vivemos na era do efêmero, onde não somente os objetos se tornaram passageiros, mas as próprias relações. E dentro desse contexto, sofremos com a "a falta que faz", isto é, enquanto o individualismo pós-industrial nos leva a sentir o reflexo desse fenômeno, padecemos de relações concisas, meramente superficiais, medíocres.
Nesse sentido, penso que ninguém nasceu para ser impar e sim para ser par, tendo como objetivo a coletividade, por menor que seja.
É perceptivo, que nós seres humanos precisamos de outros da nossa espécie para sobreviver. E para que fique bem claro, meus caros, não faço minha colocação somente no sentido da reprodução, pois isto pode ser suprido pela ciência. Mas pontuo no âmbito da necessidade de troca de afetos, troca de conhecimento, enfim, de ser um sujeito social.
E isso tudo, dentro de uma visão bem critica, pois reconheço ser uma pessoa não muito sociável.
Contudo, por mais que alguns de nós sejamos possuidores da habilidade de viver sem parceiros, não devemos confundir esse tipo de relação com a relação em questão. Pois esta vem da necessidade de outros para nos auxiliar na formação do ser social. Afinal, isso só conquistamos através de relações de intimidade,veracidade, e que somente criamos entre familiares e amigos. No entanto, desta relação, muitas vezes fugimos. E por diversos fatores: Medo, Dificuldade em iniciar uma relação, dificuldade na manutenção das relações, entre outros itens.
Mas convenhamos, queremos ser parte, isto é, nos sentir parte, e para isso podemos dar o primeiro passo: revelar o nosso infinito particular, permitindo que assim sejamos descobertos, conhecidos.
Se será fácil?
Com certeza, não. Antes o contrário, será inundado de muitos contras.
Contudo, entre a dor de estar só no meio da multidão, antes arriscar-me nas aventuras das relações, e como bem diz Marisa Monte "só não se perca ao entrar no meu infinito particular".
E os amigos, irão aprender a respeitar os momentos de individualidade que é totalmente diferente de individualismo.
Até mais.
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